Carreiras | Empregos

Por Clarissa Janini
 
Em sua quinta edição, a Career Fair, evento anual de carreiras promovido pela revista Você S/A , contou com a participação de palestrantes de renome nacional e James Hunter, autor do best-seller O Monge e o Executivo (leia matéria e a resenha de seu novo livro). Por mais um ano, a conferência foi sucesso de público e reuniu pessoas das mais diversas localidades do Brasil. Segundo a organização, o estado que mais enviou participantes foi São Paulo, com 267 pessoas, seguido do Rio de Janeiro, com 72. Foi uma grande oportunidade para se estar em contato com idéias e práticas de vanguarda do mundo empresarial e, claro, praticar o networking com profissionais das mais diversas empresas.
Durante dois dias, dez palestras e quatro painéis interativos abordando temas como liderança, gestão de carreira, planejamento financeiro e qualidade de vida foram apresentados ao público. O primeiro dia de evento foi dedicado aos ensinamentos de James Hunter sobre a liderança servidora, conceito que faz muito sucesso no País. Entre os conferencistas nacionais, vale destacar a palestra de Gustavo Cerbasi, consultor financeiro, e o painel de CEOs com Geraldo Carbone, presidente do BankBoston, e Ulisses Tapajós Neto, diretor-presidente da Masa Manaus, que cativou a platéia com sua simplicidade e espírito de liderança. Confira a seguir alguns dos destaques da Career Fair 2006.
Luiz Carlos de Queirós Cabrera – Os ciclos de carreira e a hora de mudar
O consultor, que também escreve a coluna “Palavra de mentor” da revista Você S/A , apresentou o conceito de “ciclos”, os quais consistem em projetos e realizações da vida profissional e pessoal – como cursos, relacionamentos, etc. Segundo ele, uma pessoa deve possuir cerca de cinco ou seis ciclos em aberto – mais do que isso pode resultar em desgaste desnecessário. “O problema é deixar muitos ciclos abertos, pois, se você não os fecha, terá sempre de repeti-los e eles se tornarão um fantasma na sua vida”. Como exemplo, Cabrera cita um curso de idiomas que você, por algum motivo, está desmotivado a continuar, mas ao invés de encerrá-lo por definitivo vai “empurrando com a barriga”. “Você deve sempre negociar a saída para não ter casos mal resolvidos lhe perseguindo pelo resto da vida”. Ele dá algumas pistas de quando é necessário mudar o rumo de uma situação: desgaste nas relações; esforço redobrado para realizar tarefas; diminuição de seu poder de influência; quando você pára de aprender; e quando acaba a competição sadia. Para mudar, tenha sempre um plano com suas opções de escolha em termos de empregabilidade, finanças e novos ciclos. “Não deixe a vida te levar”.
Veja outros conselhos de Cabrera para não errar e trilhar um caminho de sucesso:
.  Nunca seja superficial, esteja sempre disposto a ensinar e perguntar;
.  Nunca demonstre aversão ao conhecimento ou ao esforço alheio;
.  Não seja inconstante;
.  Nunca abra mão e seus princípios;
.  Nunca abra mão da sua felicidade
.  Acredite: você é melhor do que pensa.
Painel de CEOs – Ulisses Tapajós Neto, diretor-presidente da Masa (antiga Multibrás Amazônia) e Geraldo Carbone, presidente do BankBoston
Com mediação de Maria Tereza Gomes, diretora de redação da revista, os dois CEOs compartilharam com o público suas experiência profissionais, muitas delas coincidentes – por exemplo, o fato de as duas empresas terem sido compradas há pouco tempo (a Masa pela Flextronics e o Bank Boston pelo Itaú). A reação de ambos às mudanças, porém, foi oposta. “Senti-me muito mal. É difícil lidar com tantas emoções, sabendo que a empresa deixará de existir”, afirmou Carbone. Já Tapajós contou que a venda da empresa foi totalmente planejada, uma vez que as mudanças tecnológicas no setor de plásticos fatalmente resultariam em uma redução significativa no faturamento da empresa. “Dois terços do nosso faturamento vinham dos componentes plásticos dos televisores, e, com a chegada da TV de plasma, a produção diminui bastante. Fizemos uma projeção e nosso lucro seria reduzido cerca de 70%”.
