Carreiras | Empregos

Por Nelson Junque*
 
Dilemas sempre fizeram e continuarão a fazer parte da vida de cada um de nós. Quando se trata da vida de trabalho então, nem se fale. Começa cedo: em casa olhando para os lados e vendo pais, tios, irmãos mais velhos e outras pessoas que são referência, e vamos nos perguntando como eles fazem para ter o trabalho que têm. Às vezes ouvimos um profissional fazer comentário a respeito do que faz e o domínio que tem daquela matéria nos entusiasma.
Em outras ocasiões, ao assistirmos a uma apresentação ou lermos uma entrevista que nos encanta, achamos que poderíamos ter a mesma profissão daquela pessoa. O interesse gera pesquisas informais sobre quanto ganha alguém que faz aquilo, o que é preciso saber, aprender ou desenvolver. Ao procurar mais detalhes, pesquisamos entre amigos, conhecidos e pessoas indicadas. As respostas tendem a convergir para a conclusão de que a formação educacional é o patamar que primeiro credencia alguém na corrida para o sucesso no mundo corporativo.
É dessa forma que muitos de nós chegamos ao ensino universitário. Escolhida a formação e ultrapassada a barreira do vestibular, está começando a carreira do futuro profissional. Quebrado o impacto da novidade, as primeiras notas recebidas e/ou avaliações de performance interpretadas, começa a angústia pela obtenção do estágio, veículo que leva de fato o candidato a executivo (a) profissional para uma exposição concreta ao mundo do trabalho.
De maneira geral, as primeiras oportunidades de estágio não batem com as expectativas criadas de já ser convidado por uma grande corporação. As razões óbvias são as preferências das empresas por estudantes com mais tempo de escola, que já tenham tido alguma experiência e próximos da época da graduação. Esses, naturalmente estão na fila há mais tempo e chegarão lá antes de nós.
É só ter paciência, a porta vai ser aberta, trata-se de um processo.  Muito bem, o que esse relato tem a ver com “acelerando a carreira executiva”? Tudo a ver, pois a vida profissional é construída durante um período que tem começo, meio e fim.Começo em que adquirimos embasamento técnico, Meio em que exercitamos o equilíbrio da retórica com a execução e o Fim que é a transferência de convicções nas quais colocamos a serviço dos negócios nossa capacidade de inspirar outros.
Quanto mais entendermos isso e nos certificarmos de que estamos vivenciando um processo, nossa evolução acontecerá naturalmente e de forma mais acelerada . No início de uma carreira quem nos contrata vai nos dar oportunidade de mostrarmos que temos vontade de realizar. Essa vontade terá que ser expressa por nossas atitudes demonstrando engajamento, realização e curiosidade por aprender continuamente.
Lembre-se, o que for feito nos primeiros meses de trabalho é o que de fato vai contar. Construir reputação de profissional competente só dá certo quando conseguimos fazer o modelo mental dos formadores de opinião raciocinar na direção positiva do “Conheço quando Vejo”. Portanto, não adianta “choro nem vela”. Quem quer acelerar carreira tem que mostrar. Para mostrar temos que ter humildade de aprender sempre. Autoconfiança sem arrogância se obtém com solidez de conhecimentos e habilidades. Gerenciar a si mesmo é ter a competência de se perceber dentro ou fora do contexto de trabalho.
Avaliar os riscos de nossas intervenções, escutar o que se está dizendo e refletir antes de por em prática o que nosso pensamento nos motiva a transformar em ação. Muitas pessoas chegam ao topo mudando de ambiente e procurando com as mudanças progredir e crescer na hierarquia. Outras seguem confiantes, se adaptam e conseguem ver a trilha que deve ser ultrapassada para levá-los num único ambiente profissional  que vai da introdução no mundo do trabalho até a ocupação das requintadas suítes corporativas.
O processo da experiência de uma vida corporativa é perfeitamente mensurável. Tradicionalmente se vai para a vida profissional executiva entre os 22 e os 25 anos. A saída desse ciclo acontece entre os 62 e 65 anos. Para alguns que fazem jus aos planos de aposentadoria privada, um pouco mais cedo. Sendo prático, gerenciar nossa carreira também passa pela constante observação e questionamento de onde nos encontramos nesse projeto estratégico que pode durar mais ou menos 40 anos. Não podemos deixar de considerar nessa análise que acelerar carreira também pode significar abreviá-la ou mudar de rumo.
Porque perseguir obstinadamente o desejo de liderar outros antes mesmo de aprender a gerenciar a si próprio? Reservar momentos para ter uma conversa interior é uma arte que bem dominada ajuda a acelerar carreiras, pois mostra com clareza que há algo além do horizonte que estamos conseguindo desenhar. Adaptabilidade social é um requisito ou competência que não diferencia nível no organograma. O mundo corporativo atual prega e reverencia uso e aceitação da diversidade como fator de vantagem competitiva.
Saber administrar as inevitáveis diferenças que o mundo do trabalho expõe a cada um de nós é uma virtude que sem dúvida ajuda a acelerar carreiras. Não iremos acertar tudo, afinal somos humanos e vulneráveis. Saber usar os erros como alavanca de melhoria é comportamento que merece ser cultivado. Enfim, ter calma, controlar ansiedade e estar ciente de que o processo tem hora e lugar para acontecer, desde que façamos a nossa parte, podem ser ferramentas absolutas de que se quisermos poderemos acelerar nossa carreira executiva. Que tal experimentar?
*Nelson Junque é sócio da CFN Consultoria, especializada em Gestão de Negócios, e fundador da ARTE Gerenciamento Estratégico de Pessoas.

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