Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
Responda sinceramente: você se considera uma mulher empreendedora? Se a sua resposta for sim, ou mesmo se você for homem e conhecer uma mulher que tenha esse perfil, ela faz parte de um contingente de 14 milhões de pessoas – destes, 6,44 milhões são mulheres. Esse é o total de mulheres empreendedoras no Brasil, de acordo com a pesquisa “Empreendedorismo no Brasil”, divulgada recentemente pelo GEM – Global Entrepreneurship Monitor, em parceria com o Sebrae. A pesquisa é organizada pela Babson College (EUA) e pela London Business School (Inglaterra) e realizada anualmente em 31 países. No Brasil, a GEM é coordenada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Paraná (IBQP).
A taxa de mulheres empreendedoras saltou de 29% em 2000 para 46% em 2003. Segundo a pesquisa, as mulheres empreendem mais por necessidade do que os homens – 42% contra 39%, o que demonstra que ainda há muito para se fazer. “O que nós precisamos cada vez mais é que haja mais empreendimentos por oportunidade, já que a possibilidade de sucesso nesse negócio é muito maior. São casos em que o profissional se dedicou, planejou seus investimentos e analisou o ambiente com cautela. Sabe com precisão o que vai fazer e onde aplicar seu dinheiro”, afirma o diretor técnico do Sebrae, Luiz Carlos Barbosa.
Mas, felizmente, a expectativa de que este índice venha a aumentar é grande. Apesar de o país não ter tido grandes diferenças em relação à pesquisa do ano passado, a grande novidade deste ano é ocupar o terceiro lugar no empreendedorismo de oportunidade, que são as pessoas que se lançam em uma nova iniciativa não porque estão sem trabalho e precisam de dinheiro, mas porque querem realmente empreender um novo negócio.
No entanto, o empreendedor brasileiro sofre porque não recebe o apoio da legislação. “O Brasil tem uma grande empolgação para o empreendedorismo, pois temos um grande número de empreendedores, mesmo diante de uma legislação absurda para os negócios de pequeno porte, com excesso de burocracia e de impostos, tratando da mesma forma o grande conglomerado e os pequenos”, analisa o presidente do Sebrae, Silvano Gianni.
Segundo a pesquisa, empreendedorismo é “qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa, ou a expansão de um empreendimento existente, por um indivíduo, grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas”. Isso quer dizer que nem todos os negócios são efetivamente concretizados, a pesquisa mostra o número de pessoas consideradas potenciais empreendedores.
Na opinição de Marília Rocca, empreendedora nata, fundadora e diretora-geral do Instituto Empreender Endeavor, empreendedor é aquele que consegue fazer alguma coisa criativa com recursos limitados. “O empreendedor acaba sendo mais comum no setor de serviços porque não há necessidade de capital inicial. O investimento é em dedicação e trabalho, não tanto em dinheiro, como seria preciso se a pessoa decidisse criar uma indústria, por exemplo”. Mas Marília alerta que as pessoas acabam sendo mais bem-sucedidas quando optam por trabalhar em um setor específico, preferencialmente algo que elas conheçam bem.
Desde 2000, quando o Brasil começou a fazer parte da pesquisa GEM, o país está entre os dez países mais empreendedores do mundo, e em 2003 ficou em sexto lugar no ranking. Em 2000, ocupou o primeiro lugar no ranking mundial. Caiu para a quinta posição em 2001, e em 2002 ocupou a sétima posição.
 

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