O painel foi marcado pela descontração dos participantes, que responderam a várias perguntas e, inclusive, apontaram seus pontos fracos e fortes. “De três em três meses, faço uma reunião com os gerentes e peço feedback a eles para saber em que aspectos tenho de mudar meu comportamento e quais atitudes estão sendo positivas”. Carbone, por sua vez, afirmou que sua maior qualidade é ser um facilitador para todos ao redor e que, por outro lado, seus defeitos giram em torno de um alto grau de exigência consigo e com os outros.
Eugênio Mussak – Metacompetência: uma nova visão do trabalho e da realização pessoal
Também colunista da Você S/A , o médico e consultor Eugênio Mussak abordou na palestra a metacompetência, conceito que fez sucesso em seu livro homônimo. “O prefixo ‘meta’ significa ir além, transcender”.
Segundo ele, existem três perfis de quem realiza tarefas:
.  Competente: É aquela pessoa que faz o que se espera dela;
.  Incompetente: Faz menos do que o esperado;
.  Metacompetente: É aquele que faz mais, supera as expectativas, vai além do esperado.
Como exemplo máximo de metacompetência, o palestrante citou Mozart, que atingiu excelência através da paixão e dedicação em suas atividades como compositor.
Mussak, é claro, também ensinou a fórmula para se atingir esse status: unir as competências essenciais (básicas, técnicas) às transversais (aquelas que realmente são um diferencial). “As competências humanas potencializam as essenciais”. Ele lembrou também que “é papel das empresas darem a oportunidade para os colaboradores desenvolverem a metacompetência, mas só a própria pessoa pode realizar seu autodesenvolvimento”.
Gustavo Cerbasi – Planejamento financeiro: carreira e dinheiro
Autor do best-seller Casais inteligentes enriquecem juntos , o consultor financeiro realizou uma palestra de grande utilidade e aplicabilidade para todos, ao ensinar os caminhos para ver seu dinheiro se multiplicar com ações simples. Com muito humor, ele comentou quais são os principais erros dos brasileiros na hora de poupar e as diferenças de gastos entre homens e mulheres. “Homens e mulheres devem tomar cuidado com os pequenos gastos do dia-a-dia, que no final do mês pode fazer muita diferença”. Ele afirmou que os homens, ao comprar um produto caro – como carro ou computador, não se importam em torrar mais alguns reais em acessórios, o que encarece bastante o valor final da compra. “Já as mulheres costumam gastar bastante em valores menores, como manicure, roupas, bijuterias, etc”.
Ele apontou quatro grandes erros cometidos pelas pessoas com suas finanças:
.  Desprezar pequenos valores;
.  Não saber planejar;
.  Ausência de conhecimento financeiro;
.  Não saber negociar compras.
A receita para enriquecer, segundo o consultor, é até óbvia: gastar menos do que se ganha e fazer investimentos. Para ter sucesso nessa equação, ele afirmou ser necessário saber qual é o tamanho do seu “balde” de necessidades essenciais do mês (incluindo o lazer) e investir o restante. “Se sobrar dinheiro além dos gastos básicos e dos investimentos, gaste com luxos para si, sem medo”, ensina o especialista, para quem “as coisas mais importantes na vida não custam nada”.
Pedro Mandelli: Você está liderando mudanças ou sendo mudado?
O professor e consultor Pedro Mandelli encerrou a Career Fair 2006 abordando a velocidade das mudanças no mundo e como fica a questão da empregabilidade nos dias de hoje. “A carreira, agora, é problema da cada um, e não mais da empresa”. De acordo com ele, as organizações deixaram de ser instituições para se tornarem, puramente, negócios. “Com isso, as competências necessárias para se tornar um profissional de sucesso foram alargadas”. Ele mostra quais são os três tipos de comportamento dos profissionais da atualidade e qual deles é o ideal para as empresas:
.  60% das pessoas são do tipo que se adaptam ao meio-ambiente, cuja produtividade é proporcional aos estímulos externos (metas desafiadoras, chefes “fiscais”, recompensas, etc.);
.  20% dos profissionais apresentam características imutáveis, nem sempre positivas, que atravancam os resultados da empresa;
.  E os outros 20% são formados por um grupo de alta performance, cujo desempenho superior é resultado de vontade e esforços próprios. “São profissionais que zelaram por sua empregabilidade”, afirma o consultor.

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