Carreiras | Empregos

Por Orlando Pavani Junior*
A gestão de competências de forma tradicional, focada eminentemente nas capacidades intelectuais, enfatiza o que um profissional deve ter como requisito mínimo para ocupar um cargo ou função. Neste sentido, a mensuração da eficiência, da eficácia e da efetividade dos profissionais costuma se basear em metas impostas pela hierarquia e pelas demais partes interessadas. No entanto, o que atualmente se discute na gestão de pessoas é a inteligência comportamental e atitudinal. Trata-se de um tipo de inteligência fundamental para o sucesso dos profissionais, mas difícil de mensurar devido à subjetividade ainda presente nas avaliações clássicas.
Com base no trabalho de Howard Gardner e, mais especificamente, no de Robert Cooper e Ayman Sawaf, no seu livro A Inteligência Emocional nas Empresas, conclui-se que o conceito pode funcionar fora do domínio da mera análise psicológica. Ou seja, a inteligência emocional pode ser compreendida e alterada. Cooper e Sawaf criaram o Teste EQ-MAP, que desenvolve um mapa do quociente emocional do indivíduo, “calculando” a sua inteligência emocional.
O objetivo do Teste EQ-MAP é mapear as competências emocionais de uma pessoa de forma a comparar com as competências desejadas na função que ela ocupa. O teste deve servir para, primeiramente, especificar as competências emocionais de um cargo e, posteriormente, identificar se a pessoa que ocupa esta posição detém as competências emocionais necessárias.
Para construir o Mapa do Quociente Emocional (EQ-MAP), 258 questões são respondidas, resultando num gráfico individual com 20 escalas subdivididas em quatro níveis cada, com cinco seções. O gráfico é utilizado para diagnosticar oportunidades de melhoria nas atitudes do quotidiano (pessoal e profissional), trabalho que pode facilitar o atingimento de três objetivos:
* Aumento da eficácia sob pressão;
* Construção de relacionamentos seguros;
* Estímulo de inovações.
A importância desse método está no fato de que o mapa que servirá como referência para aprimorar as habilidades emocionais é concebido a partir das considerações do próprio profissional que responde às 258 questões, o que facilita o diálogo com o in¬terpretador credenciado e torna o trabalho mais eficiente. Se as escalas não são consideradas adequadas para a função ou ainda não estão confortáveis para a pessoa, um processo de coaching ou algum treinamento motivacional de “alto impacto” pode ser recomendado.
Em síntese, o EQ-MAP serve para que o profissional entenda melhor suas características comportamentais mais viscerais. E, desta forma, trabalhe para ressignificar e recon¬textualizar determinados comportamentos percebidos como inadequados e para reforçar as atitudes consideradas positivas.
O nosso QE (Quociente Emocional) é responsável pela eficiência e eficácia do nosso QI (Quociente de Inteligência) e pela nossa produtividade/qualidade. Medir, monitorar, desenvolver e cuidar com carinho do desempenho do QE pode ser a melhor forma de evitar uma situação bastante comum nas empresas: que um profissional altamente capacitado, bem-sucedido e que preenche todos os requisitos de competência da função acabe fracassando.
*Orlando Pavani Junior é CEO da Gauss Consulting, empresa de consultoria instrumental e assessoria especializada. Contato: pavani@gaussconsulting.com.br

Avalie:

Comentários 0 comentário

Os comentários estão desativados.