Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
Com a chegada do Natal, verão e do 13º salário, aumentam as compras e, com isso, abrem-se novas vagas no Comércio e na Indústria.
Só a Performance Recursos Humanos conta, atualmente, com 1.000 vagas para temporários, para comércio – principalmente lojas de médio e grande porte do setor de varejo – e para centrais de atendimento de call center. As vagas estão disponíveis nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De acordo com Diego Xavier Mendes, diretor comercial da consultoria, as expectativas são muito boas. “Estamos bem otimistas e pretendemos captar mais 3.500 vagas até o final do ano”, explica. Estas e outras vagas você pode visualizar no site Empregos.com.br, que já soma quase 1.410 vagas para trabalho temporário. Para ver onde estão as melhores oportunidades, clique aqui.
Para se candidatar, você precisa ter pelo menos o 2º grau completo e disponibilidade de horário – inclusive para os finais de semana e feriados. “Não pedimos experiência anterior, até melhor que não tenha por que aí a empresa pode treinar e moldar o funcionário do jeito que ela quiser”, salienta Diego. É interessante ainda que o funcionário seja muito comunicativo e desembaraçado, já que vai lidar com o público a todo momento, além de muita força de vontade.
Maior parte das contratações ocorre no comércio
“Esperamos a contratação de 50 a 55 mil trabalhadores temporários para este final de ano, número 10% maior do que no ano passado. O mercado ainda está um pouco fraco por causa das eleições, mas estamos confiantes que as vendas aumentem em novembro, e continuem até depois do Natal”. A afirmação é de Antonio Cabral, diretor do Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo. Ele considera que os setores que mais costumam contratar são vestuário, grandes redes de lojas e supermercados, shoppings e também na área de construção e imóveis, sendo que este último tem um crescimento maior em janeiro, período de férias.
De forma geral, o trabalhador temporário no comércio pode atuar como auxiliar de vendas ou balconista. Segundo o diretor do Sindicato, o salário para auxiliar gira em torno de 450 a 500 reais e para o balconista, pode chegar a 600 reais, com comissão. Os trabalhadores têm direito a vale transporte e contribuição para a previdência social.
A expectativa da Alshop – Associação Brasileira de Lojistas de Shopping – é que haja um empate na contratação de temporários em relação ao ano passado. São previstas 35 mil vagas em todo o Brasil, sendo que 15 mil só no Estado de São Paulo e somente na capital, há a previsão da abertura de sete mil vagas para temporários. A predominância será vendedores (70%) , estoquistas (15%) e operadores de caixa (15%). O início das contratações será em meados de novembro. Os interessados podem encaminhar currículo para este e-mail.
Sem dúvida, grande parte das contratações acaba ocorrendo por parte dos shoppings e suas respectivas lojas. No Shopping Frei Caneca, por exemplo, haverá a contratação de, aproximadamente, 150 pessoas. Wilson Pelizaro, superintendente do Shopping, afirma que a perspectiva de aumento de vendas gira em torno de 15%. “No ano passado, contratamos aproximadamente 120 pessoas; como o nosso “ Dia dos Pais” já registrou um aumento considerável de vendas, os nossos lojistas entendem que terão necessidade de contratar mais temporários para o período de Natal, que é a melhor data de vendas do comércio varejista”, explica.
Como em São Paulo, o comércio carioca também aguarda com ansiedade o aumento das compras. Na opinião da superintendente de Marketing dos shoppings Fashion Mall, Rio Off-Price, Ilha Plaza e Plaza Shopping, Jussara Nova Raris, apesar do momento confuso das eleições, a expectativa é que as vendas aumentem, pelo menos, 13%. “Mesmo com a crise, o Natal é infalível. Esperamos um cenário ainda melhor que no ano passado, quando teve o apagão”. Jussara acredita que qualquer loja que espere um aumento das vendas deveria contratar mais gente, por que corre o risco de perder dinheiro e clientes se não houver um bom atendimento. “Pode ser a época que mais se vende, mais também pode ser a que mais se perde se não tem funcionários suficientes. Quanto mais conviniência e bom atendimento a loja puder oferecer para o cliente, melhor”, afirma ela.
