Carreiras | Empregos

por Juliana Ricci
Confesse: já houve momentos em que, apesar de concentrar seus esforços para o crescimento da organização em que trabalha, você parou e pensou: “quando é que a minha empresa vai ser realmente um bom lugar para trabalhar?”

Segundo Robert Levering, co-fundador do Great Place to Work Institute e co-autor do ranking “100 Melhores Empresas para Trabalhar da América” da revista Fortune e da lista “Melhores Empresas para trabalhar” da revista Exame, isso vai acontecer quando houver confiança – uma soma de credibilidade, respeito e imparcialidade -, orgulho e camaradagem por parte de todas as pessoas que convivem no mesmo ambiente.
Parece fácil, mas a realidade mostra o contrário. Em 2000, mais de 300 empresas brasileiras participaram da avaliação promovida pela revista Exame, em parceria com o Great Place to Work Institute. E depois de uma seleção rigorosa, cerca de 200 ficaram de fora da lista das “Melhores Empresas para trabalhar”.
O instituto realiza a pesquisa no Brasil desde 1997, com base nos métodos utilizados pela matriz, que fica em São Francisco, Califórnia. Nas avaliações, 80% do peso são atribuídos à opinião dos empregados e 20% restantes às políticas e práticas de recursos humanos. Este ano, a nova lista será divulgada em 13 de setembro.
O Great Place to Work Institute avalia e auxilia as organizações para que se tornem bons ambientes de trabalho, por meio de diagnósticos, palestras e serviços de assessoria.
A Fiat chegou lá
No ano passado, a Fiat Automóveis foi eleita a melhor empresa brasileira para trabalhar. Como ela conseguiu? Os consultores do Great Place to Work respondem: “Os empregados sabem tudo sobre a empresa. Há encontros mensais com o superintendente, reuniões diárias antes do expediente e quadros de aviso pela fábrica. Treinamento é lei. Do operário ao executivo, todo mundo vai para a sala de aula. A Fiat tem uma revista mensal só para a família, clube para festas e esportes, plano de saúde grátis e incentivo à educação dos filhos; funcionários de todos os níveis são candidatos potenciais a uma temporada na matriz, na Itália, ou nas subsidiárias do grupo.”
De acordo com o diretor superintendente da montadora, Gianni Coda, essas ações fazem parte da política de atenção ao funcionário, que se reflete diretamente no sucesso da empresa. “No mundo competitivo atual, ter uma empresa com pessoas felizes é um diferencial. Isso significa que poderemos enfrentar qualquer desafio em conjunto e rapidamente”, afirma.
Quer contribuir para que sua empresa faça parte das próximas listas? Veja os conselhos de Robert Levering sobre como transformá-la no melhor lugar para trabalhar:
Por que ser a melhor?

  • Porque as pessoas se interessam por conseguir um emprego na organização e fica mais fácil contratar os profissionais mais competentes do mercado
  • Porque o índice de rotatividade é baixo, o que significa redução de custos e continuidade do trabalho
  • Porque pessoas satisfeitas elevam o nível de produtividade. Segundo pesquisas do Great Place to Work Institute, as melhores empresas americanas e européias para trabalhar lucraram, nos últimos anos, até três vezes mais do que as bolsas de valores

Como ser a melhor?

  • Relacionamentos. A qualidade dos relacionamentos entre as pessoas é fundamental. Se não houver relações verdadeiras e saudáveis, nada feito
  • Confiança. Demonstrar e conquistar confiança é outra condição para passar no teste. Para isso, é preciso:
    – Ter credibilidade junto aos subordinados
    – Manter políticas de comunicação claras. Garantir respostas claras sobre QUALQUER pergunta feita pelo profissional
    – Dar o exemplo, exigindo da equipe algo que já se tem como hábito Respeitar de verdade, tratando TODOS de maneira igual
  • Valorização. Agradecer, reconhecer. Ninguém vive satisfeito se não receber estímulo
  • Colaboração. Colocar a mão na massa, participar até mesmo da parte mais chata e difícil do trabalho. É preciso que as pessoas tenham certeza de que podem contar com os superiores em todas as situações
  • Atenção. Os gerentes e diretores devem interessar-se pelas PESSOAS e não só pelos funcionários
  • Justiça. Além de ser justa no tratamento e nas punições, é preciso que a empresa dê ouvidos aos que se sentem injustiçados. Isso também é uma forma de fazer justiça
  • Diversão. Ambientes divertidos são mais produtivos. Pessoas divertidas sentem-se extremamente infelizes quando são podadas. E não trabalham direito. E mudam de emprego
  • Liberdade. Isso significa deixar as pessoas livres para serem autênticas, para demonstrarem suas diferenças e tirarem proveito delas em benefício do trabalho. Padrões de conduta inibem a criatividade
  • Contratar pela atitude e treinar pela habilidade. Pense em como o inverso seria difícil e prejudicial
  • União. Manter na empresa apenas pessoas que combinam e concordam com a cultura do lugar. Quem discorda não conseguirá contribuir
  • Perdão. Errar é humano e também uma grande fonte de aprendizado. Quem não perdoa e não analisa o erro para aprender com ele, erra sempre!
  • Posse. É preciso incentivar as pessoas a agirem como proprietárias da empresa. Assim elas terão mais cuidado – ninguém gosta de perder o que batalhou para conquistar – e compreenderão melhor as dificuldades

Agora que você já conhece os critérios, procure fazer da sua empresa o melhor lugar para trabalhar, seja patrão ou funcionário. Se cada um fizer sua parte, tudo pode ser mudado… mas, se alguém não começar, nada pode ser melhorado.

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