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As demandas que caem sobre nós andam terríveis: além de termos que nos atualizar constantemente em nosso know-how específico, não podemos perder nada do que acontece em política, economia, tendências sociais, gestão e outros temas relevantes. Precisamos também ter autoconhecimento, dominar as habilidades interpessoais e saber trabalhar em equipe. Aí vêm as necessidades familiares: o cuidar da saúde, as ações sociais. Andam dizendo agora que precisaremos aprender a falar chinês e ainda há aquele filme imperdível, a necessidade de discorrermos sobre vinhos, etc… De tudo isso, ficamos, sobretudo, com a angústia e o corre-corre. Não dá nem tempo de nos questionarmos se precisamos mesmo dominar tanta coisa.
É delegando, selecionando e principalmente priorizando as tarefas, que vamos saber o que realmente merece nossa dedicação e o que podemos eliminar sem culpa.
Não saber tudo não significa ser irresponsável. Basta definir, entre as inúmeras necessidades, com quais podemos ser complacentes. Complacência, no dicionário, é sinônimo de agrado, benevolência. Colinho, por que não ? Permitir-se não ser perfeito, permitir-se estar cansado, permitir-se não ter tempo. Mas, alto lá! A complacência só vale para determinadas tarefas.
Para saber quais, liste todas as tarefas que você precisa realizar mensalmente, desde as profissionais até as pessoais e familiares. Agora separe o que é ou será imprescindível daquilo que é delegável. Imprescindível é o que só você pode ou poderá fazer, enquanto que delegável é tudo o que poderia ser feito por outra pessoa, por uma máquina, ou o que poderia estar pronto ou quase pronto. Não pense agora se você tem quem faça ou se o produto semipronto já existe ou se você ou a empresa não têm verba para a delegação. Foque no que só precisa de sua supervisão .
Agora que você já tem a lista das tarefas delegáveis, comece a pensar em como fazer para se livrar delas ou para reduzi-las. Por exemplo, veja se você pode “delegar” os e-mails em língua estrangeira para um software de tradução, se pode arrumar uma carona para ir aos lugares cujo caminho não conhece, se pode gerar trocas entre amigos, colegas e familiares, desde que todos fiquem com tarefas que gostem e tenham facilidade de fazer. Pense também em planilhas e arquivos que deixam tarefas semiprontas. Seja criativo, mas não elimine sua responsabilidade pelos resultados.
No mais, não se torture caso tenha levado três dias para mandar lavar o carro ou se ainda não leu a análise de conjuntura de duas semanas atrás. Só não adie as tarefas que vão fazer com que você perca tempo depois. Opte sempre pelo prioritário. Sem culpa.
Ao dar um colo a si mesmo, você fica pronto para agüentar o tranco do dia-a-dia e forte para os momentos em que sua presença e dedicação são imprescindíveis.
A complacência, quando consciente e planejada, pode gerar mais resultados do que mais uma tarefa realizada: no fundo, estamos armazenando tempo e energia para dedicar ao que realmente interessa.

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