Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins

No ano 2000, os games não passavam de jogos de entretenimento. O desafio era vencer o adversário (real ou virtual); os players eram aficionados que viam o jogo apenas como hobby. Hoje os games são um filão no mercado tendo alcançado a marca de R$ 87,5 milhões do produto nacional bruto do Brasil, considerando as produções de hardware e software, revela pesquisa da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames).
Com a expansão do negócio as 42 empresas brasileiras que atuam no ramo de jogos eletrônicos e empregam cerca de 600 pessoas tornaram-se miúdas para atender a demanda de profissionais da área, que cada vez mais procuram oscursos de graduação em games. Resultado: players graduados e pós-graduados fazem a mala rumo ao exterior, onde o mercado é fortalecido
“Muitos profissionais fazem carreira no exterior, onde o mercado é consistente e o número de vagas é muito maior, e lá adquirem conhecimento. Às vezes, voltam com essa expertise e aplicam no Brasil. Com a experiência aumentam as chances de conseguir uma vaga no mercado brasileiro”, diz Fernando Chamis, membro diretor da Abragames e sócio da Webcore Games, empresa especializada em advergames.
Mas esse quadro vai mudar, acredita Chamis. A expectativa dele é que até o próximo ano a taxa de crescimento industrial na área de jogos eletrônicos duplique.
Algumas iniciativas já vêm sendo tomadas a fim de incentivar profissionais da área e aquecer o mercado brasileiro. Uma delas, é o BRGames (http://www.brgames2009.com.br/), projeto do Ministério da Cultura em parceria com a Sociedade Brasileira para Promoção da Exportação de Software (Softex), que visa o fomento à indústria de jogos eletrônicos no Brasil, bem como o estimulo à criação de ambientes de mercado para o game e a participação no exterior.
Chamis é otimista: “O mercado vai se estabelecer e as empresas vão entender melhor a importância da utilização dos jogos, tanto para a realização de treinamentos como para a divulgação de suas marcas. Consequentemente surgirão mais estúdios de jogos e mais vagas no mercado fazendo com que bons profissionais fiquem por aqui, já que teremos mais ofertas”.
Enquanto no Brasil os advergames e os serious games são os mais procurados pelo mercado, no exterior, a indústria de entretenimento tem mais força. Segundo a Abragames, 43% da produção nacional de software para jogos é destinada à exportação.
“No Canadá, Estados Unidos, Inglaterra e Japão o foco do mercado são os consoles [brinquedos]. Para se ter uma ideia, a indústria de entretenimento supera até o mercado de cinema e de música. Há estúdios no Canadá que comportam mais de mil players”, diz Chamis.
Para quem pensa em seguir a carreira de games no Brasil ele orienta o contato direto com jogos, a escolha de boas experiências, fluência no inglês e domínio de outro idioma. “Só gostar de jogar não basta para atender às exigências do mercado, é preciso desenvolver habilidades diversas. A dica é projetar pequenos protótipos de games desde o início da formação. Desta forma, o jovem monta um portfolio e tem o que mostrar em uma entrevista de emprego”.
Formação As universidades costumam designar os cursos de games como Game Design, Produção de Jogos, Arte 3D, Programação em Jogos, Jogos Digitais ou de Animação, e afins.
Segundo Chamis, para produzir um jogo é necessário congregar profissionais de todas essas áreas. Ele destaca que os cursos devem proporcionar aos acadêmicos graduandos ou pós-graduandos conhecimento específico em ao menos uma dessas ramificações.
A estrutura física da faculdade também é fator importante. Os laboratórios devem ser bem equipados com softwaresde última geração para garantir a excelência na formação dos alunos e o efetivo ingresso no mercado de trabalho.
A duração dos cursos varia de dois a três anos. O profissional pode atuar em empresas públicas, privadas, ONGs ou como autônomos. Hoje, artistas gráficos e programadores são os que mais procuram cursos na área de games. Um profissional graduado que trabalha com games ganha em média R$ 2.272,71.
No Brasil, as principais instituições de ensino e pesquisa da área são UniversidadeAnhembi Morumbi (SP), Instituto Certi Amazônia (AM), CIn-UFPE (PE), Grupo de Pesquisa, Comunidades Virtuais (BA), Faesa (ES), Icad-IGames (RJ), Interlab USP (SP), LabIME-Uerj (RJ), PUC-MG, PUC-SP, Senac (SP), Uerj (RJ), UnB (DF)* e Unicsul (SP).
*Fonte: site Abragames
Linguagem dos games*

consoles o brinquedo ou videogame
advergames jogos que servem para divulgar uma marca, empregados nas publicidades
serious games jogos aplicados em treinamentos pelas empresas

Mercado de jogos no Brasil*

empresas 42
profissionais 600
rendimento 87,5 milhões do produto nacional bruto

Players*

formação Game Design, Produção de Jogos, Arte 3D, Programação em Jogos, Jogos Digitais ou de Animação, e afins
perfis mais comuns artistas gráficos e programadores
atuação empresas públicas, privadas, ONGs ou como autônomos
ganho médio R$ 2.272,71 por mês

*fonte: Abragames

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