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Bons tempos aqueles! Praticamente o único receio de uma empresa era ser ultrapassada pela concorrência. Aquecimento global, exuberância irracional e pandemias eram conversas de especialistas, tidos como ávidos para estragar prazeres. Havia verba e estímulo para inovações e seus devidos testes, projetos piloto e possíveis erros.
O financiamento dos riscos faz parte do processo. Muitas organizações estimulavam o risco, já que mesmo depois de um determinado número de erros, uma das ideias que vingasse seria lucrativa o suficiente para equilibrar as apostas.
Isto não deixou de ser verdade. Inovações continuam tendo o poder de multiplicar os lucros das empresas. Mas o momento é outro. A verba diminuiu. A crise financeira mostrou que às vezes o pior acontece. A palavra de ordem passou a ser “cautela”.
Mas é possível inovar sem correr riscos? É possível arriscar sem perder dinheiro? Ou, pelo extremo oposto, é possível sobreviver na base da cautela?
A resposta vem de uma habilidade em demanda crescente: a convivência com o risco. Ao exaurir possibilidades, elaborar planos A, B, X e Z, as empresas estarão desenvolvendo  as competências para prever sucessos e, sobretudo, abrindo espaço para monitoramento contínuo, uma vez que as variáveis externas mudam cada vez mais.
Afinal, inovar continua sendo pensar no impensável, romper barreiras, ir além.
Processos de inovação se beneficiarão da grande lição da crise: a ampliação da consciência. Consciência aqui significa visão de consequências. Trata-se de pensar na frente, antecipar-se aos fatos, embora estejamos numa época na qual eles são pouco previsíveis.
Trabalho com inovação há quase 20 anos. As demandas e processos evoluíram, se transformaram, se adaptaram. Monitoramento sempre fez parte de uma estratégia eficaz para inovar. Agora será a chave.
Este não é um momento de cautela, mas sim de consciência. Mais do que nunca é preciso pensar grande. Mas pensar grande significa não apenas ser ambicioso, também pensar nos resultados das ações, pensar no longo prazo, pensar no planeta.

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