Carreiras | Empregos

por Juliana Falcão
Pesquisa realizada pela Impacta Tecnologia junto a 150 grandes
empresas dos setores primário, de infraestrutura, informática, finanças, indústria e comércio detectou que 37% das organizações consultadas perderam pelo menos 20 funcionários para empresas estrangeiras nos últimos três anos.

Desses profissionais, 25% se dirigiram para os EUA e 16% para a Europa. Segundo Célio Antunes, diretor da Impacta e membro da diretoria do Núcleo Empresarial Sindical da Fiesp, ganhar em dólares e melhorar o currículo são alguns dos motivos que levam os especialistas a saírem do Brasil. “Os profissionais costumam ser mais reconhecidos quando trabalham fora. Além disso, muitos aproveitam para fazer cursos, globalizar seu currículo e aumentar o valor do seu passe”, explica ele.
Célio acredita que essa tendência é boa, mas também tem seu lado ruim. “Para o profissional é importante essa experiência, pois desse modo adquire mais conhecimento tecnológico, além de conhecer novas empresas e países”, diz o diretor. Entretanto, ao mesmo tempo que é vantagem para o Brasil ser bem representado lá fora, há uma desvantagem: a saída de capital. “O dinheiro que essas pessoas ganham não é gasto no Brasil e ao mesmo tempo, não temos um alto índice de exportação de software, o que poderia eventualmente compensar essa perda”, explica Antunes.
Outro dado importante da pesquisa é que dos 800 entrevistados, 43% ainda têm dúvidas quanto a aceitar uma oportunidade de trabalho no exterior, 42% estão interessados numa proposta como essa e 15% não deixariam o país.
Para o diretor, uma forma de segurar esses profissionais no país é a intensificação de produção e exportação de software. Isso porque o país possui treinamentos altamente qualificados na área de TI, mas não oferece boas oportunidades para quem deseja praticar o que aprendeu. “A Índia, outro país que exporta bastante seus profissionais de TI, exporta dez vezes mais softwares do que o Brasil. Isso faz com que a saída de dinheiro por parte dos profissionais qualificados seja suprida pelo que entra com a exportação de equipamentos tecnológicos”, conta Antunes.
Apesar da crise que assolou o mercado de TI americano, a demanda de profissionais especializados nesse país vem crescendo bastante. “A euforia acabou. Agora é o momento de buscar crescimento com qualidade. Empresas .com, por exemplo, vêm se destacando no mercado, assim como os profissionais com conhecimentos em desenvolvimento de sistemas, B2B, banco de dados e linguagem ASP. Os brasileiros ficam muito tentados a agarrar essas ofertas”, afirma Antunes.
A pesquisa da Impacta revelou ainda que 27% dos entrevistados acreditam que estarão de volta em até três anos, 16% afirmam que a volta acontecerá em menos de um ano e 7% acham que jamais retornarão.
Para Célio, a volta de alguns se justifica quando conseguem oferta de salário igual ou aproximado ao do emprego no exterior. Outros se submetem a ganhar menos pela falta de adaptação em outros países. “O Brasil é bastante hospitaleiro e possui uma população solidária, ao contrário de muitos países do primeiro mundo”, conta.

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