Carreiras | Empregos

Trabalho numa excelente multinacional há quase 8 anos, se trabalhar 12 terei minha aposentadoria e assistência médica para sempre, gosto do ambiente, sou bem quista por todos, tenho um ótimo relacionamento com meu chefe, porém fui convidada a voltar para a multinacional em que trabalhava antes dessa. Terei melhor salário e um trabalho que tem muito mais a ver comigo. Porém terei que levantar ainda mais cedo, chegar em casa mais tarde, ter uma condução menos favorável e menos confortável e perderei a possibilidade da assistência médica vitalícia. Ganharei um trabalho mais desafiante, a honra de ser convidada e um salário melhor, e os benefícios acabam empatando. Meu coração quer os dois, mas tenho que escolher um, o que devo fazer?
Jordete Aguiar
 
 
Resposta:
Jordete,
Para tomar qualquer decisão é importante ponderar todos os fatores: profissionais, pessoais e de projeto de vida. É preciso pensar no que busca para sua carreira e para a sua vida.
Acho que 12 anos é tempo demais para prever um futuro e tomar decisões a tão longo prazo. A multinacional pode nesse tempo decidir não ter mais unidades no Brasil, pode fazer uma reestruturação de profissionais, há inúmeros acontecimentos que podem mudar a sua previsão de aposentadoria, é muito tempo para colocar o seu futuro nesse projeto, porque depende de muitos fatores externos. Então acho que esse item não conta tanto na sua decisão. Imaginar que poderá ficar 12 anos numa mesma empresa é acreditar muito em estabilidade, e o mundo profissional hoje não traz tanta estabilidade, que dirá a situação econômica no Brasil. Depositar o seu futuro em algo tão volúvel é arriscado, pois o futuro pode mudar o seu projeto e frustrá-la.
Há várias questões que você precisa analisar para tomar uma decisão que atenda mais ao que deseja para a sua vida e para a sua carreira.
1. Você precisa pensar no seu projeto de vida. Aceitar o desafio de mudar de empresa irá interferir na sua vida pessoal, já que terá menos tempo para a família e maior dificuldade na condução. Portanto você precisa definir qual é a sua prioridade de vida, carreira e família, para ponderar bem se o tempo menor que tiver para a família não vai entristecê-la e diminuir seu desempenho na empresa.
2. Com um salário maior, você poderá fazer planos de previdência, que garantam o seu futuro, como pagar sua assistência médica para sempre.
3. Pense bastante no relacionamento com seu chefe atual, pois esse fator é bem importante. Se além do desconforto da distância, você não gostar do ambiente de trabalho, gerará um grande desgaste e você pode se arrepender da sua decisão. É preciso avaliar com muita calma esse item. Salário maior é bom, mas prazer no trabalho que vai executar também é importante, bem como a felicidade da sua família e da sua vida pessoal.
4. Outro fator que precisa ponderar é a pressão que o mercado de trabalho, colegas, familiares e até mesmo você podem fazer. Não existe nenhum mal em recusar uma proposta desafiante e principalmente melhor salário, como também não existe nenhum mal em abandonar uma possibilidade de aposentadoria e assistência médica vitalícia. Por mais importante que sejam esses fatores, você precisa decidir o que realmente deseja para a sua carreira e vida pessoal e não o que a sociedade, ou as “regras” queiram e considerem como melhores. São as suas prioridades que contam mais do que qualquer pressão que possam fazer – ou que você possa fazer consigo mesma.
Perceba como é importante você ponderar bem sob sua decisão, analisando todos os fatores que implicam sua mudança ou não de emprego. Coloque num papel os pontos favoráveis e desfavoráveis de cada decisão e veja quais estão mais próximos de seu projeto de vida a curto e a longo prazo. Só assim conseguirá tomar uma decisão mais próxima de seus desejos.
Boa sorte,
Adriana Fellipelli

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