Carreiras | Empregos

por Daniele Aronque
A OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou os resultados de seu último relatório sobre o mercado de trabalho em todo o mundo.

O estudo, que foi chamado de “Vida Profissional na Economia da Informação”, mostra que mesmo com o grande e rápido desenvolvimento do mercado de comunicação, um número cada vez maior de profissionais não está capacitado para integrar e se adaptar às exigências tecnológicas do mercado.
Outro detalhe importante apontado pela pesquisa é que essa “revolução tecnológica” está provocando um fenômeno chamado por eles de “divisão digital”.
Segundo Juan Somavia, diretor geral da organização, essa evolução tecnológica dá um grande potencial para o mercado de trabalho, mas também há o risco de que uma porção significativa da população mundial fique sem acesso aos empregos. “Para impedir que isso aconteça, precisamos criar políticas e desenvolver programas que beneficiem essas pessoas”, explica o diretor.
Veja os pontos chaves do relatório:

  • atualmente, cerca de 1/3 da população mundial está desempregada ou em subempregos (mais ou menos 3 bilhões de pessoas). Desse total, 160 milhões estão realmente sem nenhuma fonte de renda – 20 milhões a mais do que antes da crise econômica da Ásia, em 1997
  • a economia mundial deve continuar se expandindo da maneira que está hoje para gerar, pelo menos, 500 milhões de novos postos de trabalho na próxima década e desse modo acomodar novos profissionais e reduzir o números de desempregados
  • mesmo com o grande crescimento da área tecnológica nos países desenvolvidos e sua penetração em países que ainda estão em desenvolvimento, muitas partes do mundo ainda estão “tecnologicamente desconectadas” dos benefícios digitais

O estudo reforça que a tecnologia terá um grande impacto na qualidade de vida dos profissionais dos países mais pobres se políticas de trabalho forem direcionadas para o desenvolvimento do mercado.
Para que isso ocorra, a pesquisa aponta duas importantes necessidades: existência de um programa de desenvolvimento para uma boa infraestrutura de telecomunicações e disponibilidade para programas de educação profissional.
Na opinião de Somavia, o desenvolvimento tecnológico é de alcance global, irreversível e de grande impacto. “Se quisermos que as empresas pontocom tenham um papel importante nesse novo panorama, contribuindo para o objetivo de conseguir oferecer postos de trabalho para todos, devemos ter certeza de que há uma política de trabalho estruturada em todo o mundo”, completa.
Veja alguns dados do panorama mundial das telecomunicações

  • 90% dos usuários de internet estão nos países de primeiro mundo. Desse total, 57% só no Canadá e nos Estados Unidos
  • usuários da África e do Oriente Médio somam apenas 1% do total – as maiores mudanças nas relações econômicas e comportamentais acontecem em locais onde a tecnologia está mais em uso
  • alguns países do leste da Ásia, como China, Malásia, Tailândia e Filipinas, tiveram um rápido progresso na área tecnológica, sendo capazes de obter uma parte importante do mercado produtor de equipamentos
  • o mercado produtor de softwares da Índia cresceu cerca de 50% na última década. Isso criou muitos empregos no país e gerou um pólo de talentos tecnológicos que vem chamando atenção dos países industrializados e das multinacionais
  • no Senegal, a regulamentação do mercado provocou a expansão da área de telecomunicações, criando centenas de postos de trabalho
  • na África do Sul, o desenvolvimento das telecomunicações possibilitou um acesso mais fácil e rápido aos serviços públicos, médicos, benefícios sociais e ao governo
  • as mulheres ainda são minoria no uso da internet, tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento. Na América Latina, o número de usuárias é de 38%, na União Européia, 25%, na Rússia, 19%, no Japão, 18% e no Oriente Médio, 4%.
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