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Como a misoginia afeta a carreira das mulheres| Fonte: Shutterstock

O Brasil está longe de acabar com a misoginia no ambiente corporativo. Muitas mulheres continuam sendo afetadas e tendo suas carreiras prejudicadas por atitudes, falas e condutas abusivas no ambiente de trabalho. É importante acreditar na equidade de gênero e na vontade genuína de homens e mulheres mudarem essa realidade, mas ainda estamos muito distantes disso.

A crença de que homens são superiores às mulheres está enraizada dentro de nós e precisaremos de muito tempo, de reflexões coletivas e leis para que essa realidade seja diferente hoje e para as próximas gerações.

É claro que, ao longo dos anos, muitas mulheres vêm assumindo cargos de liderança. Mas será que elas são realmente ouvidas? Possuem salários e benefícios equivalentes? Oportunidades iguais ou recorrentes? Ou são subestimadas por seus colegas do sexo masculino, pelo simples fato de serem mulheres? 

Será que você já sofreu misoginia no trabalho? Entenda melhor o que é

Nos últimos anos, o termo misoginia tem se destacado no ambiente corporativo, e é fato: muitas mulheres ainda desconhecem o significado da palavra. Por isso, vale a explicação: a palavra misoginia vem da união de dois termos gregos: miseo e gyne, que significam, respectivamente, ódio e mulheres. Nos dicionários, ela está relacionada ao ódio ou aversão às mulheres.

Hoje, entende-se que a misoginia pode se manifestar de diversas formas, como através da objetificação, da depreciação, do descrédito e dos vários tipos de violência contra a mulher. Se apresentando das seguintes formas:

  • Violência física;
  • Moral;
  • Sexual;
  • Psicológica;
  • Patrimonial.

Manterrupting é um dos  exemplos claros de misoginia no ambiente de trabalho. O termo é utilizado quando uma mulher é interrompida durante a sua fala em uma reunião, conversa, explicação ou discurso.

Aqui na Empregos realizamos uma pesquisa para saber situações que as mulheres já passaram no ambiente de trabalho, veja o resultado:

  • 40% responderam já ter passado por Manterrupting (quando um homem interrompe a fala de uma mulher);
  • 29% passaram por Mansplaining (quando o homem quer explicar coisas óbvias que a mulher já sabe);
  • 18% responderam ter passado por Gaslighting (o homem manipula a mulher na intenção de fazê-la duvidar de sua sanidade);
  • 14% já vivenciaram Bropriating (quando um homem se apropria de algo que a mulher falou ou fez, tentando levar o crédito).

Como o Brasil está evoluindo para combater a misoginia no mercado de trabalho?

A Lei 13.642/18 prevê que a Polícia Federal investigue casos de misoginia na internet, e o projeto de Lei 1.960/21 também qualifica como crime de injúria a prática de misoginia. Vale lembrar: comportamentos misóginos não são exclusivos do ambiente de trabalho.  

Um dado importante publicado pela plataforma Equal Measures 2030, que reúne dados sobre igualdade de gênero em todo o mundo, mostra que nenhum dos 144 países pesquisados (incluindo o Brasil) cumpriu plenamente a promessa de igualdade de gênero. Para conferir o relatório, clique aqui.

Dentro da plataforma, é possível calcular quantos anos demoraríamos para alcançar a equidade de gênero em algumas situações. Para esse cálculo, você deve colocar algumas informações, como idade, país onde mora e qual área deseja avaliar sobre igualdade de gênero. As áreas que aparecem são:

  • Acesso ao planejamento familiar moderno;
  • Obtendo algum ensino médio;
  • Leis sobre igualdade no local de trabalho;
  • Percepção das mulheres sobre segurança pública.

Para avaliar a situação aqui no país, imaginamos uma mulher de 32 anos, brasileira e escolhemos a questão de leis sobre igualdade no local de trabalho. Veja os resultados abaixo:

Leis para proteger a igualdade de gênero

Segundo a calculadora, somente aos 60 anos a mulher escolhida testemunharia leis que, de fato, promovem a igualdade de gênero de forma eficaz no trabalho. Isto é, se as tendências atuais continuarem, seriam necessários mais de 30 anos para que as primeiras mudanças ocorram.

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