A pauta sobre diversidade e inclusão é relativamente nova, mas está conquistando cada vez mais espaço nas organizações. Embora muitas empresas tenham conhecimento teórico sobre esse assunto, colocar em prática é muito diferente. Por isso, entra o papel do profissional especialista em diversidade e inclusão.

De fato, o surgimento dessa nova profissão teve grande influência devido às leis trabalhistas e previdenciárias, com foco em alguns grupos, como os PcDs. A Lei de Cotas criada nos anos 90 (Lei Federal 8.213/91) fala sobre as empresas incluírem pessoas com deficiências em seu quadro de funcionários. A lei determina que cada empresa com mais de 100 funcionários (as) deve ter de 2% a 5% de funcionários com deficiência. 

A partir dessa determinação, percebeu-se a necessidade de profissionais de recrutamento e seleção para ajudar na contratação de profissionais considerados “minorias”. Dessa forma, quando você vê anúncios de vagas afirmativas, para negros, deficientes ou público lgbtqia+, existe todo um planejamento que é realizado pelo profissional. Mas o seu papel vai muito além de recrutar candidatos.

Diversidade e inclusão no dia a dia

Um dos principais pontos de dificuldade quando se fala em aplicar a cultura de diversidade e inclusão em uma organização, é o conhecimento. Engana-se quem pensa que isso se resume apenas à contratação de profissionais.

O especialista em diversidade e inclusão, também conhecido como D&I ou People and Culture (Pessoas e Cultura) realiza diversas tarefas dentro de uma organização. Como por exemplo:

• Trabalha em parceria com a equipe de recrutamento e seleção para garantir que os processos sejam mais inclusivos;
• Realiza acompanhamento dos novos colaboradores na etapa de onboarding;
• Faz o planejamento das ações voltadas para Diversidade e Inclusão;
• Organizar treinamentos, palestras e outras ações que estejam alinhadas ao tema.

Embora o papel desse profissional dentro da organização seja importante, o trabalho não é realizado sozinho. Como assim? Mesmo que a empresa tenha uma área de D&I ou apenas um funcionário responsável, toda a organização deve estar envolvida. Ou seja, a empresa precisa entender que ter um ambiente diverso e inclusivo, vai além do que simplesmente preencher cotas. 

Um exemplo claro é a luta contra o preconceito, seja por gênero, etnia, religião ou qualquer outro ponto. Um ambiente livre de preconceito é de responsabilidade de todos e não apenas de um setor. 

Outra situação que podemos citar é a acessibilidade. As empresas devem estar preparadas para receber os seus funcionários, isso também se refere a estrutura, como em casos de profissionais PcDs. Além de oferecer treinamento para membros da equipe para receber os colegas de trabalho, como no caso de pessoas com deficiência auditiva ou visual, por exemplo.

Lucratividade e geração de valor

A geração de valor e lucratividade estão relacionadas com organizações que contam com a área de diversidade e inclusão. Isso é apresentado em um estudo realizado pela empresa Mckinsey & Company, em que foi apresentado que as empresas que adotam a diversidade de gênero são 15% mais propensas a ter lucratividade.

Em relação a diversidade étnica e cultural, empresas que são mais etnicamente diversificadas, têm uma probabilidade de 33% de desempenho superior comparado com outras empresas.

Outro ponto que deve ser considerado é a geração de valor. Não somente pelo público externo (como clientes, fornecedores etc), como também com o público interno, ou seja, os próprios colaboradores.  A empresa passa a ser mais admirada e respeitada por todos, além de contribuir para o employer branding, valorizando a marca empregadora.

Funcionários mais motivados

Quando a empresa investe para ser uma organização que trabalha com diversidade e inclusão, ela conta com funcionários mais motivados. Em uma entrevista realizada pelo Empregos, conversamos com a Isa de Avila, profissional na área de Diversidade&Inclusão e falamos sobre os desafios no ingresso de pessoas trans no mercado de trabalho. 

De acordo com a Isa: 

“Somos muito mais motivadas a buscar essas oportunidades que recebemos. Somos muito mais agradecidas, porque nós fomos inviabilizadas durante tanto tempo, que quando recebemos uma oportunidade, sabemos dar mais valor para isso.”

Para ver a entrevista completa, clique aqui e veja o vídeo em nosso canal no Youtube.

Papel importante na sociedade

A empresa também têm um papel importante na sociedade, pois ela é um canal de empregabilidade. Dessa forma, as pessoas conseguem se desenvolver profissionalmente, pagar suas contas, fazer planos e muito mais. Quanto mais pessoas trabalhando, melhor para o país.

Quando falamos de pessoas que se enquadram no que o mercado de trabalho chama de “minorias”, infelizmente as oportunidades ainda são poucas. Por isso, quando uma empresa abre vagas para essas pessoas, está dando a chance para que elas possam seguir com as suas vidas como qualquer cidadão.

Pontos importantes para a área de Diversidade e Inclusão

Toda a empresa que está construindo a área de Diversidade e Inclusão, precisa pensar em pontos importantes. São eles que vão ajudar no sucesso do trabalho desse setor dentro da empresa, veja:

Compromisso com a causa

É importante que os colaboradores que atuam nessa área tenham compromisso com a causa. Por lidar com temas que são sensíveis, além da empatia, é preciso ter conhecimento sobre as necessidades, para entender o que os colaboradores precisam.

Pesquisa

Buscar informações sobre como proceder nos processos seletivos e como tornar essa etapa mais inclusiva. Além de aplicar esse conhecimento no dia a dia é essencial para o trabalho dessa área ser realmente efetivo. Por isso, é muito importante contar com profissionais que são especialistas em diversidade e inclusão. 

Também é interessante acompanhar notícias e temas relacionados para agregar mais conhecimento. Um exemplo de conteúdo são os publicados pelo Noah Scheffel que é CEO da Educa TRANSforma e Andrea Schwarz CEO da iigual Inclusão e Diversidade, ambos Top Voices no LinkedIn.

Bom relacionamento com os colaboradores

A área trabalha em parceria com a equipe de recrutamento e seleção. Além disso, também sempre vai lidar com os colaboradores, seja em ações, onboarding, treinamentos etc. Por isso, é muito importante saber lidar com as pessoas.

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