Por Camila Micheletti

“Acima de tudo, eu soube analisar muito bem as oportunidades e tirar o melhor proveito de cada uma delas. Além disso, me adaptei demais ao estilo de vida americano”.

A frase resume o segredo do sucesso de Suzana Loureiro, engenheira carioca dotada de determinação e competência para estrangeiro nenhum botar defeito.

Aos 22 anos, Suzana foi para os Estados Unidos para fazer um mestrado. Engenheira pela PUC do Rio de Janeiro, Suzana fez mestrado em Marketing e Negócios Internacionais pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, e depois fez MBA pela Wharton School of Business, da Filadélfia.

Segundo ela, os Estados Unidos são o país ideal para quem quer fazer um curso global e reconhecido internacionalmente. “Os cursos são bem abrangentes, você aprende coisas que pode aplicar em qualquer lugar do mundo, de Moda à Engenharia”, explica.

Segundo ela, o diferencial de fazer um curso no exterior é o valor agregado que se consegue com a experiência, que vai muito além da sala de aula. “Eu aprendi muita coisa sobre a cultura americana, pude ter uma boa visão geral do que é um profissional de negócios e como é atuar nessa área e, claro, aprendi muito com os colegas de classe, geralmente pessoas com muita experiência.

Fiz amizades naquela época que conservo até hoje”, comenta a profissional. Muitos cursos de mestrado no Brasil hoje podem ser colocados entre os melhores do mundo, mas a diferença principal está na vivência internacional que o profissional tem indo para outro país.
Por isso, antes de decidir sua ida para um MBA a léguas de distância da sua casa, é interessante pensar por que você iria para uma empreitada internacional, seja para trabalhar ou para estudar.
Na opinião da engenheira carioca, para aproveitar a experiência de verdade você precisa, antes de mais nada:
– ter alguns anos de experiência profissional – com certeza você poderá usufruir muito mais tendo adquirido alguma bagagem em outras empresas
– ir de corpo e alma – não adianta ir se seus pensamentos estão no Brasil e você não vê a hora de voltar
– aproveitar as oportunidades e tentar tirar o melhor proveito possível da experiência
– se encaixar no mercado de trabalho local e se sentir bem no país

Ela foi, gostou e ficou

Suzana tinha idéia de fazer a faculdade, o MBA e voltar para o Brasil, mas não foi bem isso que aconteceu. Antes do ingresso na empresa SkyStream, a profissional acumulou larga experiência em marketing e desenvolvimento de negócios internacionais relacionados ao setor de tecnologia.
Entre vários cargos ocupados em empresas de tecnologia no Vale do Silício, Suzana foi diretora mundial de estratégias de comunicação da 3Com, onde ajudou a redefinir o posicionamento da empresa frente ao mercado global.

Depois de ocupar o cargo de vice-presidente de marketing e vendas mundial da MShift, empresa líder no desenvolvimento de software para comunicação wireless, Suzana recebeu uma proposta irrecusável para trabalhar na SkyStream, empresa que fabrica os roteadores responsáveis pela interconexão da rede de dados tradicional com a rede de satélites digitais, bem como o software de gerenciamento de conteúdo que permite a utilização otimizada desta rede.

Hoje, ela é a diretora mundial de canais, marketing e vendas e é a responsável por identificar, entender e captar parceiros em todo o mundo.

Ela afirma que nos Estados Unidos não há preconceito com relação ao fatod o profissional ser homem ou mulher, novo ou velho. “Apesar de ser brasileira, mulher e atuar numa área formada sobretudo por homens, que é a alta tecnologia, curiosamente nunca sofri nenhum tipo de preconceito.

Eles querem saber se você faz bem seu trabalho e, sendo um bom profissional, você tem emprego garantido”. Perguntada sobre a saudade que sente do Brasil, Suzana afirma que, apesar de gostar do país, está nos Estados Unidos há exatos 10 anos, e por enquanto, só vem ao Brasil a passeio:
“Eu me adaptei muito bem à vida americana, hoje tenho minha vida e meu trabalho aqui. Não penso em voltar para o Brasil tão cedo”.