As mulheres estão, cada vez mais, conquistando seu espaço no mercado. Nos anos 90, a proporção de mulheres entre os brasileiros com trabalho nos seis principais centros urbanos aumentou de 38,04% para 40,88%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só no ano passado, 67 mil mulheres entraram no mercado de trabalho, um acréscimo de 9,6% à População Economicamente Ativa (PEA).
Apesar das conquistas, as trabalhadoras ainda têm muitas barreiras para quebrar. Uma delas é a questão salarial. Em todo o país, a renda média dos homens é 76% maior que o das mulheres.
Segundo Cristina Bruschini, coordenadora da pesquisa “Trabalho das Mulheres”, da Fundação Carlos Chagas, as mulheres ganham menos que os homens mesmo que tenham o mesmo vínculo de trabalho, trabalhem o mesmo número de horas e possuírem a mesma escolaridade que eles. “Os patamares de rendimento feminino são sempre inferiores, sejam as mulherese empregadas, trabalhadoras domésticas, por conta própria ou empregadoras. Em 95, cerca de 90% das mulheres, contra 79% dos homens, ganhavam até dois salários mínimos.”
Os números mostram que uma em cada cinco mulheres que trabalham é chefe da família. Já entre os homens, a proporção é de 68%. No entanto, a remuneração média das chefes é de R$ 377,00 contra R$ 619,00 deles. A diferença de 64% a favor dos homens torna mais pobres as famílias lideradas pelo sexo feminino.
Um exemplo da diferença de salário foi diagnosticado por Gisele Rodrigues, chefe administrativa de uma empresa do ramo farmacêutico. Ela garante que seu salário foi alterado assim que souberam que a candidata aprovada era do sexo feminino. “Eles anunciaram um salário X. Após concluido todo o processo seletivo, quando finalmente fui fechar negócio com a empresa, o gerente avisou que o salário seria alterado. Aceitei o emprego, mas me senti rebaixada”, avalia.
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Para maiores informações sobre a diferença de salários, confira o quadro com os cargos e salários comparativos entre os dois sexos, que encontra-se disponível nosite da Fundação Carlos Chagas