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Por Edmundo Rodrigues
Desde o início do ano passado, quando Juliana Veiga, de 20 anos, engatou o curso de Turismo e Gustavo Veiga, seu irmão, 22 anos, de Jornalismo, as “marcas” Universidade Anhembi-Morumbi e Faculdades Integradas de São Paulo (Fisp) estão estampadas em seus uniformes junto a grifes esportivas e de bebidas energéticas. “Nós não pagamos o curso da universidade”, comemora Gustavo. “Mas temos de mostrar serviço dentro e fora da sala de aula”, completa Juliana.
No ano passado, eles marcaram presença no 5º Campeonato Aberto de Snowboard, em Valle Nevado, no Chile. Conquistaram várias medalhas, inclusive no boardcross, uma “maratona” abaixo de zero, no qual ambos foram os primeiríssimos. “Competi com 64 snowboarders de vários países”, lembra Gustavo, orgulhoso.
Time do diploma
Mas não são apenas os títulos que são importantes: os atletas apoiados pelas universidades devem estudar muito. “Não bancamos as matérias repetidas “, afirma Luís Roberto Rodrigues, gerente da área de esportes da Universidade Sant’anna, por onde passaram campeões como o judoca Aurélio Miguel, medalha de ouro nas Olimpíadas de Seul.
Ele conta que, até 1996, todas as bolsas oferecidas pela universidade eram integrais. Hoje, dos 430 atletas, 80% não pagam faculdade e os outros contam com descontos de 30% a 90%. “Muitos estudantes abusavam dessa facilidade; eram reprovados e demoravam até oito anos para concluir o curso tirando a oportunidade de outros interessados”, explica Rodrigues.
Pivô da seleção de basquete desde abril de 1999 e “boa aluna” de Estudos Sociais, Eliane da Silva Ferreira, de 21 anos, é um dos talentos que contam com bolsa integral na Santanna. “O curso não tem muito a ver comigo”, constata a atleta, que prestou vestibular depois do “toque” sobre as facilidades. “Quero prosseguir no esporte”, emenda ela que, por causa de uma torção no joelho, teve de acompanhar os Jogos Pan-Americanos de Winnipeg , no Canadá, pela televisão. Há quatro anos, ela pratica basquete e se divide entre os treinos da universidade e do Clube Santa Maria , time de São Caetano do Sul.
A bolsa de estudos também era o alvo do judoca Daniel Hernandez, de 20 anos, quando fez vestibular para Educação Física na Universidade Paulista (Unip). “Foi a única faculdade que prestei”, conta o atleta. “Mas vida de campeão não é eterna”, admite ele, que espera garantir o diploma. Hernandez está repetindo o primeiro ano do curso que foi “um pouco tumultuado” por causa dos treinos e jogos do ano passado.
No entanto, o judoca não comprometeu a bolsa de 100%. Isso porque ele conta com o apoio do Clube Pinheiros que tem convênio com a Unip. “O clube arca com a mensalidade de seus melhores atletas”, afirma o diretor geral de esportes da universidade, Roberto Toledo Rodrigues Junior. A Unip também fez acordo com o Clube Espéria, que os atletas podem freqüentar.
O diretor conta que, no início do ano, sempre acontece o Campeonato Universitário Estímulo; calouros versus calouros disputam uma vaga na seleção da faculdade para levar um desconto de 30%. “Se os alunos participam de qualquer campeonato, ganham uma bolsa integral no mês seguinte”, explica Rodrigues.
Veja abaixo, as universidades que oferecem programas de bolsas para atletas:
Universidade Santanna
Universidade Paulista
Universidade Anhembi-Morumbi
Cruzeiro do Sul
Mackenzie
Universidade São Judas
Unicid
Universidade Brás Cubas
Universidade Metodista de São Paulo

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