Carreiras | Empregos

Por Rômulo Martins
Todos querem convencer o recrutador de que é o profissional certo para ocupar o cargo disponível, mas como se sabe a oferta é quase sempre menor que a demanda. Conquista a vaga, portanto, quem está mais preparado, e isso inclui conhecer bem o entrevistador. Quanto mais responsabilidade e formação requerem o cargo mais importante torna-se reunir informações sobre a empresa. O site corporativo é apenas uma das ferramentas para a busca de dados. Para diferenciar-se dos demais candidatos na hora da entrevista é preciso mais.
“É interessante consultar outras fontes, como jornais e revistas – também disponíveis na internet – sites de entidades representativas da empresa, dentre outros”, orienta Marcelo Mariaca, autor de “Erre mais! 65 conselhos de um headhunter para ter sucesso no trabalho e na vida” (Elsevier Campus).
Segundo Hamilton Teixeira, sócio da DRH Talent Search, conhecer o entrevistador é fundamental não só para o alcance da excelência na entrevista, mas também para o profissional avaliar se os valores e a missão da organização correspondem aos dele. “É importante formar uma opinião própria a respeito de quem é a empresa em termos culturais para saber se se encaixa ao comportamento do aspirante à vaga.”
Para isso, vale recorrer a todas as fontes confiáveis a fim de construir o que Teixeira chama de visão holística. Ouvir pessoas que trabalham ou trabalharam na organização pode oferecer contribuições relevantes para a entrevista. Por meio dos colaboradores, o candidato pode informar-se sobre o perfil das lideranças e dos recursos humanos. Podem ainda questionar como é o clima da companhia e se existem oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional nela.
“É preciso tomar cuidado, porém, com informações enviesadas. Um funcionário em ascensão profissional e um outro que foi demitido tendem a fornecer, por motivos óbvios, dados positivos e negativos sobre a mesma empresa respectivamente”, adverte Teixeira.
Para evitar equívocos, vale também visitar os principais pontos de venda da organização e observar o atendimento dos funcionários, bem como avaliar a qualidade dos produtos e serviços. Até mesmo a forma como você é recepcionado na empresa no dia da entrevista e o tratamento entre os funcionários observado na sala de espera fornecem dados valiosos.
“Em algumas instituições percebe-se o mau humor instaurado na cara fechada dos funcionários, ao passo que em outras todos se cumprimentam com serenidade e sorriso no rosto”, compara Hamilton Teixeira.
Comunicação, um fator crucial
Como se viu, conhecer bem a empresa é essencial porque fornece ricos elementos para você atender ou superar a expectativa do recrutador em uma entrevista de emprego. Mas isso não basta. É preciso ser um bom comunicador para não colocar tudo a perder.
Existem técnicas preciosas que ajudam as pessoas a se comunicarem melhor, todavia nada dispensa o treino. É com a prática que se vai incorporando as técnicas e vencendo o nervosismo e a ansiedade, as principais vilãs em um processo de seleção.
O pecado mais comum em uma entrevista é a fala prolixa ou monossilábica. Prejudica o candidato porque revela falta de objetividade ou de despreparo e insegurança. Outra situação recorrente, que causa constrangimento, é tentar responder a uma pergunta não compreendida, quando a orientação é pedir ao recrutador que repita a questão. Seja sincero caso não saiba responder ao questionamento do selecionador. Profissionais de recursos humanos enxergam mentiras a quilômetros de distância.
Marcelo Mariaca ensina que o profissional deve se comunicar de modo objetivo, conciso e articulado. Ele recomenda o ensaio de um diálogo coerente, com começo, meio e fim. “O ideal é se expressar com entusiasmo, evitando gírias, termos técnicos e estrangeiros em excesso”, afirma o headhunter. O português também precisa estar impecável. Segundo Mariaca, deve-se ainda evitar autoelogios. “Do mesmo modo, não demonstre impaciência, irritação ou desinteresse. E não se esqueça: tão importante quanto falar é saber ouvir. Por isso, não atropele o entrevistador na hora que ele estiver falando.”
Sua Imagem
Alguns candidatos são “caxias” quando o assunto é processo de seleção. Pesquisam dados sobre a empresa no site corporativo, nos meios de comunicação e outras publicações especializadas. Agregam informações valiosas, porém esquecem de cuidar de algo fundamental: da própria imagem.
O comportamento e o traje do profissional, hoje, é tão importante quanto a competência técnica. Entretanto, segundo Hamilton Teixeira, não podem chamar mais atenção que o conhecimento do entrevistado. É preciso bom senso. Roupas muito informais e chamativas, assim como o uso de perfume e de maquiagem em excesso e acessórios extravagantes podem causar ruídos na comunicação.
“Tudo deve ser adequado ao momento. Talvez, não justifique o candidato usar terno e gravata para concorrer a uma vaga de engenheiro de obras. Todavia, não se pode comparecer à entrevista de emprego como se estivesse indo a um clube de lazer”, exemplifica Teixeira.

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