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A primeira Harley-Davidson foi fabricada em 1903, no quintal da casa dos irmãos Arthur, William e Walter Davidson, em Milwaukee, Wisconsin, EUA. William Harley, vizinho e amigo, era o autor do projeto: uma bicicleta reforçada, com um motor de 3 HP. Como o veículo mostrou ser bom, eles construíram mais dois, vendidos por US$ 200.
Depois de conseguir um empréstimo bancário, os jovens empreendedores instalaram uma fábrica no centro da cidade. Em 1906, já fabricavam 49 unidades e pouco depois incorporavam o motor V-Twin- embora não fosse inventado por eles, o motor se transformaria em um elemento fortemente associado à marca. A companhia teve grande impulso durante a Primeira Guerra Mundial, quando o governo dos EUA comprou 20 mil unidades para uso em combate. Em 1920, a Harley-Davidson já era a maior fábrica de motocicletas do mundo. Tinha concessionárias em 67 países e a produção chegava a 28.189 unidades.
A Depressão e o Japão
Mas veio a crise de 1929 e desferiu um duro golpe na companhia. William Harley teve de vender direitos para a fabricação de motos no Japão a uma companhia farmacêutica abrindo caminho para as futuras concorrentes. A empresa conseguiu reagir, desenvolvendo o modelo Knucklehead, que alcançava uma velocidade de 150km por hora. As vendas foram muito boas.
Durante a Segunda Guerra, depois do ataque japonês- a Pearl Harbor, toda a produção foi destinada às forças aliadas. A empresa desenvolveu vários modelos baseados na Knucklehead, prontos para a luta, que incluíam filtros de ar, circuitos de resfriamento a óleo, pneus maiores, pára-brisas e caixas para guardar munição. A Harlery-Davidson soube tirar proveito de sua participação na guerra com a The Enthusiast, revista oficial da companhia, publicando histórias de soldados em desertos e selvas. As Harley-Davidson voltavam da guerra cobertas de glória e milhares de oficiais que haviam usado as motos queriam continuar usando.
Depois do que viveram, os ex-combatentes consideravam o estilo de vida norte-americano “lento demais”. Alguns se adaptaram, conseguiram emprego e constituíram família, mas outros subiram em sua moto e partiram em grupos para as estradas. Seu objetivo? Acordar as populações rurais com o rugido de seus cavalos de metal.
Marlon Brando e Dennis Hopper
Como as máquinas deveriam ser cada vez mais potentes, as Harley foram se tornando mais leves, perdendo o pára-lama dianteiro e os acessórios. Os guidões começaram a assumir a forma de forquilha. Um novo modelo, conhecido pelo nome de Chopper, tornou-se muito popular. Nesse momento, as Harley-Davidson já eram uma instituição norte-americana, Apareciam em filmes cult, como O Selvagm e Sem Destino, protagonizados por Marlon Brando e por Peter Fonda e Dennis Hopper, respectivamente.
Em 1960 as companhias japonesas, já reestruturadas, começaram a brigar para conquistar seu lugar no mercado de motocicletas. A Honda lançou os modelos “leves” e a Kawasaki e a Yamaha também entraram no mercado. Resultado: nove anos depois, a American Machine and Foundry (AMF) comprava a Harley Davidson, investindo US$ 60 milhões no aumento de produção destinado a enfrentar as motos japonesas. No entanto, a administração não foi tão bem-sucedida quanto os novos investidores esperavam, basicamente porque houve uma queda drástica na qualidade do produto.
Convencidos de não poder salvar a companhia, os administradores da AMF começaram a procurar compradores. Em 1981, como não havia aparecido nenhum interessado, um grupo de executivos, entre os quais estava Richard Teerlink, decidiu se unir para salvar a companhia. Eles convenceram o governo a impor cotas de importação para as motos japonesas, o que lhes deu tempo suficiente para se armar novamente: adapta-ram os métodos de controle de qualidade e produção de seus concorrentes japoneses, reinventaram seu processo de fabricação e melhoraram o produto.
Além disso, deram aos gerentes de linha média e aos operários maior participação na tomada de decisões. Por fim, a Hariey Davidson voltou a lançar suas motos com uma engenhosa estratégia de marketing: a empresa apelou para a extraordinária fidelidade de seus velhos clientes e, ao mesmo tempo, foi conquistar novos adeptos.
No início dos anos 80 a companhia ressurgia das cinzas. Três elementos foram fundamentais para esse regresso glorioso: o lançamento de uma nova versão do motor V-Twin, o modelo Evolution e o trabalho realizado por Willie G. Davidson, neto de William, à frente do departamento de projeto e responsável pela nova imagem da Harley-Davidson.

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