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Por Gisèle de Oliveira
Nunca antes a questão da liderança esteve tão presente nas discussões do mundo corporativo. Manter empresas eficazes e pessoas motivadas, num cenário cada vez mais competitivo, são algumas das muitas tarefas que o líder tem a cumprir. Diante da diversidade de exigências nos deparamos com um termo que vem ganhando força: a liderança adaptativa – que significa promover mudanças profundas e reformular conceitos muitas vezes arraigados a fim de garantir a sobrevivência da organização.
Se liderar uma equipe, uma empresa já não é fácil, que dirá um país. Para falar de sua experiência à frente da maior potência mundial e apresentar a palestra “Liderança e Prosperidade Coletiva”, Bill Clinton – presidente dos Estados Unidos de 1992 a 2000 – esteve em São Paulo no lançamento oficial da Cambridge Leadership Associates Brasil, consultoria especializada no desenvolvimento da cultura de liderança. O evento também contou com a participação de Marty Linsky, professor da Universidade de Harvard e um dos diretores da Cambridge Leadership Associates, e José Tolovi Júnior, presidente do Great Place to Work e diretor-executivo do braço brasileiro da Cabridge.
Da interdependência à integração
Durante sua palestra, Clinton defendeu a construção de uma sociedade mundial mais integrada, ultrapassando a relação de interdependência econômica vivida atualmente entre os países. “Vivemos um mundo de interdependência e isso pode ir além da economia. Podemos viver uma integração de valores e trabalhar na construção de uma sociedade mais integrada em todos os sentidos”, afirmou à platéia formada por altos executivos dos mais variados setores.
Para criar essa nova forma de interação entre as nações, o presidente apontou algumas ações essenciais:

  • Desenvolver políticas comuns de segurança para combater o terrorismo e o narcotráfico.
  • Construir mais parcerias. “Se o mundo é realmente interdependente, você tem que buscar fazer mais amigos e menos inimigos”.
  • Lutar por mais cooperação organizacional.
  • Continuar a lutar por melhores governantes em todos os países. “A democracia não garante um bom governo, mas garante que você possa se livrar de maus governos”.
  • Valores comuns possíveis. “Todas as pessoas têm seus valores, nossas diferenças são importantes, mas precisamos de valores comuns que nos capacitariam a desenvolver uma sociedade mais integrada”.

Clinton deu um recado bem claro aos seus espectadores, pedindo que olhassem ao redor e vissem o que está acontecendo com as pessoas. “Olhem para as pessoas ao longo de seu caminho para o trabalho, percebam o que elas precisam. Pessoas como vocês têm mais poder de mudar uma sociedade do que qualquer política do governo. O Brasil é um país maravilhoso e, de uma maneira ou de outra, vocês vão liderar o mundo”.
Veja outros pontos de vista de Bill Clinton:
Liderança

  • Ser capaz de definir o tipo de liderança que você quer exercer; saber onde você está e para onde quer ir; ter estratégia para chegar lá.
  • Ter capacidade para comunicar tal estratégia para as pessoas e fazê-las querer trabalhar visando tal objetivo. Integrar força interior, inspirar confiança.
  • Não acreditar em todas as notícias boas ou ruins ao seu respeito. “É preciso levar a crítica a sério, mas nunca para o lado pessoal. É preciso deixar espaço suficiente para ouvir críticas e mudar, se necessário”.

Medo de liderar

  • Liderança assusta, leva tempo, desgaste emocional e social.
  • Você pode falhar e tem que aceitar as conseqüências; tem que aprender com os erros.
  • Existe o medo da falha, do fracasso, do que os outros vão pensar, como conseguirá viver com isso. “As pessoas sabem quando alguém pensa nos interesses delas e, nesse caso, toleram o fracasso mais facilmente”.
  • Quanto maior o cargo, maior a responsabilidade.

Para encerrar sua participação, Clinton ainda deu uma dica preciosa aos participantes e organizadores. “É preciso trazer os jovens para eventos como este. Não digo executivos em início de carreira, me refiro a adolescentes de 16, 17 anos. E não estou falando dos filhos de vocês ou amigos deles, estou falando desses jovens que moram em favelas, nesses lugares que vocês não pensariam em passar um dia, quanto mais uma vida toda. Gostaria da presença deles aqui para que eles pudessem se inspirar. Vocês não fazem idéia de como uma conversa pode mudar a vida de uma pessoa”.
 

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