Por Clarissa Janini
Já pensou em fazer carreira fora do Brasil? Este é o sonho de muitos brasileiros que procuram expansão cultural e, na maioria das vezes, financeira. Ganhar em dólar ou Euro pode ser muito atraente, mas Theunis Marinho, em sua palestra no Career Fair 2005, mostrou que nem sempre o sucesso lá fora é garantido. Ex-presidente da Bayer Polímeros Latin América, Marinho morou por vários anos na Alemanha, sede da empresa, e sabe como ninguém os percalços de se trabalhar em território estrangeiro. “Nos primeiros meses, minha mulher quis voltar por não ter se adaptado à Alemanha. Eu disse que deveríamos ficar e insistir na experiência. Seria muito fácil pegar um avião e voltar ao Brasil, difícil mesmo foi conseguir chegar à Alemanha”.
Durante a apresentação, além de contar um pouco de sua trajetória, ele deu dicas preciosas para quem pretende ter sucesso lá fora. “Antes de tudo, é preciso saber que brasileiro chega lá por baixo, tem que mostrar competência para ser reconhecido”.
O palestrante aponta os setores mais promissores de nosso País no exterior:

• “Somos bastante competitivos em construção civil, agronegócios e aviação civil”;
• “Se houver investimento, também poderemos ter êxito em turismo, pesquisas farmacêuticas e entretenimento musical”.

Confira os pontos críticos para o sucesso de brasileiros no exterior apontados pelo palestrante:

• Ser líder motivacional em equipes multi-étnicas;
• Adaptar-se ao ambiente sem perder a identidade;
• “Ser brasileiro” como diferencial positivo;
• Ter fluência no idioma;
• Idade, quanto mais cedo melhor;
• Estar bem resolvido com a questão familiar;
• Adaptar-se ao novo e saber recomeçar.

Marinho também citou os “vícios tupiniquins” mais comuns e que devem ser evitados lá fora:

• Confundir criatividade com improviso;
• Individualismo latino – em outras palavras, a malandragem de querer ser dar bem por cima do outro;
• Excesso de otimismo antes dos resultados;
• Conformismo e passividade diante de perspectivas negativas;
• Pressa (“os brasileiros têm mania de querer as coisas apenas em curto prazo”).