Carreiras | Empregos

De 2009 para 2010, a proporção de pessoas com 50 anos ou mais com presença no mercado de trabalho aumentou de 20,9% para 21,5%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre o aumento foi de 4,7%, alcançando o contingente de 12,1 milhões.
O avanço foi superior à faixa de 25 a 49 anos, que cresceu 0,9% de 2009 para o ano passado. “O profissional mais experiente está sendo cada vez mais valorizado no mercado em virtude do momento de carreira que vive. Ele está na fase de consolidação, quando é possível notar um misto de experiência e maturidade. O mercado reconhece isso”, diz Matilde Berna, diretora de gestão de carreira da Right Management.
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Por que, então, muitos profissionais que passaram dos 50 dizem encontrar dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho? Segundo a especialista em recursos humanos Margot Nick, gerente de projetos da Kienbaum, consultoria de RH, gestão de negócios e executive search, alguns segmentos privilegiam a geração mais jovem.
“Os segmentos de consumo, marketing e comercial, dentre outros, valorizam os mais jovens por sua energia, potencial criativo, mobilidade. Por outro lado as áreas de engenharia, bancária e as consultorias, por exemplo, buscam pessoas mais experientes.”
O consultor Paulo Queija, da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial, explica que as empresas buscam pessoas antenadas nas novas tecnologias e nas redes sociais para criar ou desenvolver produtos, por isso os jovens podem levar vantagem na maioria dos segmentos. “Em tese, os mais jovens estão mais familiarizados com a tecnologia.”
Em áreas em que falta mão de obra qualificada a coisa muda de figura. Um exemplo é segmento financeiro, que valoriza o profissional mais experiente, aponta Margot Nick, da Kienbaum. “É um profissional mais maduro, que tem vivência em crise, diferentemente dos mais jovens”. Quem optou por carreiras técnicas, diz a consultora, tem de buscar oportunidades em organizações que valorizem projetos a longo prazo. “Empresas dinâmicas, grosso modo, preferem os jovens.”
Atualize-se ou morra
De acordo com Margot, em muitos casos, é a falta de atualização, e não a idade, que atrapalha o ingresso dos profissionais no mercado. “Quem se afasta fica desatualizado. Os conceitos e as ferramentas mudam rapidamente”, diz. Ainda conforme a consultora, espera-se dos profissionais da faixa dos 50 anos formação e carreira consistentes, o que nem sempre acontece. “Profissionais que por algum motivo não evoluíram em seu segmento encontrarão maior dificuldade.”
Segundo Matilde Berna, da Right Management, o profissional de 50 anos ou mais é avaliado pela experiência, capacidade de gerar resultado, diferencial competitivo e aderência ao mercado. “O mais importante é estar sempre atualizado e qualificado, buscar estar sempre bem preparado para aquilo que é exigido em sua atividade profissional, para que esteja em destaque e seja visto como um bom recurso.”
Para os que perderam competitividade por não se atualizarem ou estarem fora do mercado, a recomendação é voltar à universidade, participar de cursos de extensão, palestras e seminários que agreguem conhecimento. “É preciso se preparar para melhorar o currículo”, ensina Margot. O networking também é fator relevante. “A rede de relacionamento deve ser alimentada durante toda a vida profissional.”
Conforme o consultor Paulo Queija os profissionais de mais idade devem ainda aprender a usar as novas tecnologias. “Há muitas formas de aprendizado. É necessário buscar as novas tecnologias de aprendizado e de aplicação técnica.”

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