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por Juliana Falcão
Por muito tempo, pedagogo era o profissional que, dentro das instituições escolares, fazia o papel de professor. Tanto os técnicos em Magistério como os formados em Pedagogia dividiam essa atividade, contribuindo para a formação
cultural de toda a sociedade. Os pedagogos atuavam – e ainda atuam – também como orientadores educacionais.
Hoje, as coisas mudaram. “O pedagogo já atua em empresas de RH, indústrias de brinquedos e também em atividades relacionadas a lazer e recreação”, conta Carlos Honório Pinheiro, coordenador do curso de Bacharelado em Pedagogia da Universidade Anhembi Morumbi.
Para cursar Pedagogia não é necessário fazer Magistério, a menos que o profissional queira exercer a função de professor. “Quem deseja atuar como professor, deve fazer a Licenciatura em Pedagogia depois de ter concluído o magistério. Um pedagogo sem magistério pode atuar em várias outras áreas fora da sala de aula”, explica Carlos Honório.
Atualmente, além da formação comprovada e do domínio das tecnologias de informação e educação, uma das características mais importantes para o pedagogo é a capacidade de gerenciamento da formação continuada. “Diversas instituições escolares promovem cursos e seminários de atualização profissional, mas o profissional de educação precisa ter a consciência de que isso é importantíssimo para seu crescimento profissional. Desse modo deve aprender a buscar fora do seu local de trabalho outras formas de melhorar seu desempenho profissional”, diz Carlos Honório.
O curso superior de Pedagogia foi criado em 1939 e regulamentado 32 anos depois, pela Lei 5.692 de 11 de agosto de 1971. Os profissionais da área são representados pela Federação Nacional dos Orientadores Educacionais e pela Associação dos Professores de Escola Oficial do Estado de São Paulo.
A média salarial nas escolas varia muito. Segundo o coordenador do curso de Pedagogia da Anhembi Morumbi, a remuneração vai de R$ 600 a R$ 3.000, para uma jornada de 40 horas semanais.
Tempo de mudanças
As mudanças já vinham ocorrendo na área de pedagogia desde que a Lei Nacional n.º 9.394, de 20 dezembro de 1996 foi decretada pelo Congresso Nacional, obrigando todos os professores de ensino fundamental a obterem diploma de curso superior.Como a lei tem 10 anos para ser cumprida, e nenhuma iniciativa havia sido tomada até agora, a secretária da Educação, Rose Neubauer criou o Programa Especial de Formação Pedagógica Superior para os professores da rede pública de ensino.
Com 3.100 horas, o curso será oferecido por universidades ou instituições de ensino superior autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação. Somente os profissionais formados com licenciaturas plenas estarão isentos da exigência. “Quem não tiver curso superior até 2006, não conseguirá mais emprego”, diz Isabel Vendramine, assistente de coordenação do projeto.
Para Carlos Honório, essa exigência corresponde às necessidades do mercado. “As escolas particulares, por exemplo, já não contratam mais professores sem curso superior”, explica.
O coordenador acredita que ainda há muitas vagas no mercado. “O mercado seleciona naturalmente seus profissionais mas, devido à ampliação de oportunidades, ainda vai demorar muito para ouvirmos falar em desemprego na educação”. O ensino online, por exemplo, é uma área promissora. “Hoje, ensinar não é mais uma atividade essencialmente presencial. Com a tecnologia, os cursos via internet e via televisão estão muito valorizados e representam uma ótima área de trabalho para os pedagogos e professores”, comenta ele. “Com a regulamentação da graduação pela internet, esse trabalho tende a se expandir cada vez mais”, finaliza Carlos.

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