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por Izabel Failde

Pegunta

Aplico inúmeras dinâmicas de grupo em meu trabalho como Consultor de Qualidade, pois creio que são poderosos instrumentos facilitadores do processo de crescimento pessoal e profissional. Eventualmente ouço outros profissionais dizerem que as dinâmicas de grupo não são instrumentos profundos. Vejo que há despreparo de muitos quanto à seleção e condução dos exercícios. Gostaria dos seus comentários a este respeito
Joel Bueno da Costa Filho
Decisão Consultoria

Resposta

Joel,
Ainda hoje, mesmo diante de tantas informações sobre usos e aplicações das dinâmicas de grupo, vejo profissionais utilizando-as como se fossem “tapar” buracos em um processo qualquer. Quer em Seleção, quer em Treinamento e Desenvolvimento, este instrumento é utilizado, muitas vezes, para trazer alegria, descontração, integração… e nada mais.
Quando o profissional seleciona erroneamente as atividades dinâmicas e as sub-utiliza está, no mínimo, comprometendo imagens (do departamento, da empresa, do processo, sua própria) e “queimando” o instrumento.
Nos processos de Treinamento e Desenvolvimento, por exemplo, é preciso que o Facilitador esteja preparado para, não só aplicar e conduzir os exercícios, mas também para direcionar o PROCESSAMENTO conseqüente. Isto quer dizer que, ao final de cada atividade, é essencial que:

  • os participantes falem sobre os sentimentos provocados pelas atividades, bem como conclusões profissionais (e pessoais, se for o caso) trazidas pelos exercícios
  • que o Facilitador faça analogias com o cotidiano pessoal e profissional, trazendo o aspecto lúdico para a realidade
  • que haja comprometimento de ambas as partes pela aplicação e manutenção das conclusões recém-constatadas
  • que o Facilitador utilize as conclusões do grupo como fatores motivacionais para o alcance dos objetivos que se quer atingir
Joel contou-me sobre a aplicação de uma dinâmica muitíssimo conhecida no meio, que é o “Telefone Sem Fio” (alguém fala uma mensagem a uma segunda pessoa e esta deve transmitir à terceira o que entendeu. Assim sucessivamente até o último participante).
Certa ocasião, observando as respostas do grupo, verificou que a quantidade de ruídos internos era maior que dos externos. Este pequeno exemplo nos mostra a essência do instrumento: sensibilização para conscientização e busca de aprendizado e crescimento.
Podemos considerar, neste caso, que as objeções internas, o egoísmo, a ausência de prontidão para ouvir o outro, a falta de interesse genuíno pelo colega podem ser graves obstáculos à comunicação. O comentário geral é, costumeiramente, “fulano não me explicou direito”. É cômodo e fácil jogar no outro as conseqüências da própria incompreensão. Entretanto, o bom relacionamento consigo próprio – coerente, congruente, condizente – é o passo inicial para todo e qualquer contato interpessoal.
Conduzir as dinâmicas é a parte mais “fácil”; estar preparado para as conseqüências é que requer do profissional, anteriormente à aplicação, muito estudo, observação, análise, segurança. Assim, ser Facilitador de dinâmicas de grupo não é para quem quer: é para quem pode.
A você que esteve comigo durante todo este ano, desejo que Papai Noel traga paz, saúde, discernimento, aprendizado, paciência e tenacidade. Assim, seu 2003 será regado de muito sucesso e prosperidade.
Dra. Izabel Failde
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