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Freud creditava ao trabalho o grande poder de vincular uma pessoa à realidade, além de qualquer outro aspecto da vida humana. O ato de trabalhar surge da necessidade de o ser humano encontrar o sentido da sua existência e melhorar o seu destino.
Mas o que se percebe é que o tema trabalho, e sua influência na vida do indivíduo, tem se desdobrado de forma controversa nas organizações, contradizendo seu propósito.
A onda crescente de implicações originadas dos descabidos no ambiente organizacional, tem colocado em cheque a conotação “transformadora” da relação homem-trabalho.
Da idealização positiva do que deveria ser o meio de transformação do homem, e através do qual o trabalho seria reconhecido na sua forma mecânica e desigual, passou a ser um viés de restrição, engessando-o ao invés de permiti-lo se transformar.
O que se vê é que o trabalhador, à entrada das empresas, troca sua identidade pessoal pelo crachá profissional. O “ser” pelo “fazer” em prol do “ter”, subtraindo do homem a essência que o faz autêntico e integral, distanciando-o da sua condição de humano pela necessidade de torná-lo profissional. E, pelo princípio de causa e efeito, com seu próprio consentimento.
Na percepção de Hegel “é pelo trabalho que nos elevamos acima da natureza, que nos alçamos à humanidade”. Como preservar o equilíbrio entre a condição natural do homem, no desempenho das suas capacidades e sentido da sua existência, ao invés de detrimento da sua parcela pessoal?
É fundamental para preservação do capital humano nas organizações que, tanto as empresas quanto os profissionais, ambos implicados no processo, assumam sua parcela de responsabilidade.
As partes devem encontrar um modo de fazer dessa relação um meio transformador, permitindo ao trabalhador expandir suas potencialidades ao invés de hipotecar suas aspirações – distanciado, justamente, da felicidade que garante sua capacidade produtiva e a qualidade das relações de trabalho.
Rodape Waleska Farias

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