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Por Gisèle de Oliveira
Todo mundo já teve uma noite mal dormida na vida, certo? Provavelmente, mais que uma, e sabemos que os estragos que ela acarreta no dia seguinte não são poucos. Cansaço, desânimo e desatenção são alguns deles. Agora imagina para quem tem uma rotina de trabalho que o obriga a passar boa parte do tempo em vôos nacionais e internacionais, transformando o avião numa extensão de seu escritório, de sua casa e, pior, do seu quarto.
Com o objetivo de identificar os efeitos nos negócios e no cotidiano de noites mal dormidas em aviões, a British Airways realizou uma pesquisa com passageiros assíduos de vôos domésticos e internacionais e verificou que o desempenho no trabalho é afetado por essas noites passadas nas aeronaves. O estudo apurou ainda que o percentual de horas dormidas durante o vôo é de 3,2 horas. “Um entre cada cinco pesquisados teve desempenho negativo ou perdeu negócios por causa de uma noite mal dormida no avião”, afirma Andreia Rulli, gerente de marketing da British Airways.
De acordo com Dalva Poyares, médica e professora da disciplina de Medicina e Biologia do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as restrições que os passageiros sofrem em termos de movimento gera desconforto e estresse, o que acaba levando a uma noite ruim de sono. O fuso-horário também é outro fator que contribui para a queda de desempenho. “Claro que essa restrição de espaço muda de uma classe para a outra do avião, mas mesmo assim não é o local mais indicado para uma boa noite de sono. Quanto mais fusos-horários a pessoa cruzar, pior será, pois o seu relógio biológico não bate com o horário local. E com a idade a capacidade de adaptabilidade ao novo horário piora, tornando a situação mais crítica”, diz Dalva. “Por conta disso, a pessoa pode sentir fadiga, sonolência, ter sua capacidade cognitiva diminuída, o que afeta diretamente o seu desempenho profissional”, acrescenta.
Viver viajando não é uma vida das mais fáceis e pode acabar afetando o desempenho também durante a rotina profissional. Segundo a Dra. Dalva, alguns sintomas podem tornar-se permanentes no dia a dia. “A pessoa passa a sentir fadiga, desânimo, sintomas de depressão, irritação, novamente, alteração na sua capacidade cognitiva, o que o leva a ter dificuldade de análise e entendimento”.
O que fazer para aliviar os sintomas

  • Usar melatonina – neuro-hormônio produzido pelo organismo, a melatonina já vem sendo usada no tratamento de pessoas com distúrbios de sono. Ela é um aliado poderoso para quem sofre com o jet leg (diferença de fuso horário), pois causa sonolência e relaxamento, informando ao organismo que está na hora de dormir, evitando assim que a pessoa perca horas acordado, já que seu relógio biológico ainda está funcionando de acordo com o horário do local de partida.
  • Hidratação – procure tomar bastante água para se hidratar durante o vôo.
  • Movimento – é importante se levantar algumas vezes durante a viagem e andar um pouco pelo avião, assim relaxa os músculos cansados de ficar numa mesma posição e alivia a sensação de cansaço.
  • Alimentação – procure comer comidas leves antes e durante o vôo.
  • Reuniões e horários – se a reunião for à tarde e a pessoa chegar de manhã, é provável que ela precise de um pouco de sono, mas deve dormir um pouco, sem exageros. Caso a reunião seja no dia seguinte, é melhor que ela agüente mais um pouco e durma somente à noite, para poder se acostumar à atividade social do local. No entanto, se os encontros profissionais forem na mesma data da chegada e durante todo o dia, é recomendável que a pessoa encontre um tempo para se expor à luz solar, nem que seja no horário de almoço.

Dados da pesquisa
Confira o que alguns passageiros que viajam a negócio fazem para superar as noites mal dormidas nos aviões:

  • 56% tomam banho no lounge de chegada.
  • 51% bebem água durante o vôo.
  • 50% tomam ar na chegada.
  • 43% cochilam ao chegar.
  • 28% mudam para classe superior.
  • 24% se exercitam na chegada.
  • 23% tomam café ou chá.
  • 11% tomam remédios prescritos para ajudar.
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