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Desafios no ingresso de pessoas trans no mercado de trabalho| Fonte: Empregos.com.br

O mais recente relatório da Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra) mostra que 88% das pessoas acreditam que as empresas não estão prontas para a contratação de profissionais trans. E não é raro encontrar o depoimento de pessoas que enfrentaram o preconceito nas primeiras etapas dos processos seletivos. 

Uma das questões que os candidatos transsexuais ou travestis apontam como mais críticos é a indiscrição nas perguntas. Que na maioria das vezes, resulta na exclusão desses profissionais do processo. Esse tipo de postura por parte da empresa, além de ultrapassada, é prejudicial não somente para o profissional, como também para a corporação como um todo.

Lembrando que caso seja comprovado o preconceito devido à pessoa fazer parte do grupo LGBTQIAP+ , configura transfobia que, assim como a homofobia, é crime no Brasil. Com a aplicação da Lei do Racismo (7.716/1989), e pode resultar em pena de 1 a 3 anos de prisão, podendo chegar a 5 em casos mais graves. 

82% das mulheres transsexuais e travestis abandonam ensino médio

Segundo a Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (RedeTrans), 82% das mulheres transexuais e travestis abandonam o ensino médio entre os 14 e 18 anos. Ao lidar com o preconceito na escola e até mesmo com a falta de capacitação dos profissionais da educação, muitos abandonam os estudos e seguem em empregos informais.

Dessa forma, a busca por um emprego formal fica ainda mais difícil, uma vez  que o mercado exige cada vez mais capacitação dos profissionais como forma de seleção nos processos. Segundo dados do 1º Mapeamento de Pessoas Trans da Cidade de São Paulo, 42% das mulheres trans responderam que possuem formação técnica ou específica. 49% dos homens trans responderam que possuem formação e 59% que se identificaram como não binária responderam ter formação.

Muito mais do que um emprego

Mudar a cultura organizacional e a filosofia da organização é o primeiro passo para abrir mais oportunidades para pessoas que têm dificuldades de entrar, se recolocar ou até mesmo se manter no mercado de trabalho por conta de sua idade, gênero ou orientação sexual. É preciso que as empresas entendam que o trabalho com as vagas afirmativas é a porta de entrada para o mercado de trabalho, mas também para o direito de uma vida digna. 

Todas as pessoas têm direito a um trabalho, afinal é de onde vem diversos outros desejos como: dinheiro, comida, abrigo, segurança, independência e liberdade. No entanto, para essas pessoas, essa é a oportunidade de mudar de vida. Entre relatos de homens e mulheres trans, a inserção no mercado de trabalho é descrita como uma batalha enfrentada por muitos, mas ainda conquistada por poucos. 

Entrevista

Saiba mais sobre os desafios que as pessoas trans enfrentam para conseguir um emprego, convidamos a Isa de Avila, profissional na área de Diversidade&Inclusão e palestrante, para falar sobre o assunto. Para conferir a entrevista completa, clique no vídeo abaixo.

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