Por Rômulo Martins
Após dedicar tempo e esforço para elaborar o seu currículo e enviá-lo às consultorias ou empresas você recebe o telefonema que tanto aguardava para participar da etapa presencial do processo de seleção. Você se preparou para atender o selecionador via telefone? Se estranhou a pergunta talvez seja necessário refletir melhor sobre a importância dessa conversa inicial entre você e a empresa antes de se dirigir pessoalmente até ela. Além do horário, dia e local do encontro existem algumas informações fundamentais que precisam ser esclarecidas pelo telefone, principalmente se o contato for feito por uma consultoria.
“No primeiro contato é importante especular qual é o nome da empresa – geralmente a consultoria não revela essa informação. Após a ligação o candidato deve consultar a idoneidade da consultoria em órgãos de proteção por meio da internet. É preciso tomar cuidado, porque muitas vezes o que se quer é vender um produto, e não encaminhar o candidato a um processo de seleção”, adverte Tais Targa, coordenadora da central de carreiras da Universidade Positivo.
Esclarecer os principais dados sobre a vaga de emprego e a empresa, portanto, pode evitar desgaste e perda de tempo. Todavia, tenha bom senso ao questionar o selecionador. Demonstre receptividade e seja atencioso ao telefone. “Não descarte uma oportunidade por falta de paciência para ouvir. O mais importante no primeiro momento é o que você pode oferecer à empresa. A negociação vem depois”, diz Carmelina Nickel, consultora da DBM, consultoria especializada na gestão do capital humano.
Checklist do candidato
- Fique atento ao nome da empresa que se interessou pelo seu currículo. Após o telefonema, acesse o site da companhia, veja quais são os seus principais projetos, acompanhe o que é divulgado na mídia sobre ela. Converse com pessoas que trabalham ou trabalharam na organização.
Tais Targa sugere ao candidato garimpar informações sobre a empresa e seus colaboradores na rede social Linkedin, utilizada por profissionais. “Um candidato mais engajado e informado sobre a organização pode ficar com a vaga no caso de empate”, diz ela.
- Com relação ao salário é preciso bom senso. Segundo Carmelina Nickel ele pode ser melhorado no contato presencial, mas se você questionou a pretensão salarial durante a ligação pode perder a chance de ganhar mais.
Caso considere a informação fundamental no primeiro contato questione ao final do telefonema. Se o selecionador não puder informar o dado pelo telefone, Tais orienta ao candidato dizer qual é o salário almejado por ele. “Não vale a pena sair de casa por um salário 30% inferior ao atual ou último.”
- Os benefícios oferecidos pela empresa podem ser questionados, mas você não deve entrar em detalhes. Perguntar qual companhia possui convênio com a empresa pelo telefone, por exemplo, é deselegante.
- O horário de trabalho pode ser igualmente questionado, caso você não tenha disponibilidade integral. Mas reflita antes de perguntar, porque dependendo do cargo ou posição ele pode ser adaptado. Seria o caso de negociar essa questão em um encontro presencial. Para não perder umaoportunidade de emprego, recomenda-se cautela.
- Você pode perguntar o regime de contratação, porém não se precipite ao decidir se continuará no processo de seleção apenas por este quesito. Um contrato como pessoa jurídica pode lhe render mais que uma contratação CLT.
- Caso o selecionador lhe chame para uma “conversa” pergunte se se trata de uma entrevista individual ou coletiva, dinâmica de grupo etc para você não correr o risco de ser surpreendido. Esclarecer o que será aplicado na etapa presencial é primordial para um bom desempenho no processo.
- Não esqueça de anotar o endereço, horário, dia do encontro e nome da pessoa que irá lhe receber na empresa. Não há problema em pedir um ponto de referência ao selecionador no contato pelo telefone. Só não entre nos pormenores. Caso tenha alguma dúvida, pesquise a localização na internet.
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