por Admilson Resende*
O que podem ter em comum uma advogada, um arquiteto, uma psicóloga e um engenheiro? Apesar da aparente discrepância, a mesma vocação, ou melhor, a mesma profissão: empresário. Cada vez mais, pessoas que passaram pelo ensino superior assumem essa profissão. Quer seja por influência familiar ou não, atualmente, os profissionais tanto querem garantir uma profissão reconhecida, quanto também garantir um orçamento próprio.
Em alguns casos, a formação ou o próprio negócio não é o bastante para a satisfação profissional e pessoal. Muitas vezes, busca-se o reconhecimento do talento e da competência para gestão. É claro que o cotidiano desses empresários é corrido e que a agenda sempre é pequena para tantos compromissos. Contudo, aproveitam-se dessas experiências e contatos para melhorar a atuação e gestão em todos os aspectos profissionais.
Para encarar o grande desafio de continuar atuando como advogada e assumir a profissão “empresária”, Evelinne Margonari Martins, 28, teve que desenvolver uma estrutura pessoal e profissional diferenciada. Para investir na NEO Estética do Homem, única clínica voltada exclusivamente para a beleza masculina em Belo Horizonte, organizou uma estrutura com profissionais capacitados que respondem por ela quando está ausente. “Tranqüilidade é essencial para desempenharmos um bom trabalho”, destaca.
Além disso, Evelinne conta que o desgaste natural de uma atividade é suprimido pelo prazer da outra, o que proporciona um equilíbrio confortável e um bom descanso mental. Como não queria abandonar nenhuma das duas funções pelo gosto profissional, preferiu exercer as duas atividades e, quem sabe, outros desafios que surgirem. “É assim que se garante energia e vitalidade”, garante.
Em decorrência disso, o cotidiano dela é muito tumultuado. Entretanto, como é resultado de uma opção pela realização não só pessoal mas, principalmente, profissional, é assim que empresários como ela se sentem realizados. Dividida pelos compromissos com a beleza e a Justiça, Evelinne se ocupa primeiro em garantir a beleza dos outros ao investir em tecnologia e opções de tratamentos para cuidar do visual dos clientes. Depois, claro, seu programa preferido é freqüentar o Fórum de Belo Horizonte, onde cuida da “imagem” de outros clientes.
Negócios da família mudam sonhos
Quando se formou em engenharia civil em 1982, René Wakil Júnior nem imaginava que seria um empresário do setor de confecções e membro de importantes entidades como a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Sindicato da Indústria do Vestuário de Minas Gerais (Sindivest) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Afinal, engenharia civil era seu sonho e, na faculdade, fez muitos amigos que, juntos, planejaram grandiosas realizações no setor de construção civil. Mas os negócios de família mudaram o destino do empresário e o colocaram no ramo de confecções, mais especificamente no segmento de uniformes.
Wakil saiu da faculdade e foi direto para a direção da maior indústria de uniformes de Minas Gerais, a Citerol, fundada em 1966 pelo pai. “Sempre fui apaixonado por engenharia civil, mas quando comecei no ramo de confecção e moda descobri um novo universo. Aprendi muito da área de administração, negócios e moda, o que me fascinou. Hoje faço parte de entidades como a Fiemg e o Sindivest devido ao desempenho e empreendedorismo com que cheguei ao setor de confecções”, afirma Wakil.
Há 20 anos à frente da Citerol, ele aumentou a carteira de clientes em 50% e o faturamento da empresa em 30%, fabricando uniformes também para empresas privadas. Até então, a empresa fornecia somente uniformes militares. Confecções de moda, como camisaria masculina, também ganharam o selo de qualidade da Citerol, o que levou empresas como a Art Man e Sketch a figurar na lista de seus clientes. Atualmente a Citerol fornece uniformes para mais de 200 empresas em todo o País.
O sucesso nos negócios e a paixão pela moda levaram Wakil a inovar e trazer para Minas Gerais um showroom de uniformes de conceito inédito no Brasil, a moda corporativa. Há um ano e meio a loja foi inaugurada e já comemora o faturamento obtido e os clientes conquistados: faturamento de R$ 2 milhões e carteira de mais de 580 clientes. A idéia desse novo negócio saiu de uma viagem de Wakil aos Estados Unidos para conhecer o setor naquele País. “Hoje, faço cursos, viagens e participo de congressos para aprender e conhecer tudo que for possível sobre o setor no Brasil e no mundo. Procuro informações sobre novos negócios, novas tendências em cores, tecidos e modelos e dados econômicos do segmento”, acrescenta.
Arquitetura e panificação
Já para o atual presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria, Marcos Antônio Gonçalves Salomão, a família também teve grande influência na decisão de ser um empresário. No entanto, ao contrário do que aconteceu com a advogada, Marcos acabou seguindo um outro caminho. Mesmo sendo descendente de uma família de panificadores, a paixão pela arquitetura falou mais alto. Essa escolha não impediu que ele deixasse de ajudar nos negócios da família e decidisse, há 30 anos, atuar nas duas áreas paralelamente.
Marcos possui uma empresa de arquitetura e duas padarias. Para conseguir realizar as duas atividades ao mesmo tempo, teve que “unir o útil ao agradável” – uma de suas padarias fica a um quarteirão de seu escritório, localizado no bairro de Lourdes, em Belo Horizonte.
Na arquitetura Marcos conta com uma grande ferramenta para ajudá-lo a desenvolver seus inúmeros projetos: a informática que, segundo ele, é uma grande aliada graças à agilidade e exatidão. Outro aliado de Salomão é o filho Paulo, que seguiu uma carreira parecida com a do pai, a de engenharia, e sempre o ajuda nas obras.
Já na panificação, Marcos conta com o apoio de Breno- seu outro filho, administrador de empresas que gerencia uma de suas padarias. Mesmo assim, faz questão de acordar cedo e passar na padaria para ver como estão os negócios. O sucesso e o empenho neste segmento lhe renderam o título de presidente da Abip, onde exerce o primeiro mandato e acumula uma terceira função. “Tenho muitos compromissos pela Abip e isso requer uma agenda bastante organizada. Mesmo assim consigo atuar nos dois outros negócios”, comenta.
A agenda é cheia, mas Marcos ainda encontra tempo de cuidar de seu mais precioso negócio: a família. “Não sou um viciado em trabalho mas sei dosar meu tempo. Ainda consigo encontrar um tempo só para mim e para curtir a minha família”, diz.
*Admilson Resende é jornalista e colaborou para o site Empregos.com.br
Profissão: Empresário
por Admilson Resende* O que podem ter em comum uma advogada, um arquiteto, uma psicóloga e um engenheiro? Apesar da aparente discrepância, a mesma vocação, ou melhor, a mesma profissão: empresário. Cada vez mais, pessoas que passaram pelo ensino superior assumem essa profissão. Quer seja por influência familiar ou não, atualmente, os profissionais tanto querem […]
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