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Por Flávio Ortuño*
 
Se pensarmos nas empresas que admiramos, aquelas que se sobressaem mesmo em épocas de crise e crescem além da média do seu segmento, veremos que a inovação é prioridade para a sua maioria. São poucas as que conseguem se superar e gerar valor ou superar as crises e simplesmente sobreviver.
 
A importância da inovação, de uma maneira geral, é percebida como essencial para a sobrevivência num cenário cada vez mais competitivo e globalizado. Entretanto, poucas empresas exercem algum tipo de iniciativa para colocá-la em prática.
 
Existem duas causas para que isto não ocorra com tanta freqüência: a primeira é a visão ultrapassada sobre inovação e a segunda é o desconhecimento de ferramentas que ajudam a “alavancar” a inovação dentro das empresas. Para muitos, ainda, a inovação está restrita aos empreendimentos que lidam exclusivamente com alta tecnologia com investimentos vultosos em pesquisa e desenvolvimento.
 
A inovação, porém, tem um aspecto mais amplo, isto é, pode vir por meio do desenvolvimento de novos clientes, de novos mercados, de novos canais, de novos métodos de fazer negócio, da gestão de parcerias estratégicas, do desenvolvimento de novas competências, de novos modelos de negócios, enfim, inovação é uma forma de gerar novo valor se diferenciando de seus concorrentes.
 
Neste sentido, uma empresa pode ser extremamente inovadora, sem que venda um produto tecnologicamente superior ao do seu concorrente. Para ilustrar, vale citar a Dell, fabricante de computadores, que inovou no método de vender seus computadores eliminando o intermediário e permitindo a customização de seus produtos de acordo com as necessidades de seus usuários.
 
Uma característica fundamental da inovação é que ela seja geradora de valor para todos os stakeholders: para os clientes, que compram a melhor marca; para os parceiros estratégicos, com os quais se compartilham os riscos e acelera o retorno; para os investidores que têm uma empresa capaz de resistir a crises e gerar um alto retorno e; para os funcionários.
 
Já para a segunda causa – desconhecimento de ferramentas – temos dois grupos. O primeiro promove o alinhamento das estratégias da empresa com as de inovação. Auxilia na otimização do portfolio de projetos, alinhando-os com a estratégia de crescimento da empresa, ajustando-os ao risco inerente em cada um e direcionando efetivamente os recursos, tanto financeiros como humanos para os projetos que realmente gerem vantagem competitiva e conseqüentemente aumento nos resultados a serem alcançados. Trabalha também na identificação e na gestão de parceiros estratégicos, com os quais existe o compartilhamento de riscos e resultados abandonando o modelo ultrapassado de cliente-fornecedor, em que há um baixo nível de colaboração entre as partes.
 
O segundo grupo é composto por ferramentas que promovem a operacionalização da inovação na empresa, como a identificação de barreiras culturais que impedem o desenvolvimento de um ambiente propício à inovação e de métricas que propiciem o seu gerenciamento; a promoção e a captura de insights provenientes de consumidores e colaboradores de todos os níveis hierárquicos de uma forma estruturada suportada pela tecnologia de informação; pela gestão efetiva e eficiente do pipeline de projetos, podendo-se acelerar ou desacelerar a implantação de um projeto conforme as necessidades estratégicas da empresa.
 
A inovação não está restrita somente a empresas de alta tecnologia. É uma competência que pode ser desenvolvida em qualquer tipo de companhia de qualquer segmento, pois existe uma abordagem sistêmica que auxilia as empresas a operacionalizá-la, entretanto, uma condição é essencial para que a inovação se torne uma fonte sustentável de geração de valor. Deve ser explícita para todos os stakeholders e estar alinhada com os objetivos de longo prazo da empresa.
 
Cabe aqui uma pergunta, o que sua empresa está fazendo com relação à inovação para que ela não sucumba na próxima crise?
* Flávio Ortuño é gerente de projetos da Turnpoint e es pecialista em Gestão da Inovação e Negócios Internacionais, com experiência em Marketing e Estratégia.

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