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Há um mito de que o empreendedor bem sucedido é aquele que teve uma ideia e lutou por ela de maneira cega e obstinada. A realidade nem sempre é essa: mesmo nos empreendimentos baseados em ideias inovadoras, é fundamental conhecer o mercado, visualizar tendências, aprender sobre o operacional da realização e distribuição do novo produto ou serviço.
É muito provável que a empresa que V. trabalha esteja envolvida em um ou mais desses procedimentos: inovação aberta (parceria com universidades ou outros órgãos e pessoas para o desenvolvimento de uma inovação), sofisticação das pesquisas junto aos clientes, programas de ideias ou busca de opiniões sobre empresas e produtos nos sites de relacionamento. O que eles têm em comum?  A possibilidade de aprender, crescer e inovar a partir do outro.
Percebo, no meu trabalho com inovação, que aprender com o outro exige mais do que procedimentos formais. É preciso uma mentalidade aberta, força de vontade para ultrapassar preconceitos, mudar a forma de atuação, quebrar paradigmas e sair da zona de conforto.
Antes mesmo de pedir opiniões ou testar produtos é necessária uma competência específica. Além da atitude, é preciso treino. Elaborei alguns exercícios para o desenvolvimento dessa competência. Experimente. Além de úteis, são divertidos:

  • Converse com pessoas com profissões, valores e estilos de vida diferentes do seus. Substitua a tentação de julgar pelo desejo de aprender ou de se deixar surpreender. Curta a experiência;
  • Não se irrite nem desista de projetos que tomaram rumos diferentes dos previstos. Tampouco considere que houve um erro a ser corrigido. Apenas saboreie a surpresa e procure as oportunidades embutidas nela;
  • Se muitas pessoas atacarem uma ideia sua não desista. Por outro lado, não insista buscando argumentos para provar que a proposta é boa e vai dar certo. Aceite os aspectos negativos da ideia e veja como contorná-los;

 

  • Esta atitude de “nem tanto ao mar, nem tanto à terra” vale também para a intuição. Acreditar cegamente nela é tão perigoso quanto negligenciá-la. Confirme seus palpites com os de outras pessoas e, quando possível, com dados concretos;
  • Da próxima vez que V. ouvir uma proposta absurda, considere que seu interlocutor a considera válida (senão, para que contar?). Portanto, use a proposta com um pretexto para uma reflexão e analise a ideia em busca do pode ser aproveitado. Este exercício é útil também quando seu interlocutor estiver “viajando na maionese”. De preferência, viaje um pouco junto com ele;

 

  • Da próxima vez que V. for criticado, não ignore a critica ou menospreze quem o criticou. Vá em busca de alguma dica interessante. Provavelmente V. vai encontrá-la;
  • Quando souber de alguém que foi extremamente bem sucedido em algo que V. gostaria de ter conquistado (por exemplo, ele emagreceu, passou a ganhar muito dinheiro, foi promovido) evite a inveja. Apenas tente ver o que pode aprender com ele;

 

  • Procure imaginar como funciona a cabeça de seu interlocutor, cliente ou chefe. Ele pende mais para o otimista ou para o pessimista? Se vê na obrigação de elogiar ou está mais treinado a criticar? Entendendo o ponto de partida dele, V. poderá aproveitar melhor suas contribuições;

Encontre formas de adquirir gostinho pela novidade, iniciando com aquelas que nas quais V. não precisa acertar. Ao conversar com as pessoas, tenha em mente o aprendizado, a troca, a criação conjunta. V. vai ver como funciona!

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