Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
É unânime: bons executivos possuem vasta experiência pessoal e profissional. Fora isso, não há receitas infalíveis para atingir o topo do organograma corporativo que, aliás, funciona cada vez mais pela lógica horizontal. O que existem são direcionamentos para que o profissional possa alinhar seus objetivos com as regras da empresa e do mercado.
Para Marisa da Silva, consultora de carreira da Career Center, toda experiência profissional é válida, já que oportuniza pôr em prática a teoria aprendida no banco escolar. “Experiências de estágio e trainee são muito importantes. E mesmo o exercício de cargos como auxiliar, assistente, analista.”
Jovens que sonham ser executivos não estão livres da escolha do curso que vão direcioná-los para determinada área de atuação. Segundo Marcelo Ramos, professor e sócio da MBA House, afirmar que instituições conceituadas de Administração e Economia são opções únicas e certas seria lugar-comum.
“Desde o crescimento significativo de engenheiros no mundo executivo percebe-se que profissionais das mais diferentes esferas estão migrando para as áreas de negócio, liderança e estratégia das empresas, ou mesmo enveredando pelo empreendedorismo”, diz Ramos.
Intercâmbio
Vivência no exterior, além da fluência em outro idioma, proporciona desenvolvimento pessoal, diz Marisa da Silva, da Career Center. É fundamental para quem quer trabalhar em multinacionais, por propiciar análise global de mercado e agregar bagagem cultural.
Fernando Dias, CEO (Chief Executive Officer) da Pure Bros, recomenda o intercâmbio em países de língua inglesa e espanhola. Marcelo Ramos, da MBA House, diz que a melhor época para realizar o primeiro intercâmbio é após a conclusão do ensino médio, por um período de um ou dois anos. Aqueles que não puderem investir em viagens internacionais, pontua Marisa da Silva, devem estudar o idioma estrangeiro em escolas brasileiras de qualidade antes ou durante a formação acadêmica.
Pós-graduação
A orientação é conhecer o mercado, ou seja, adquirir vivência prática antes de ingressar em um curso de pós-graduação. Para Marisa, o MBA (Master of Business Administration) – curso voltado a negócios, específico para quem quer ser executivo – exige maturidade pessoal e profissional.
“É interessante conversar com os gestores ou recursos humanos para entender as necessidades da organização e do mercado em relação ao cargo exercido ou a ser exercido. Fazer cursos sem um objetivo claro pode resultar em desperdício de tempo e de recursos financeiros”, pondera a consultora.
Networking
Praças, bibliotecas, salas de cultura, viagens culturais e de aventura etc. O networking, rede de relacionamento profissional, pode ser feito a qualquer momento, em todo lugar. Basta estar atento às oportunidades. “Grandes negócios são fechados em campos de golfe”, diz Marcelo Ramos, da MBA House.
A rede pode ser formada por colegas, professores, profissionais da área. Congressos, envolvimento nos diretórios acadêmicos, atuação em empresas juniores são momentos oportunos para fazer networking. Não há formulas, o segredo é dialogar e estar receptivo ao outro. Na internet, é importante avaliar onde estão as pessoas de seu interesse. “Participe de fóruns de discussão”, sugere Fernando Dias, CEO da Pure Bros. “Tenha uma postura comedida, sem excesso de informalidades”, aconselha Marisa da Silva, consultora da Career Center.
Imagem
A área bancária pede traje formal; o mercado publicitário valoriza com mais força os estilos próprios. É fundamental entender as regras de etiqueta do seu ramo de atuação. Outra recomendação é analisar a cultura da organização. “Vestir-se casualmente e usar muitas gírias, tanto na fala como na escrita, pode destoar do grupo e comprometer a imagem profissional”, adverte Marisa da Silva. Em se tratando de aparência e postura é preciso cautela. “A imagem é o melhor cartão de visitas”, lembra Fernando Dias.
Em direção ao topo
De acordo com Fernando Dias, CEO da Pure Bros, profissionais de sucesso possuem humildade e garra. Além disso, sabem o que querem e aplicam sua inteligência ao trabalho. Esta última competência, diz ele, é alcançada por meio do treino. “A inteligência vem para as pessoas que estudam, leem, são curiosas e, principalmente, não têm medo de errar, reconhecer o erro e tentar de novo.”
Dias afirma que a informação, o acompanhamento de tendências e o envolvimento com profissionais da área são uma constante na vida do executivo. “Além de uma boa gestão interna é preciso ter ótimas relações com o mercado e com a sociedade.”
Para Marisa da Silva, da Career Center, uma relação transparente entre o jovem que sonha ser executivo com o gestor direto e com os recursos humanos é essencial. “O mais importante é provar por meio de atitudes, conhecimentos e entregas de resultados que você é capaz de assumir responsabilidades. Muitos jovens, no afã de crescer profissionalmente, fazem mais reivindicações e menos entregas.”

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