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Na Embraco, multinacional brasileira líder mundial na fabricação de compressores herméticos para refrigeração, a palavra de ordem é uma só: celebrar. Lá tudo é motivo para festa.
Seja entre os cinco mil funcionários que estão na sede, em Joinville (SC), seja entre os outros quatro mil que estão espalhados pelos escritórios e fábricas dos Estados Unidos, Cingapura, Itália, Eslováquia e China, o clima de confiança, integração e orgulho é o mesmo. Defensora da seleção e promoção interna como forma de investir na carreira dos funcionários, a empresa não poupa esforços para manter o compromisso com o bem-estar dos colaboradores e com a qualidade dos serviços que presta. Por isso mereceu o prêmio pelo 9º lugar no Guia EXAME das melhores empresas para trabalhar no Brasil. Quem garante tudo isso é Afonso Junqueira, Diretor Corporativo de Recursos Humanos da Embraco. Você acha que eles ainda precisam de mais motivos para comemorar? Pois eles têm.
Empregos.com.br – Como é a visão de vocês e dos profissionais sobre o fato da Embraco ser uma multinacional brasileira, capaz de percorrer o caminho inverso das grandes organizações estrangeiras presentes aqui no Brasil, cujas vagas são extremamente disputadas? Há alguma diferença? É mais fácil fazer carreira?
Afonso Junqueira – Acontece um fenômeno raro: os profissionais saem do País para ensinar e não para aprender. É uma maravilhosa sensação de orgulho porque eles conseguem ser bem vistos e respeitados lá fora.
Empregos.com.br – Esse fenômeno deve gerar duas conseqüências importantes: valorização do profissional brasileiro e necessidade de treinamento constante…
Afonso Junqueira – Com certeza. Sempre investimos muito em treinamento, principalmente desde a criação, há dois anos, do projeto Visão de Futuro Embraco. Com ele, conseguimos preparar absolutamente todos os profissionais, com muito estudo e muita conscientização sobre a qualidade do produto e do serviço prestado.
Empregos.com.br – O Sr. tem registrados muitos casos de profissionais que foram absorvidos pela concorrência ou por outros países por terem se tornado bons especialistas?
Afonso Junqueira – Não, felizmente só me lembro de dois casos na Itália. O que já aconteceu foi que alguns profissionais gostaram tanto do País para o qual viajaram que resolveram ficar por lá, morando e trabalhando para a própria Embraco.
Empregos.com.br – Segundo o Guia EXAME, a Embraco tem uma das médias salariais mais altas das 10 melhores empresas para trabalhar e também o maior número de funcionários com mais de 10 anos de empresa – 1.427. Apesar dos benefícios e das oportunidades, dinheiro no bolso é garantia de satisfação?
Afonso Junqueira – A Embraco realmente tem altos salários, mas ainda assim não é motivo para retenção de talentos. Nossas pesquisas mostram que outros itens são mais valorizados. Mesmo se o salário fosse mais baixo, eles permaneceriam na empresa. Mas, de qualquer forma, não vamos fazer o teste para comprovar.
Empregos.com.br – A Embraco oferece uma ampla gama de benefícios e atrativos aos seus funcionários, muitos deles abertos às famílias também – como o clube recreativo, berçário e escola de esportes. O que significa para o profissional esse respaldo?
Afonso Junqueira – Significa que ele está certo de que a empresa vai cuidar dele e da família. É uma relação fraterna, que provoca um comprometimento enorme. Eu nunca vi nada parecido antes.
Empregos.com.br – Com isso a Embraco não corre o risco de ser vista como “empresa-mãe”, contrariando o conceito de que o profissional hoje tem que ser empreendedor, administrador da própria carreira e evitar a acomodação?
Afonso Junqueira – Você tem razão, mas a tendência aqui na empresa é exatamente essa. Quando perguntamos, em 1999, sobre o tempo que os funcionários imaginavam ficar aqui, o resultado foi oito anos e meio. Em 2001, a resposta foi oito anos e três meses. Para evitar que tenham uma postura acomodada, nós ensinamos e treinamos todos para serem empregáveis. Nossos treinamentos preparam para a carreira profissional, independentemente de estarem na Embraco ou não.
Empregos.com.br – A história de vocês é marcada pela expansão – tecnológica, de espaço, de pessoas e de faturamento. Qual é a história das pessoas que trabalham com vocês?
Afonso Junqueira – O baixo turn over (rotatividade de pessoas) comprova que a história deles também é de crescimento. Quase todo mundo aqui tem uma história para contar, porque contribuiu para a construção de algo ou até porque errou e sofreu para descobrir algo novo. É o orgulho de fazer parte da empresa, item muito bem pontuado no ranking da EXAME. Até os erros deles se transformam em história, porque são o caminho para as novas conquistas. Isso é muito gratificante para o funcionário.
Empregos.com.br – Como está o mercado de trabalho no segmento de vocês atualmente? Quais as oportunidades de crescimento, de contratação? Quais os planos da Embraco com relação a isso?
Afonso Junqueira – É um mercado que não está em crescimento. A Embraco consegue manter a estabilidade principalmente pelo fato de ter um balanço interno e externo. Como nossa política privilegia a retenção e a seleção interna de profissionais, nossas contratações estão direcionadas para os cargos mais baixos. Contratamos cerca de 30 profissionais por mês, que são treinados e preparados para fazer carreira na empresa.
Empregos.com.br – Qual é o profissional ideal para trabalhar na Embraco? Quais os caminhos para conseguir uma oportunidade na empresa?
Afonso Junqueira – Nosso método de seleção é a indicação, de preferência feita por profissionais que trabalham conosco. Por isso, sabemos que ética e honestidade são características natas das pessoas que se candidatam. Como geralmente são pessoas em início de carreira, a formação e o conhecimento técnico fica por nossa conta.
Empregos.com.br – Vocês têm funcionários em outros países. Como lidam com a adaptação e as diferenças culturais? Como integram a comunicação?
Afonso Junqueira – Não é fácil. Boa parte do que praticamos hoje aprendemos no dia-a-dia mesmo. Há alguns anos decidimos fazer uma auditoria cultural para levantar e entender as diferenças entre os países. A partir daí, passamos a treinar os profissionais que vão para o exterior e conscientizar todos a respeito da necessidade de administrar as diferenças. Aprendemos que o modelo brasileiro pode não ser o ideal para as fábricas e filiais estrangeiras, o que exigiu algumas mudanças. De qualquer maneira, o processo não foi e não é um problema porque uma empresa que está acostumada a lidar com os erros e aprende com eles consegue tirar isso de letra.

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