Carreiras | Empregos

por Alberto Alvarães*
Há alguns meses iniciei um grande trabalho de consultoria de RH em uma empresa de Tecnologia da Informação. Lá, me acompanhando neste trabalho, uma novata, porém competente, Analista de RH. O “novata” é por conta dela, que assim se auto-intitula. Apesar do pouco tempo na área, vem provando que veio para ficar. Por conta desse excesso de humildade, há alguns dias ela virou-se para mim e perguntou:
– Que caminho devo trilhar na especialização de RH? O que devo estudar? Em que ordem? Quais assuntos?
Rapidamente dei-lhe uma resposta que a deixou realmente na dúvida se eu teria entendido sua pergunta:
– Estude tudo que não esteja ligado ao RH!
Bem, deixe-me explicar melhor o que quero dizer com isto.
Cada vez mais é necessário ao profissional de RH uma visão abrangente, generalista. O Departamento de RH, já há muitos anos, se desvinculou da posição meramente operacional de gerenciamento de pessoas. Hoje ele está em uma posição estratégica dentro das organizações e sua função, além de adquirir matéria-prima humana de qualidade, é manter estes “recursos humanos” produzindo cada vez mais com mais qualidade e menos custo. O RH é responsável por desenvolver pessoas que desempenhem tarefas tanto com eficiência, ou seja, com alta produtividade, otimizando recursos e com 100% de qualidade de conformidade, quanto com eficácia, que significa o foco nos objetivos organizacionais. O RH é responsável por sensibilizar as pessoas de que é necessário, acima de tudo, atender e superar as necessidades do cliente, seja ele interno ou externo. É importante que as pessoas entendam como tudo funciona, como são os fluxos dentro de uma empresa. Espere um pouco… Matéria-prima de qualidade? Produção? Custos? Eficiência e Eficácia? Objetivos? Atender clientes? Fluxos?
Nestas poucas afirmações acima que mostram a nova (não tão nova assim) missão do RH vemos linguagens próprias de outras funções organizacionais, como Materiais, Produção, Financeira, Planejamento Estratégico, Marketing, Logística e tantos outros. Mais do que simplesmente “atender” pessoas é necessário ao RH “entender” as pessoas e a organização como um todo. É primordial que o profissional de RH entenda que cada vez mais deve entender de tudo um muito (e entender não significa tomar terreno de ninguém, nem se meter onde não deve). Só assim ele poderá sentir as reais necessidades e perceber as soluções adequadas para a organização. Só assim ele terá condições de desenvolver as pessoas certas para as funções certas, que possam desempenhar atividades com eficiência sem perder o foco na eficácia.
Que sejamos especialistas em RH, mas que sejamos, acima de tudo, especialistas generalistas.
* Alberto Alvarães é consultor organizacional e professor universitário

Avalie:

Comentários 0 comentário

Os comentários estão desativados.