Carreiras | Empregos

Por Izabel Cristina

Fim de ano é tempo de desaquecimento do mercado de trabalho. O ritmo das contratações diminui e o desânimo toma conta de boa parte dos profissionais. A única coisa que pode melhorar esse quadro são as perspectivas de crescimento para o próximo ano. Ouvir ou ler informações positivas sobre as oportunidades de emprego nos meses seguintes é tudo o que precisamos para festejar o Natal e o Reveillon com alegria.
Por isso, o Empregos.com.br fez um levantamento das principais áreas onde haverá ofertas de trabalho. Leia, acompanhe e aproveite para redobrar as energias para 2002. E bom final de ano!
Indústria X Serviços
O segmento de indústria teve o pior desempenho do ano registrado entre julho e setembro de 2001, mas em contrapartida, os serviços crescem. As grandes empresas reduziram seus quadros de funcionários neste ano e os empregados desligados da indústria migraram para a área de serviços. Essa tendência deve manter-se em 2002.
Dados do IBGE sobre o Cadastro Geral das Empresas indicam que entre o período de 1996 e 1999, o número de empresas (empregadores, portanto) cresceu 20,7%, passando de 3,2 para 3,8 milhões. Esse crescimento foi maior nos serviços (34,5%) e entre as pequenas empresas (22,4%). De modo geral, o emprego na indústria caiu em 4,1% e em serviços cresceu 7,4%.
A crise energética afetou negativamente as vendas de eletroeletrônicos domésticos em 2001. As indústrias desse setor faturaram exatamente o mesmo valor que no ano anterior – 9,5 milhões de reais -, segundo dados divulgados pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Com isso, houve demissões.
Para 2002, a associação prevê um crescimento modesto, de apenas 9% em relação a deste ano. Isso deverá ocorrer devido a queda nas exportações por causa das crises argentina e americana, e à expectativa de baixo nível de atividade no mercado interno no início do ano.
Já a crise teve efeito contrário na área de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Ela foi a grande responsável pelo crescimento dessas atividades, tendo aumentado em 34% o faturamento neste ano – para 4,8 milhões de reais. Para 2002 novos investimentos estão previstos para a construção de hidrelétricas, o que deverá ocasionar a contratação de cerca de 15 mil pessoas.
Varejo
Se o século 20 teve o registro da hegemonia da indústria, o novo milênio é marcado pela ascensão do varejo. Com vendas estimadas em 6,6 trilhões de dólares em 1999, o varejo tornou-se o setor que mais movimenta dinheiro no mundo.
Em 2002, os segmentos de varejo que trabalham com vestuário, calçados e complementos, perfumaria, cosméticos e alimentação deverão apresentar um crescimento significativo no Brasil em 2002, o que significa aumento na geração de empregos.
“Outro nicho de mercado que deve crescer é o mercado de luxo, que engloba o varejo de produtos de alto padrão, como roupas, bebidas, perfumaria e cosméticos. Infelizmente para a economia interna e a geração de emprego isso representa pouco, pois em sua maioria os produtos são importados”, adverte Alberto Serrentino, diretor de e-commerce da Gouvêa de Souza & MD.
Outro segmento em crescimento dentro do setor são os hipermercados, que tornaram-se um dos grandes redutos de mão-de-obra no Brasil. Segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados), entre 97 e 99, houve um aumento de 10% de número de pessoas contratadas. Isso significa que o setor empregou cerca de 176 mil pessoas durante esse período, abrangendo diversas atividades, de todos os níveis de escolaridade.
Temporários e serviços terceirizados
Segundo a Asserttem – Associação Brasileira das Empresas de Serviços Tercerizáveis e de Trabalho Temporário – existem atualmente no país cerca de 10.500 empresas de trabalho temporário e terceirização de serviços. Elas são responsáveis por uma média de 1,6 milhão de trabalhadores que estão mercado.
O faturamento mensal do setor chega a R$ 1,5 bilhão. Dos 69 milhões de pessoas que compõem a PEA (População Economicamente Ativa) no Brasil, 2.29% desse total são temporários. Dos mais de 25 milhões de trabalhadores que hoje trabalham com carteira assinada, 6.5% são de mão-de-obra temporária e terceirizada.
A importância do trabalho temporário foi reconhecida, recentemente, pela própria OIT – Organização Internacional do Trabalho -, ao editar o Convênio 181, em 1.997. Ele estabeleceu a importância das agências privadas de emprego, entre elas, as empresas de trabalho temporário, enquanto geradoras de empregos e capacitadoras de pessoal.
A terceirização em serviços como segurança, limpeza, recursos humanos, finanças, comunicação e até mesmo informática deve continuar crescendo em 2002. Apesar dessa modalidade de contratação pagar salários mais baixos, a tendência tem se demonstrado mais vantajosa no sentido de ampliar os postos de trabalho.
Segundo o economista da Associação de Comércio de São Paulo, Emílio Alfieri, eventos como a Copa do Mundo e as eleições deverão trazer oportunidades de empregos temporários. “A Copa do Mundo deve aumentar a venda de aparelhos como DVD, videocassetes e televisores. Já com as eleições aumentam a necessidade de mão-de-obra temporário para atender a demanda em serviços”, diz Emílio.
Informática de exportação em alta
A exportação de software deve fechar 2001 com um faturamento em torno dos 100 milhões de dólares. Em 2000, o segmento de software brasileiro movimentou cerca de 3,2 bilhões de dólares e está crescendo, em média, a uma taxa anual de 19%. O software também tem ampliado sua participação no setor de TI. No início dos anos 90, representava 43% e, no ano passado atingiu 51% do mercado.
Esses dados são da Softex (Sociedade para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), que também garante que o Brasil está se firmando no exterior como um importante player no desenvolvimento de soluções para segurança, automação bancária e e-government.
A meta das empresas que atuam nessa área é ampliar em 30% as exportações de software e fazer com que isso se reverta em 15 mil novos empregos.

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