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por Camila Micheletti
Agora que você decidiu que vai mesmo estudar no exterior, é hora de começar a pensar na escolha da agência de intercâmbio, da universidade e, fundamental, do país. Conversamos com várias empresas de intercâmbio, que deram várias dicas e explicações para ajudar você a chegar lá.
A primeira coisa a se pensar é na escolha da escola de intercâmbio que vai fazer a ponte entre você e a escola no exterior. Essa é uma escolha fundamental e que pode fazer sua viagem virar um sonho – ou um pesadelo. O ideal é escolher uma agência que seja associada da Belta – Brazilian Educational & Language Travel Association -associação que reúne as principais agências de instituições brasileiras que trabalham nas áreas de cursos, estágios e intercâmbio no exterior.
Escola
Há duas opções para quem vai fazer intercâmbio: escolas de línguas ou universidades. Jácomo Costa, gerente de Atendimento da Unidade Pacaembu da CI Intercâmbio, afirma que “enquanto as universidades oferecem uma grande estrutura, com campus universitário, quadra de esportes e todo um ambiente típico de high school (colegial dos EUA), as escolas de línguas são menores, mas em contrapartida os custos são mais baixos que nas universidades”. Mais uma vez, tudo vai depender do que você espera da escola e em qual ambiente se sentirá melhor.
Você pode até tentar se candidatar a bolsas de estudo, mas, além das bolsas serem para pessoas com experiência e nível de pós-graduação para cima, geralmente são parciais, não cobrem todo o programa. O Foreign Office (Ministério de Relações Exteriores) tem programas de bolsas, como o Chevening, voltado para pessoas já estabelecidas nas suas profissões e interessadas em cursos de pós-graduação e de especialização. Além das próprias instituições de ensino, outras entidades que concedem auxílio são a Royal Society – para cientistas de nível pós-doutorado -, Rotary Club, Capes e CNPq.
País
Todas as escolas de intercâmbio e especialistas em cursos no exterior concordam em uma coisa: essa etapa é umas das importantes do processo que antecede a viagem, e portanto é ideal que você pense muito antes de tomar qualquer decisão. Você deve começar analisando a escolha do país segundo alguns critérios. “O ideal é primeiramente ler bastante sobre os países que você mais gosta e tem o interesse de fazer o curso. É importante saber dados como a temperatura média, alimentação mais comum, moeda e cultura. Hoje em dia, o fator preço é muito importante, e os países com os custos mais convidativos no momento são Austrália, Canadá e Nova Zelândia”, afirma Fred Chiderolli Tiba, da CEL-LEP International Activities. Outra questão importante refere-se à permissão que alguns países dão para o estudante trabalhar. Na Austrália, por exemplo, o estudante pode trabalhar 20 horas semanais, o que já não ocorre nos Estados Unidos.
Outro fator importante é o que você espera do país e, mais precisamente, da cidade em que vai estar. Quem é extrovertido e pretende sair bastante e fazer coisas diferentes deve optar pelas cidades mais importantes: Londres, na Inglaterra; Sidney, na Austrália; Califórnia ou Nova York, nos Estados Unidos; Toronto, no Canadá e assim por diante. Já quem quer sossego e clima de campo deve optar pelas cidades mais rurais e quem curte praia, buscar uma cidade no litoral. Com certeza a agência de intercâmbio pode lhe ajudar neste processo, com folhetos explicativos e vídeos dos lugares.
Para Jácomo, é preciso pensar também na quantidade de brasileiros que você vai encontrar em determinadas localidades. Sim, isso acontece e muito. Para evitar a vontade de falar em português, só mesmo indo para uma região pouco conhecida dos brasileiros. “Hoje em dia, qualquer grande capital tem muitos brasileiros, não há como evitar. Para não correr esse risco, só mesmo indo para cidades com menos procura, como Perth, na Austrália, Oklahoma, nos EUA e até a África do Sul”, afirma.
Claúdio Tyszler, diretor da Canadá-Brasil Exchange Programs, alerta para alguns pontos fundamentais na hora da escolha da agência e outras questões:
Seis meses antes

  • Providencie seu passaporte com a máxima antecedência possível. A burocracia pode tornar o processo mais lento do que parece
  • Se você já tem passaporte, verifique o prazo de validade, para não correr o risco de que ele expire durante sua viagem. Alguns países só concedem vistos se a validade do passaporte se estender por, pelo menos, seis meses depois da viagem
  • Verifique se os países que você vai visitar exigem vistos. Providencie a documentação para consegui-los com antecedência. Alguns países só têm representações diplomáticas em Brasília, o que significa mais tempo de espera
  • Previna-se sempre fazendo uma assistência médica internacional, pois os médicos e hospitais são caríssimos e você poderá estar desprevenido numa emergência
  • Se a agência quiser vender a passagem aérea para só receber daqui a um mês, desconfie. Normalmente esse processo é feito na hora
  • Recebendo a passagem, você deve aguardar pela carta de aceitação da escola
  • Verifique no Consulado se o país pede que os turistas e estudantes venham vacinados. A maioria exige as vacinas contra febre amarela, hepatite A e B e gripe

Quinze dias antes

  • A confirmação da casa de família deve vir com cerca de 15 dias de antecedência. Cláudio alerta para o fato que é interessante ligar para a família antes do embarque, perguntando se eles querem alguma coisa do Brasil. Mesmo que eles não peçam nada, ele aconselha levar uma pequena lembrança – um CD de música brasileira, uma camisa da Seleção, etc. Quando você chegar lá, com certeza eles serão amáveis de imediato. Não se esqueça de ver o fuso horário antes, para não correr o risco de ligar para a família de madrugada
  • Procure bastante informação sobre o país – lugares legais para visitar, bares, parques, etc.
  • É recomendável comprar um guia turístico do país ou mesmo uma revista de turismo que tenha informações interessantes sobre o lugar

Chegando lá
Você finalmente chegou na cidade, já está devidamente instalado e tudo mais. Como começar? O que fazer primeiro? Conversamos com Juliano Prado, estudante que fez um curso de seis meses em Toronto, no Canadá. Veja algumas dicas para aproveitar ainda mais tudo que o lugar tem para lhe oferecer:

  • Chegando na cidade, procure o Centro de Informações Turísticas e busque mais informações
  • Leve um bom par de tênis e ande descobrindo tudo
  • Aproveite bastante os parques – O Canadá, em especial, tem centenas de parques maravilhosos e o melhor de tudo: de graça
  • Procure ter muitos amigos canadenses e estrangeiros – é a melhor forma de aprender inglês de verdade
  • Busque uma escola onde seja grande o número de estudantes nativos. Sem dúvida é uma ótima forma de se integrar, conhecer os lugares legais da cidade e mais uma vez, testar o inglês
  • Não tenha medo de falar, mesmo que você saiba pouco da língua. A maioria das pessoas percebe que você é estrangeiro, quer aprender e faz de tudo para ajudar
  • A gente não se cansa de dizer que é muito importante que você estude bastante, mas também faça todos os passeios e vá em todos os lugares que tiver vontade. Esta pode ser uma oportunidade única na sua vida, portanto, “carpe diem”!
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