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A entrevista de emprego costuma ser uma fase difícil de ser enfrentada. Além da tensão natural e a “obrigação” de passar, o candidato tem pouco tempo para demonstrar suas habilidades e conseguir apresentar todo o conteúdo que tem em mente para influenciar e impressionar o avaliador.
As atribuições do candidato são muito claras quando falamos de entrevista de emprego, mas poucas pessoas pensam em como se sente o avaliador. Poucos pensam em como ele pode fazer para analisar e interpretar corretamente as ações do candidato e, principalmente, saber se ele está mentindo sobre alguma passagem de sua vida pessoal e profissional.
Hoje, com o avanço tecnológico e com as redes sociais cada vez mais integradas, é mais difícil blefar como antigamente. Até o início dos anos 90, o candidato tinha muito mais chance de mentir e não ser descoberto. Os tempos são outros, as falácias são descobertas de forma muito mais rápida, mas, mesmo assim, existem pontos e informações que não temos como buscar na internet.
Por exemplo, quando a pessoa diz que tem uma boa estrutura familiar, quando diz que sempre trabalhou bem em equipe, que é organizada com suas ferramentas de trabalho ou até mesmo quando fala que bebe pouco e que não tem qualquer vício – é difícil comprovar.
O objetivo desse artigo é trazer algumas pistas que podem mostrar o que entrega o candidato mentiroso. Assim, o recrutador não corre o risco de escolher a pessoa errada, ou pior: te dispensar do processo seletivo por não seguir o comportamento apropriado, mesmo que sem querer. Vamos às pistas:
– Olhe nos olhos: quando uma pessoa mente, ela tem dificuldade de olhar nos olhos do avaliador porque parece que seu olhar vai entregar o que está sentindo. Existe um ditado que reforça essa ideia: “os olhos são a janela da alma”. Dificilmente alguém vai mentir olhando dentro dos seus olhos a não ser que seja um “mentiroso profissional”, e aí pode conseguir esconder o que sente.
– Responda com firmeza: demorar muito para dar uma resposta e pensar demais antes de falar, pode ser um sinal de que está construindo o raciocínio, e não apenas lembrando de aluma informação. Evite longas pausas ou um maneirismo muito conhecido, que é o “éééé” entre as palavras. Esse “éééé” demonstra falta de preparo, de conteúdo.
– Não mude o discurso: em alguns casos, os recrutadores fazem algum gesto ou balançam a cabeça positiva ou negativamente para alguém (um outro avaliador) durante a fala do candidato. É muito comum que o candidato comece a trocar a versão do que estava dizendo a fim de falar exatamente o que ele imagina que os entrevistadores desejam ouvir. Isso revela que, naquele discurso, há mentira, seja no início ou no final.
– Saia da zona de conforto: A maioria das pessoas vai a uma entrevista de emprego pensando em como responder as questões, em como apresentar bem seu currículo e justificar a sua contratação por meio de uma faculdade ou de algum número expressivo conquistado em um emprego anterior. Mas o que importa mesmo é você falar com propriedade sobre o dia a dia dos trabalhos anteriores e o conteúdo dos cursos que citou no currículo. É possível que o candidato saiba todos os números de uma estatística e todos os autores que deseja citar na entrevista, mas poucos pensam em como ilustrar uma situação vivenciada.
O grande destaque da mentira na entrevista é saber e diferenciar o que é mentira e o que é uma situação que o candidato amenize. Nenhum recrutador deve esperar um candidato dizer que foi demitido do antigo emprego porque brigava todos os dias com o gestor, muito menos que era preguiçoso e que, por isso, não conseguia cumprir os prazos.
Candidatos vão sempre amenizar e dizer que “não estavam alinhados com o gestor” e que “os prazos eram apertados demais e as metas impossíveis de atingir”. O avaliador precisa saber que isso faz parte do jogo e buscar interpretar cada resposta, de preferência com base em alguma situação e não somente em um número.
Importante destacar que todos os itens acima referem-se a pistas e não são rótulos que definem uma pessoa. Cautela e atenção são fundamentais para um bom processo seletivo. O segredo de uma boa entrevista não está nas respostas e, sim, nas perguntas bem formuladas pelo avaliador que faz com que o candidato elabore a resposta ali, na hora, e dificulte a resposta “enlatada”.
Rodapé Guilherme Miziara

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