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Todos os anos fazemos a edição de Janeiro da revista VendaMais focada em planejamento, já que este é um momento propício para falar sobre o assunto. É uma tradição que já dura muitos anos, mas desta vez resolvemos inovar: fizemos uma pesquisa com mais de 100 autoridades e empresários para ver como se desenha o cenário do ano que vem. O resultado de tudo isso foi publicado no livro “Tendências 2005”. Transcrevo abaixo com exclusividade para você, leitor do site Empregos.com.br, um breve resumo com alguns dos comentários mais importantes desta pesquisa. O cenário é basicamente positivo, mas com vários alertas em relação à nossa infra-estrutura:
“Certamente a Economia Mundial vai crescer menos no ano que vem do que os 4,5% a 5% que se acredita que ela esteja crescendo neste ano que está terminando. Talvez numa taxa de 3,5% a 4%. Mas ainda será um crescimento positivo” – José Roberto Mendonça de Barros, economista e diretor da MB Consultores.
“O petróleo em alta tira o potencial de crescimento dos países, principalmente aqueles em desenvolvimento. Já se sabe que o patamar do barril de petróleo não voltará mais a ficar abaixo de US$ 30. Agora, se será 30, 40, 50 ou 60 ou mais, não é algo previsível. Digamos que os consultores mais experientes no assunto não acreditam em patamares muito elevados” – Henrique Meirelles, presidente do Banco Central do Brasil.
“Em relação ao câmbio, não existe nenhuma ação do governo deliberada para um lado ou para o outro. Aliás, não se pode deixar de especular que num momento de renascimento de preocupações com a inflação, seguramente em Brasília deve haver gente achando muito bom que a taxa de câmbio esteja derretendo neste momento. Se não tivesse, possivelmente a política monetária teria que apertar um pouquinho mais” – Gustavo Franco, economista e ex-presidente do Banco Central.
“A subida de juros se deve a alguns riscos de contaminação inflacionária a médio prazo. O Banco Central tem medo disso. O nível de utilização de capacidade industrial está muito alto. Para o próximo ano, tem-se uma tendência de recuperação da renda real que pode ter um impacto sobre os preços. E a subida é a estratégia para tentar reduzir o efeito do choque do petróleo sobre os preços da economia” – Maurício Oreng, economista do Unibanco.
“A tendência para 2005 deve ser promissora porque nós estamos tendo um retorno do desenvolvimento econômico. Vamos começar a andar com nossas próprias pernas, sem ter uma vigilância tão objetiva e disciplinada do Fundo Monetário. Teremos mais liberdade” – Raymundo Magliano, presidente da Bovespa.
“Estima-se que nossas necessidades de investimentos em infra-estrutura sejam da ordem de 20 bilhões de dólares ao ano, divididos em áreas como: Energia Elétrica (US$ 5,5 bilhões), Óleo e Gás (US$ 6,7 bilhões), Saneamento (US$ 3 bilhões), etc.” – Alvaro Novis, diretor executivo da Odebrecht.
“Vencemos o desafio do apagão. Ganhamos cinco anos, mas se o país crescer 4%, vai faltar energia. A curva não é boa. Temos inúmeros projetos de hidroelétricas há anos, mas não conseguimos licença ambiental” – Francisco Gros, presidente da Fosfertil-Ultrafertil.
“O gargalo logístico envolve praticamente toda a infra-estrutura de transporte do país. De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 82% das estradas brasileiras apresentam sérias deficiências, entre elas mais de oito mil quilômetros com trechos de buracos e afundamentos” – Altamiro Borges, presidente da Associação Brasileira de Logística.
“A não ser as telecomunicações, tudo está sob pressão. Estradas precárias, hidrovias e navegação de cabotagem inexistentes, ferrovias sucateadas. As companhias aéreas sobem com regulamentação arcaica, que não permite que as empresas envelheçam com saúde. Muitas das regras que definem a viação aérea em nosso país são aquelas definidas na Convenção de Chicago de 1944” – Osires Silva, presidente da PeleNova Biotecnologia.
“Na questão da soja, por exemplo, vejo que não temos mais como voltar atrás. O plantio da soja transgênica será implantado neste país definitivamente. Na França, que é um dos países mais reticentes da Europa, 70% do milho e soja já são transgênicos” – Luiz Lourenço, presidente da Cocamar.
“Num futuro próximo, o país não pode ficar limitado ao setor de agronegócios. Temos condição de ser altamente diversificados, principalmente incorporando produtos de maior valor agregado e de alta tecnologia, que representam cerca de 41% da demanda mundial” – Benedicto Moreira, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.
“Para a indústria de alimentos, o perigo vem mesmo do preço do petróleo e até do aço. Afinal, 60% (em média) dos setores industriais oferecem produtos para este setor (latinhas de cerveja e refrigerante, garrafas pet, embalagens de todos os tipos, plásticos para iogurtes, etc)” – Denis Ribeiro, Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação.
“Em princípio, nossa estimativa é de crescimento, mas talvez com índices menores do que este ano, inclusive porque o ano de 2004 deve registrar um percentual maior de aumento em função da baixa base de comparação de 2003. Este ano, nossa previsão é fechar com um crescimento médio de 15%” – Paulo Saab, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos.
“A expectativa é de que os investimentos no setor supermercadista sejam 30% maiores que os realizados em 2004, quando o setor investiu R$ 1,5 bilhão. Deste total, 71% foi destinado a novas lojas e reformas” – João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira de Supermercados.
“A manutenção de uma política econômica que incentive as atividades de crédito, mantenha a austeridade fiscal e monetária e busque neutralizar os choques internacionais beneficiará a economia no ano que vem” – Juan Perez, diretor de Mercado e Relações Institucionais da Serasa.
“Indo direto para o consumo, as tendências são boas. Olhando pelo lado do comércio varejista, estamos crescendo em relação ao ano passado em torno de 7%. A perspectiva é de que esse crescimento seja até um pouco maior no ano que vem” – Hélio Magalhães, presidente da American Express do Brasil.
“Enquanto nas décadas de 70 e 80 lutava-se para adquirir clientes e aumentar o market share, daqui para frente a grande batalha das empresas será conquistar a fidelidade do cliente” – Efraim Kapulski, presidente da Associação Brasileira de Marketing Direto.

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