Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
“Hoje eu quero tudo: ter minha família, sucesso, amor e uma vida saudável. Nada disso é incompatível; ao contrário, os papéis se complementam”. A afirmação é de Dayse Maciel de Araújo, Gerente de Inteligência de Mercado da Sadia e consta no livro Amélia, Adeus, de Julio Lobos, da editora Instituto da Qualidade. O pensamento de Dayse traduz com exatidão o pensamento de muitas profissionais brasileiras, que querem aliar o sucesso pessoal ao profissional e, quem sabe, até chegar à presidência da empresa.
Como galgar postos e chegar no alto escalão das empresas – território até então predominantemente masculino – foi um dos pontos discutidos na reunião do grupo “Executivas de S. Paulo”, formado por mulheres que já chegaram a um nível na carreira – entenda-se diretoria para cima. Os encontros, que reúnem executivas de várias empresas e setores da economia, vêm acontencendo há um ano, com o objetivo de reunir forças, debater o papel e os principais desafios das mulheres executivas atualmente – tanto em casa quanto no mercado de trabalho. O “Executivas de S. Paulo” já conta com mais de 100 integrantes, sendo que cada encontro consegue reunir cerca de 50 profissionais. “A nossa missão é motivar ainda mais a ida das mulheres para posições mais altas das empresas”, afirma Maria Fernanda Teixeira, vice-presidente de operações da EDS – líder mundial em serviços de tecnologia da informação com faturamento de US$ 21,5 bilhões, e uma das fundadoras do grupo.
Para ela, a mulher tem que se superar, em vários aspectos, para poder conseguir chegar aonde quer. “Ela tem que tentar ser melhor em tudo, estar muito atualizada e ter muita coragem, acima de tudo. Mas eu acredito que a grande falha da mulher é que ela ainda não sabe usar do networking para mostrar-se ao mercado. Ela não participa de associações, não se preocupa em criar novos círculos de amizade e não sai divulgando as suas competências, como os homens fazem. Aí, é claro, eles acabam sendo lembrados com mais rapidez e, muitas vezes elas acabam preteridas por puro esquecimento mesmo”.
Mas, quando o assunto é a dedicação aos estudos e a atualização profissional, as mulheres vêm batendo de frente com os colegas machos. Segundo o publicitário e colunista do site Blue Bus, Luiz Alberto Marinho, nos EUA, assim como na Austrália, Canadá, França, Japão e Espanha, há mais mulheres do que homens, entre 25 e 34 anos, com diploma universitário e pelo menos um curso de pós-graduação. O colunista afirma ainda que “nos Estados Unidos, em 1983, elas ocupavam somente 34% dos cargos mais altos e bem pagos nas empresas. Em 2001, esse percentual chegou a 50%. No Brasil, estudos da Fundação Dom Cabral apontam uma tendência semelhante – cresce anualmente o número de mulheres em cargos de direção nas nossas corporações”.
Formada em Administração de Empresas pela Universidade Metodista de SP (Umesp), com especialização em Marketing e Economia pela Fundação Getúlio Vargas, MBA pelo Insead (instituição francesa reconhecida como uma das melhores da Europa) e especialização em Economia Global pela conceituada escola americana Thunderbird, Maria Fernanda Teixeira pode ser colocada como exemplo de persistência, talento e conviçcão. Ela entrou na EDS em 1985 e, segundo ela, sempre soube que um dia chegaria a ser executiva de uma grande empresa. Satisfeita? “Não, ainda tem muita coisa que quero fazer. Minha meta é chegar à presidência da EDS para a América Latina, ou então outra região onde a empresa esteja inserida”. Alguém duvida?

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