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Durante grande parte dos 23 anos em que trabalhou no Citibank, Luciana Soares Guimarães tinha um sonho que ela esperava colocar em prática: abrir sua própria escola. Um dia, cansada da rotina de reuniões e estresse, decidiu pegar o dinheiro que havia juntado e concretizou o sonho, abrindo a Escola Infantil Adolphe Ferrieri.
“Sempre sonhei em abrir uma escola, tanto que fiz diversos cursos na área antes de tomar a decisão de sair do banco.” Quando começou a trabalhar na companhia, Luciana chegou a abandonar temporariamente a idéia, mas com o passar do tempo, começou a se sentir insatisfeita com suas atividades. “Queria algo mais,
foi quando comecei a investir na minha idéia. Fui atrás de mais informações
sobre planejamento escolar e contratei uma pedagoga para me ajudar a desenvolver o projeto.”
Depois das dificuldades burocráticas para conseguir toda a documentação junto a Delegacia de Ensino, a escola, hoje, “está indo muito bem”. “O melhor de tudo é que posso trabalhar junto às minhas filhas”, declara.
Assim como Luciana, muita gente sonha em abrir a própria empresa, imaginando que em pouco tempo estará ganhando rios de dinheiro e nunca mais precisará obedecer às ordens de um chefe. O problema é que as pessoas até têm boas idéias na cabeça, um pouco de dinheiro no banco, mas nenhum conhecimento das dificuldades que terão de enfrentar para tornarem-se empreendedores.
Segundo Júlio César Durante, consultor contábil do Sebrae/SP, quem não tem espírito para a vida de empresário desiste logo nos primeiros anos. Já quem acha que é capaz tem de ter paciência, afinal os lucros só começam a aparecer após
o primeiro ou segundo ano de investimento.”Não basta apenas ser empresário,
tem de ser e comportar-se como empreendedor, ou seja, saber onde e como investir, conhecer a concorrência e verificar as dificuldades do mercado e saber enxergar soluções.”
Uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostra que o pequeno empresário experimenta em média três fracassos antes de consolidar seu negócio. “Das empresas abertas, 30% fecham as portas entre o primeiro e segundo ano de vida”, declara Durante.
Mas afinal, qual é o melhor momento para abandonar o emprego e apostar em
um negócio próprio? Marco Antonio Garcez, diretor da Garcez e Consultores Associados, informou que não há um momento especifico para o profissional tomar essa decisão. Antes ele precisa avaliar como está o desenvolvimento de sua carreira e saber se está na hora de tomar uma decisão de riscos. “Se houver falta de perspectiva de crescimento em sua carreira ou indisposição a novos desafios, a solução é optar por outros rumos.”
Mas é preciso ter cuidado. Não é porque você está infeliz com o atual trabalho que pode transformar-se em um bom empreendedor. O profissional precisa saber passar do nível técnico para o gerencial. “Só domínio da técnica não basta. É preciso ter noções gerenciais. Ele precisa ter noções do negócio como um todo e não apenas de uma parte”, argumenta Garcez.
Algumas dicas importantes para ter sucesso no próprio negócio são:
Persistência: algumas pessoas só obtêm sucesso na segunda ou terceira tentativa, depois de alguns fracassos iniciais.
Jornada de trabalho: no começo ela costuma ser bem mais estressante do
que quando se é empregado, muitas vezes com um expediente não menor que
dez horas diárias.
Coragem: deve-se ter coragem para trocar um emprego rentável por algo que pode dar retorno em um ou dois anos.
Conhecimento técnico: conhecer a fundo a área de atuação em que está se metendo pode lhe propiciar mais chances de sucesso.
Motivação: tente motivar seus sócios e empregados que sua empresa dará
certo, mesmo estando passando por uma fase difícil no começo.
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