por Camila Micheletti
Você já pensou em trabalhar em uma microempresa? Se você está desempregado, ou mesmo está trabalhando mas pretende reavaliar seu atual trabalho, comece a pensar seriamente nessa hipótese. Não que as empresas com até 19 funcionários não tenham problemas. Mas o fato é que elas vêm crescendo, driblando a competitividade do mercado e podem oferecer oportunidades de trabalho muito atraentes.
Segundo um estudo recente realizado pelo BNDES, o crescimento do número de trabalhadores nas microempresas foi de 25,9% entre 1995 e 2000, o que equivale a 1,4 milhão de vagas. No mesmo período, o número de trabalhadores em grandes corporações cresceu 0,3%. Da mesma forma, enquanto o número de empresas de grande porte cresceu 2,2%, o de microempresas aumentou em 25%.
Embora as maiores responsáveis pelo aumento do nível de emprego tenham sido as microempresas, as organizações de grande porte ainda respondiam, no ano de 2000, por 55% dos postos de trabalho. Já as microempresas representavam 93% do total de empresas e respondiam por 26% dos postos de trabalho. O aumento de participação das micro aconteceu em todos os setores da economia.
O estudo foi realizado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento) a partir dos dados colhidos pela Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego. A RAIS é um questionário anual preenchido por todas as empresas registradas no país.
“Apesar de gerarem muito emprego, essas empresas também têm altoíndice de mortalidade e, justamente por isso, também apresentam um índice de demissão muito alto. É fato que as pessoas que trabalham em microempresas estão muito mais sucetíveis ao desemprego e à instabilidade”, alerta Sheila Najberg, gerente da área de assuntos fiscais e emprego do BNDES e uma das responsáveis pela Pesquisa.
As vantagens? Se você souber bem como funciona a empresa, pode tirar proveito de uma estrutura enxuta, sem burocracias, com menos competitividade e, por consequência, com mais qualidade de vida. A proximidade do poder é outro fator importante. Quanto menor a hierarquia, mais você aparece e tem chances de estar perto de quem decide. Mas os consultores advertem que não é qualquer profissional que se adapta a essa estrutura. Se você preza status, salário alto e benefícios como participação nos resultados, esse não é o seu lugar.
Quer saber mais como é a estrutura de um pequeno negócio – ou até mesmo partir para um empreendimento só seu? Consulte o Guia do Negócio Próprio. As pequenas empresas vêm investindo pesado em tecnologia, equipamentos, serviços e, sobretudo, em gente, que é o diferencial de toda organização – seja ela de 5 ou 5 mil funcionários.