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Sandra Moreira *


  • Mas o que isto tem a ver com você ficar na mira de um headhunter? Premissa básica: todo headhunter é excessivamente empático com o cliente a ponto de entender o que não é dito nem escrito, o mesmo ocorrendo com os possíveis candidatos. Portanto, para pertencer ao network de um headhunter você precisa saber como ele pensa e age.
    Sob o ponto de vista do cliente: ver seu sonho concretizado ao contratar o profissional perfeito, sonhado e idealizado também a longo prazo
  • Sob o ponto de vista do candidato: ter oportunidade de atuar em uma empresa que lhe dê a chance de sua vida! Seja financeiramente, de status e poder, seja espiritualmente numa conjunção sinérgica da aplicação de sua experiência versus aprendizagem versus reconhecimento
  • Sob o ponto de vista do headhunter: todos os envolvidos felizes, num prazo curto de tempo, e o envolvendo cada vez mais no planejamento estratégico da empresa quando o foco for carreira (além é claro de uma Ferrari ou duas na garagem!).

Para que ele chegue até você é vital que você seja acessível, portanto esqueça de pedir, sugerir ou permitir que sua secretária / assistente crive os telefones, fax ou e-mails que venha a receber. Pode ter certeza de que muitas oportunidades são perdidas em função disso.
Sempre que o cliente nos procura para assessorá-lo na “caça” de um profissional é por que ele já procurou através de seu relacionamento e não encontrou, e/ou a posição é tão confidencial que precisa de sigilo absoluto, e/ou já utilizou outros métodos/profissionais de seleção e não está satisfeito; mas independente de quaisquer que sejam os motivos que o levaram até o headhunter, pode ter certeza de que a expectativa do cliente será sempre a de “resolver o que ele considera ser um problema” seja o de iniciar um negócio, seja de incrementá-lo com metas audaciosas.
Se quiser ser considerado um candidato na mira do headhunter, é necessário, sempre, saber se diferenciar de uma “massa”. Atitudes como audácia e resultados concretos revelada no desenvolvimento dos projetos que gerenciou , rapidez e qualidade na tomada de decisões, flexibilidade e capacidade de aprendizagem ao enfrentar problemas diversos – de cunho profissional e pessoal -, carisma e humildade ao se relacionar são diferenciais interessantes, iniciais!
Mais do que ser um possível candidato, o profissional tem que provar ao headhunter que sua experiência, garra e energia estará sendo aplicada ao máximo na superação dos desafios deste cliente – e não visando aparecer para o concorrente ou para a empresa em que ele se encontra atualmente, pois um fato todo candidato pode ter certeza: todo bom headhunter sabe quando o profissional está fazendo “leilão” com sua empresa e aí…, bem, mas não vamos nos preocupar com temas como defeito de caráter neste artigo.
Características acima provocam o interesse de todo headhunter, mas como chegar até um? Como ser um profissional interessante a ponto de ser caçado? Inegavelmente participar de eventos de sua área, como congressos é um dos meios; ter sucesso em seus empreendimentos acima das expectativas é outro, ser elogiado por profissionais considerados referências no mercado e odiado por aqueles de conduta duvidosa também é outro modo, porém isto você já sabia não é?
Seu diferencial seguramente será sua criatividade para pertencer ao banco de referências de um headhunter, sua forma simpática de dividir e celebrar suas conquistas, sua empatia ao lidar com conflitos, que farão com que os que convivem ou já conviveram com você sejam sua referência.
Pertencer ao seleto grupo de candidatos de um headhunter depois de chegar até ele só dependerá de sua originalidade ao resolver problemas críticos, visão de águia ao apresentar possibilidades, de sua forma segura e objetiva de exemplificar o que fez, por que fez, que resultados obteve e se agiria diferente hoje, ou seja de sua capacidade para lidar e aprender o que você vivencia.
Poderiamos citar formação em escolas de primeira linha, dois idiomas fluentes (se contarmos o português, são três), MBA entre outros, entretanto cada vez mais temos realizados excelentes contratações onde o que definiu o processo foi o desenvolvimento do profissional em competências voltadas a sua capacidade para provocar mudanças, flexibilidade para gerenciar conflitos, descobrir e desenvolver seus talentos e de sua equipe, experiências na gestão de projetos e fundamentalmente seu grau de auto-conhecimento, no que se refere ao controle de suas emoções e a de outros, identificação dos seus pontos fortes e o que precisa desenvolver, entre outros.
Acompanhamos recentemente a contratação de uma executiva da área de marketing, que seguramente contribuiu para a concretização positiva da imagem institucional e dos produtos da empresa em que estava. O destaque de sua atuação através da aplicação bem sucedida do que se propunha, os resultados diferenciados até nas ações mais corriqueiras e o fato de ter suplantando fatos extremamente negativos que poderiam ter destruído a reputação de uma empresa, em suas mãos e nas de sua equipe, reverteram em mais exemplos do quanto sua empresa é voltada aos clientes, fornecedores e colaboradores.
Essa executiva está assumindo uma posição de destaque, em uma empresa 4 vezes maior do que a que estava e se fossemos nos ater apenas ao seu currículo formal, ela nem teria sido selecionada! Sua formação é como a de muitos, por enquanto não domina outros idiomas e tem acima de 45 anos de idade, o que para muitos fatalistas seria impeditivo. No seu primeiro mês, agora na nova empresa, conseguiu reverter um quadro negativo de 3 anos.
Em suma, o que o diferencia são os resultados que você obtém, a forma como os consegue, a aprendizagem que você propicia a sua equipe e sua capacidade para elevar em progressão geométrica tudo de bom que você se propõe a fazer, contribuindo com a imagem inclusive institucional de sua empresa.
*Sandra Moreira: é psicóloga especializada em Administração de Empresas pela USP e Gerente de Talentos Humanos da Lógica Projetos e Serviços.

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