A superintendente de Marketing considera que, nesta época, além das lojas, os shoppings contratam 20% a mais do que seu efetivo em meses normais. São seguranças, pessoal de limpeza, manobristas e funcionários de suporte. Os shoppings Fashion Mall, Plaza Niterói, Rio Off-Price e Ilha Plaza vão contratar, juntamente com as lojas, cerca de 750 profissionais. Deste montante, cerca de 20% do pessoal acaba sendo efetivado. “Pode ser a prota de entrada para um emprego efetivo, basta mostrar serviço”, explica Jussara.
Indústria de brindes também apresenta crescimento
De acordo com a Abrinde – Associação Brasileira de Brindes -, serão criados cerca de 15 mil empregos temporários no final do ano, por conta da demanda de brindes. Cerca de 60% deste mercado se concentra nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Segundo Marcelo Chaves, diretor-comercial da Abrinde, estas vagas são operacionais, para ajudar na confeçcão dos brindes e materiais promocionais. “Tivemos dois grandes momentos na indústria de brindes: o primeiro foi na Copa e o segundo foi com as Eleições, quando aumenta muito a procura pelos produtos. O perfil é bem mão-de-obra mesmo, para trabalhar nas fábricas”, enfatiza Marcelo.
Com a instabilidade econômica e política pela qual o Brasil vem passando, algumas empresas reduziram o número de contratações, ou mesmo estão aguardando para chamar mais pessoal depois que passar a turbulência das eleições. Este é o caso da Bicho da Seda Acrílicos, empresa de brindes promocionais, que deve contratar apenas dois funcionários temporários desta vez, para completar o quadro de 10 pessoas que trabalham na empresa. Nesta época do ano, a principal encomenda é de calendários de acrílico. “Vendemos de 10 a 12 mil itens deste produto para empresas. Cada uma compra 100, 200 ou até mil itens”, diz Eduardo Della Santa, diretor da empresa.  “Geralmente a demanda é maior, mas como estamos em um período de turbulência e incerteza econômica, algumas empresas preferiram segurar os investimentos”, completa ele.
Cooperativa é forma de contratação muito usada
Como a contratação de temporários deve ser feita de forma flexível e rápida, muitas empresas acabam optando por admitir esses profissionais através das cooperativas de trabalho. De acordo com a gerente financeira da CTI, Adelaide Vilar, a expectativa é que as contratações aumentem pelo menos 10%. “Normalmente há uma procura muito grande por profissionais que atuem nos ramos de telemarketing, logística e vendas via Internet, além do setor de comércio varejista, que é o grande contratador”, explica.
A contratação por meio de uma cooperativa pode ser vantajosa para ambos os lados. “Para a empresa, tem a flexibilidade na contratação e para o funcionário, há a possibilidade de ter um rendimento maior, já que quanto maior sua produção, maior seu rendimento; e ainda pode prestar o serviço em horários flexíveis, dependendo de um acordo informal com a empresa contratante”, afirma Adelaide.
Como motivar seus funcionários temporários
Além do lado do funcionário, é válido analisar também como deve fazer o empresário, que muitas vezes precisa contratar trabalhadores por tempo determinado, mas não sabe como motivar e estimular esse pessoal.
Um bom exemplo de empresa que resolveu investir nos seus temporários é a Logistech, especializada em operações de entrega de produtos porta a porta, como malas expressas, pequenas encomendas, listas, guias, catálogos, jornais e revistas, além do serviço de leitura de medidores e entrega de contas de água, luz e gás. Como a empresa utiliza um grande número de trabalhadores temporários (basicamente entregadores), o RH desenvolveu uma política de motivação e incentivo para esses profissionais. “Trabalhamos com um banco de currículos, geralmente recrutado via parceria com o Centro de Solidariedade. Todos os profissionais desse banco recebem um treinamento básico, feito independentemente deles serem contratados como temporários, o que para muitos deles significa conseguir uma especialização sem ter feito qualquer investimento”, explica Carlos Pivoto, gerente de Recursos Humanos da companhia.
Os funcionários temporários trabalham com metas diárias, e quem consegue atingi-las ganha benefícios extras, como vale-refeição e cesta básica. Há ainda uma prêmio especial para os melhores trabalhadores temporários do ano, comemoração que reúne todos os funcionários que tenham trabalhado em regime temporário na empresa durante algum período do ano. “Com isso, ganhamos funcionários muito mais motivados e que sabem que são reconhecidos pela empresa. É um investimento relativamente pequeno, comparado ao retorno que isso traz nas vendas”, assegura Pivoto.

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