Um dos desafios no mercado de trabalho é a diversidade e equidade de gênero dentro das organizações. Quando se trata do público feminino, as mulheres enfrentam diversos obstáculos e a maternidade no mercado de trabalho é um deles. O que não deveria ser um problema, mas as trabalhadoras ainda sofrem dificuldades para recolocação no mercado e até mesmo preconceito no ambiente corporativo.
Segundo um estudo realizado pela FGV-Rio, metade das mulheres são desligadas cerca de dois anos após a licença maternidade. Embora tenha aumentado o foco sobre a diversidade e equidade de gênero nas empresas, aplicar isso no dia a dia ainda está longe do ideal. O Empregos realizou uma pesquisa com candidatos e recrutadores para entender mais sobre esse cenário.
A realidade da maternidade e mercado de trabalho
O foco da pesquisa teve como objetivo entender a percepção do público feminino sobre os desafios das mães no mercado de trabalho. A pesquisa contou com a resposta de 270 candidatas participantes, veja:
- 39,6% são da faixa etária de 35 a 44 anos
- 58,5% possuem ensino médio;
- 67% estão desempregadas;
- 40% já sofreram discriminação na entrevista de emprego ao contar que é mãe;
- 64,1% já precisam faltar no trabalho para cuidar do filho.
A realidade de muitas trabalhadoras é que a responsabilidade da criação dos filhos é totalmente da mulher. Por isso, em muitos casos, cabe a mulher se ausentar do trabalho para ver questões de saúde e educação, por exemplo. Além disso, nestes casos a maioria não conta com uma rede de apoio para dar o suporte necessário.
No entanto, os deveres da maternidade não devem ser vistos como um impasse para a carreira da mulher. Pelo contrário, milhares de mulheres lidam com a dupla ou até mesmo tripla jornada e entregam ótimos resultados. Cabe às empresas terem um olhar mais humanizado para as colaboradoras e analisar cada caso com muita atenção.
Maternidade ainda é vista como tabu nas entrevistas
Trabalho e maternidade em conjunto são duas palavras que ainda são vistas por muitas empresas como um tabu. Além da discriminação sofrida em processos seletivos, muitas mulheres sofrem com o preconceito no dia a dia do seu trabalho.
57% das entrevistadas disseram já terem sido demitidas ou conhecerem outra mulher que foi demitida após a licença maternidade. De acordo com o Art. 392, da Lei nº 5.452 a “empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário”. Entretanto, tem se percebido o crescimento de mulheres que são demitidas após o período da licença, em que alguns casos, nem mesmo uma justificativa da demissão recebem.
Outro dado que chama a atenção é sobre a oportunidade de promoção em que 94,8% responderam que não foram promovidas durante a gestação ou após licença maternidade.
Diversidade e inclusão nas empresas
A participação da mulher no mercado de trabalho tem crescido nos últimos anos. O interesse das empresas em ter uma organização mais diversificada e plural também tem relação com os negócios. Segundo estudo da Organização Mckinsey e Company, as empresas com diversidade de gênero possuem 15% a mais de chances de ter rendimentos acima da média. Mas trazendo a realidade dentro das organizações, como as empresas acolhem as suas colaboradoras? Afinal, a maternidade é a realidade de muitas mulheres.
25,2% das entrevistadas responderam que já precisaram levar o filho para o trabalho. Em contrapartida, 93% das empresas/recrutadores que participaram disseram que a empresa não possui infraestrutura para receber filhos dos funcionários. Dessa forma, as empresas precisam colocar em seu planejamento como acompanhar e oferecer o suporte necessário para as suas funcionárias. Veja alguns exemplos:
- Ampliar a licença maternidade e paternidade;
- Jornadas flexíveis de trabalho;
- Orientação pós-parto;
- Salas de amamentação;
- Plano de carreira estruturado;
- Suporte financeiro (como auxílio creche);
- Sala de recreação;
- Entre outros.
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Apoio do Governo para mães
Para dar apoio às mães no mercado de trabalho, além do benefício do Bolsa Família, está para ser aprovado pelo Congresso Nacional o auxílio permanente de R$1.200 destinado para as mães solo. Dessa forma, de acordo com o projeto de Lei, se aprovado, é preciso atender alguns requisitos para receber o benefício:
- Ter idade mínima de 18 anos;
- Não ter companheiro ou cônjuge;
- Estar inscrita no Cadastro Único – CadÚnico;
- Ter renda mensal de até 1/2 (meio) salário mínimo por pessoa ou total familiar de três salários mínimos;
- Ter ao menos um filho menor de dezoito anos sob sua responsabilidade;
- Não possuir emprego com carteira de trabalho;
- Não ser beneficiária de programas previdenciários ou assistenciais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
- Não receber seguro-desemprego;
- Não participar de qualquer programa de transferência de renda federal.
- Mulheres autônomas, registradas como microempreendedoras individuais e desempregadas também estão dentro da proposta para receber o valor extra.
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