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Por Clarissa Janini
O Fórum Mundial de Alta Performance teve início no dia 12 de abril com a apresentação de Peter Senge, professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e diretor do Centro de Aprendizado Organizacional da Sloan School of Management do MIT. Para Senge, a liderança em alta performance está ligada à satisfação pessoal e ao envolvimento intenso com o ambiente em que se vive. Assim, o líder passa a ser não apenas um cargo, mas um estilo de vida capaz de gerar profundas mudanças na sociedade.
Autor de A Quinta Disciplina: Arte e Prática da Organização que Aprende (editora Best Seller) e co-autor de A Quinta Disciplina: Caderno de Campo – Estratégias e Ferramentas para Construir uma Organização que Aprende (editora Qualitymark), Senge fez uma completa abordagem sobre as novas tendências da liderança à interação e troca de experiências com os participantes. Consciente da realidade global, ele também tocou no delicado tema da preservação ecológica por parte das empresas. “O ambiente do mundo dos negócios está mudando profundamente. Temos que acompanhar essa tendência e pensar no futuro que deixaremos para nossas crianças”.
Tratando de tipos de liderança, ele identificou duas realidades: o líder formal, que tem essa designação pura e simplesmente por conta do cargo que ocupa, e o líder real, aquele que cativa, comove e consegue provocar mudanças nas pessoas ao seu redor. “Algo que pude notar com minhas experiências foi que os líderes naturais, aqueles que têm o poder de transformar o ambiente que os cercam, não têm plena consciência disso. Eles fazem apenas o que acham correto, são espontâneos em suas atitudes”.
Senge enumera três capacidades centrais de um líder nato:

  • Sólido senso de propósito: “O que é primário e o que é secundário para a organização?”;
  • Capacidade de reflexão: “Deve-se criar o próprio modelo mental de motivação”;
  • Entendimento complexo: “A pessoa deve saber ouvir seus diferentes, deve possuir inteligência coletiva”.

Outra questão abordada pelo professor foi fato de muitas empresas serem vistas como – e realmente terem esse objetivo – “máquinas de dinheiro”. “Essas organizações não têm grande durabilidade no mercado, pois não há propósitos de mudança e interação com o meio em que habitam. Empresas de longa vida são aquelas que conseguem fazer parte da comunidade”. No Brasil, o presidente da HSM, Carlos Alberto Júlio, diz que essa realidade é variável. “Há empresas de primeiro mundo no terceiro e vice-versa. O que é relevante, especialmente no Brasil, é saber educar um futuro profissional holisticamente, para que ele não seja apenas um produto”. Sobre a missão e os objetivos das empresas ele diz que “já está havendo mudanças de parâmetro em algumas organizações, que têm consciência de que cliente interno satisfeito contribui para o progresso da empresa”.
O ser humano em primeiro lugar
Durante a palestra, Senge citou alguns cases de empresas de sucesso que tinham algo em comum: a valorização das pessoas dentro da organização. “A Toyota é um dos líderes do segmento automotivo e tem uma política bastante horizontal em relação à hierarquia dos cargos. Lá, uma decisão importante só entra em vigor se for aprovada por todos, e não apenas pelo pessoal do ‘frontline’”.
Ele também aponta como essencial o relacionamento interpessoal dentro do ambiente de trabalho. “Tomar café com outros colegas, por exemplo, é uma ótima forma de se fortalecer relações e até mesmo trocar idéias sobre a empresa que aparentemente não caberiam em uma situação mais formal”.

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