por Camila Micheletti
Em sua quinta edição, a ExpoBelta 2004, feira de informações de cursos no exterior que ocorre em março em três capitais brasileiras, traz algumas novidades em relação aos anos anteriores. A mais importante é a separação das escolas e agências de intercâmbio em ilhas de países, que este ano são seis: Reino Unido, Estados Unidos, Espanha, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Argentina. Essa separação permitirá que as escolas e os cursos de cada país fiquem reunidos em um único lugar, facilitando o acesso dos estudantes às informações.
Desta forma, além de conhecer cursos de língua e de especialização, MBA, high school, estágios remunerados, entre outros, os visitantes da Feira poderão conferir apresentações regionais de cada país. “A feira mudou sua característica. Haverá um envolvimento cultural do destino e não simplesmente a comercialização dos cursos”, afirma Eduardo Camargo, presidente da Belta. Para entreter os visitantes e divulgar os países, a Nova Zelândia, por exemplo, vai trazer uma perfomance de dança dos maoris, nativos da Nova Zelândia. Do Reino Unido vêm um DJ londrino e uma apresentação de maquiagens para a área cenográfica e o Canadá vai apresentar um coral feminino de Winnipeg, que vai cantar músicas em francês, e também um coral de uma escola canadense no Brasil, que vai cantar em inglês e francês. Outras atrações devem acontecer. A Espanha estava confirmando a apresentação de um DJ, os Estados Unidos um grupo de jazz e a Argentina esperava trazer uma amostra do mais legítimo tango portenho, informações que não haviam sido confirmadas até o fechamento desta edição.
A ExpoBelta começa no dia 05 de março em São Paulo, onde fica até o dia 07; depois vai para Rio de Janeiro, no dia 11 de março. Salvador é o último destino da Feira, que ocorre por lá no dia 13 de março. As apresentações culturais, que acontecerão apenas na capital paulista, tornaram-se possíveis graças ao esforço dos consulados e órgãos representativos dos países no Brasil. “Já estão confirmadas as participações de associadas da Belta, de várias escolas do exterior e de cinco organismos: o New Zealand Trade e Enterprise (Nova Zelândia), Turespaña (Espanha), o British Council (Reino Unido), a Câmara de Comércio dos Estados Unidos e o CEC – Canadian Educational Center (Canadá)”, afirma Mônica Vieira, assistente executiva da Belta.
Nos estandes, os interessados em vivenciar as experiências de cada país também poderão colher dicas e aconselhamento sobre as escolas mais adequadas ao tipo de solicitação e interesse. Para esclarecer dúvidas comuns sobre vistos e sobre o funcionamento dos programas, os países participantes realizarão palestras específicas.
De acordo com informações divulgadas pela Belta, haverá promoções para cursos de idioma e desconto de 40% para pacotes que incluem curso, acomodação, taxas e passagem aérea. O estande do Canadá, por exemplo, irá premiar alguns visitantes com carteirinhas SPC (Student Price Card), que concedem desconto aos estudantes em diversas lojas canadenses.
Belta espera aumento no número de visitantes
Encerrada a fase mais tensa de guerras e atentados internacionais, com o cenário da economia brasileira melhorando e o dólar mantendo-se em um valor constante, viajar para o exterior volta a ser um sonho possível. “2003 foi o ano de acertar a casa, pagar as contas e esperar que o mundo se acalmasse e o dólar e a inflação baixassem de uma vez por todas. A tendência é que, em 2004, as pessoas voltem a viajar, principalmente para buscar um aprimoramento no idioma. Todas as viagens que estavam programadas para os anos anteriores devem acontecer este ano. Estamos esperando pelo menos 5 mil visitantes por dia da Feira”, garante Mônica Vieira. Não estamos falando de uma simples viagem de férias: o propósito aqui vai muito além de conhecer um novo país, apesar das opções de lazer fazerem parte da programação.
De acordo com uma pesquisa realizada com os visitantes da ExpoBelta no ano passado, 63% das pessoas que visitam a Feira vão em busca de informações sobre programas de idiomas em geral; 32% querem fazer um curso de especialização; 25% buscam cursos de férias e 18%, mestrado. Fazer faculdade no exterior é a opção de 15% dos visitantes, e o MBA é escolhido por 13%. A surpresa da pesquisa ficou por conta dos cursos de high schol, que são os cursos de ensino médio – o antigo colegial. Apenas 4% dos visitantes disseram ter interesse em programas deste tipo. Para Mônica, esse resultado se deve ao período de turbulência e instabilidade mundial que havia no ano passado. “Os pais ficavam receosos em mandar seus filhos mais novos estudar no exterior, mas esperamos que este número se estabilize este ano”. A maioria dos visitantes, 54%, tem de 18 a 25 anos e 63% são estudantes. Não houve um único país preferido. Os destinos mais procurados, todos com 40% dos votos, foram 3: Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. A Austrália veio logo depois, com 38% dos votos. Em terceiro lugar está a Espanha, com 26%, e a Nova Zelândia em quarto, com 19%. “Mas, com as barreiras para conseguir um visto, o número de pessoas interessadas nos Estados Unidos deve baixar. A grande surpresa deste ano deve ser a Nova Zelândia. Lá os custos são mais baixos que em outros países, há a opção de trabalhar se você estiver fazendo um curso de graduação e o país é a capital mundial dos esportes radicais”, destaca a assistente executiva.