Carreiras | Empregos

Por Gisèle de Oliveira
Uma vida profissional e pessoal de sucesso se constrói em cima de pilares e valores. Alguns deles foram discutidos na Career Fair (literalmente feira de carreiras), que aconteceu nos dias 2 e 3 junho, em São Paulo. A criatividade e a liderança foram os temas principais que pontuaram o evento organizado pela revista Você/SA.
Em sua quarta edição, a Career Fair já se consolidou como uma oportunidade para ouvir a opinião de grandes talentos, refletir sobre temas relevantes e fazer novos contatos, o conhecido networking. O sucesso do evento pode ser medido por seus números: foram 600 participantes inscritos, sendo que algumas palestras registraram uma platéia total de 700 pessoas e outras 200 ficaram sem inscrição. Metade dos participantes era de outros Estados e o público estava dividido em 55% de homens e 45% de mulheres, demonstrando todo o interesse que a feira desperta.
Abrindo com chave de ouro
A Career Fair 2005 não poderia ter começado de forma melhor. Abrindo o primeiro dia, que foi dedicado à criatividade, o consagrado sociólogo italiano Domenico De Masi retornou ao evento para dessa vez falar de “O poder da criatividade a favor da comunicação”.
De Masi condena o modelo norte-americano de administração, no qual prevalece a competitividade exacerbada e destrutiva que leva ao estresse e à infelicidade. Ele defende a criação em grupo e a valorização de equipes de trabalho, tema de seu mais recente livro: Criatividade e Grupos Criativos. “Pessoas que não são geniais colocadas ao lado de gênios podem formar excelentes grupos criativos”, afirmou.
Para o sociólogo, o homem sempre procurou transformar as fraquezas em oportunidades e fez isso usando sua criatividade. “Na sociedade industrial todos podiam ser utilizados. A sociedade pós-industrial irá usar pessoas criativas, mas não existem muitas. Esse é o grande desafio da humanidade nos próximos anos: redistribuir o saber e as riquezas”, declarou.
De acordo com De Masi, a grande mudança consiste em transformar o trabalho industrial num tipo de trabalho que alie o brincar, o trabalhar e o estudar, ao mesmo tempo. “O homem sábio não sabe nunca se está trabalhando ou brincando. Temos o direito e o dever de transformar o trabalho num ócio criativo. O ócio não é o não-trabalho. Uma empresa não funciona quando não há produção de idéias”, defendeu.
A arte do ócio
Autor de O Ócio Criativo, De Masi identifica na correria do dia-a-dia um forte inimigo da criatividade. “Hoje em dia temos máquinas que nos permitem economizar tempo e sempre temos a impressão de que ele nos falta. O ócio é uma arte, para praticá-lo é necessário ter cultura, pois é ela que nos permite enriquecer as coisas de significado. Quando as coisas têm significado precisamos de menos coisas na vida”.
O sociólogo italiano crê que um novo modelo de administração e de vida deva ser criado. “Não acredito que Itália e Brasil, por exemplo, possam alcançar os Estados Unidos e o Japão na produção de tecnologia. Mas tanto EUA quanto o Japão têm modelos de vida totalmente falidos. Um país capaz de produzir computadores melhores não necessariamente produz mais felicidade”, afirmou. “Um novo modelo precisa mais da emulação solidária do que da competitividade destrutiva. Nos baseamos na alegria, na sensualidade, no sorriso. Nossa força consiste no fato que somos povos que nos consideramos imaturos. Ser imaturo não é ruim. É bom ser sempre verde, inacabado, experimental, como já dizia o poeta. A força da criatividade será o futuro”, concluiu.
Palestras do primeiro dia:
Criatividade e Inovação X Erros
Painel de empreendedorismo – Carreira em empresas emergentes
Painel de empreendedorismo – Carreira como empreendedor
Desenvolvendo potencial criativo na aceleração de processos de mudança
Palestras do segundo dia:
A competência em liderar (Liderança transformadora)
Liderança e excelência no negócio
O poderoso chefão
Internacionalizando sua carreira de maneira empreendedora e criativa
Painel de liderança – Assim é o presidente, assim é a empresa
A arte de liderar

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