Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
A empresa não sai do vermelho; você deve para fornecedores, parentes e amigos; os juros daquele empréstimo no banco não param de crescer e você não sabe o que fazer com as centenas de contas para pagar. Seus funcionários estão desmotivados, os clientes não aparecem mais e você está cada dia mais estressado, nervoso e sem prespectivas de mudanças a curto prazo. Não será a hora de repensar se vale mesmo a pena continuar com a empresa? É uma decisão difícil e que exige muita reflexão e análise, já que você estará deixando para trás uma história na qual se empenhou e dedicou boa parte do seu tempo. Na opinião do consultor em RH Nelson Viviani, a hora de dizer que está tudo acabado e o negócio vai ser fechado deve ser muito bem pensada. Antes de mais nada, o ideal é você refletir sobre as causas pelas quais sua empresa não deu certo. O que pode ter acontecido?
– caixa mal-administrado
– mercado está saturado e não suporta mais um concorrente
– má localização
– briga societária
– negócio sem foco (atira para todos os lados)
Esses são apenas alguns dos muitos motivos que podem levar uma empresa à falência. O ideal é não deixar a empresa chegar nessa situação, e para isso o empreendedor deve contar com a ajuda de funcionários e especialistas de mercado. Muitas empresas acabam não dando certo por que o empresário tem conhecimento do negócio, mas não tem tino empresarial e não sabe gerenciar. Nesse sentido, a presença de uma pessoa mais experiente é fundamental. Consulte também um contador ou administrador e peça informações, pergunte tudo o que você não tem conhecimento.
Na opinião de Nelson, o empresário deve ter em mente que o mercado é sazonal e cheio de altos e baixos. “Não desista fácil, obstáculos vão aparecer com certeza, você tem que tentar superá-los e seguir em frente”.
O casal Elias e Roseli Pardim têm um exemplo claro de empreendimento que passou por muitas dificuldades e quase afundou, mas conseguiu sobreviver às incertezas do mercado e hoje é lucrativo. O casal decidiu investir em um segmento já saturado, que é o das videolocadoras, mas soube como inovar na localização e instalou a loja na Favela de Heliópolis, uma das maiores da cidade de São Paulo. “Iniciamos nossas atividades numa garagem sob os olhares descrentes de amigos, familiares e vizinhos. Enfrentamos crises e concorrência desleal. Perdemos alguns bens no meio do caminho, nossos nomes conheceram a estrada do Serasa e SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) em alguns momentos também. Enfim, ser um empreendedor no Brasil não é fácil. Hoje nos orgulhamos de poder oferecer uma loja de alto padrão, com atendimento de qualidade e preços justos com um alto nível de profissionalização. Já pensamos em desistir algumas vezes, mas o verdadeiro empreendedor é realista e também muito criativo. Ele sempre encontra uma saída, mesmo que seja dolorosa”, explica Elias.
Mas há situações em que a crise não tem mais volta e o melhor mesmo é fechar o negócio. Você pode mudar de ramo e tentar outra área ou mesmo desistir da idéia de ser patrão e voltar a ser empregado. “Quando a empresa já está estabelecida no mercado e mesmo assim o lucro do negócio acaba sendo igual ao dinheiro investido na poupança, não tem por que continuar”, explica o consultor.
 

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