por Camila Micheletti
– Dar, receber ou trocar informações;
– Iniciar, manter ou findar relacionamentos;
– Persuadir outras pessoas a pensar e agir de modo assemelhado ao nosso;
– Ganhar, manter ou exercer poder sobre os outros;
– Expressar pensamentos, pretensão e decisões;
– Dar sentido ao mundo e siste-matizar nossas experiências sobre ele.
Já a apresentação pode ser definida como um meio de informar ou persuadir uma audiência. É uma forma de comunicação. Uma pergunta deve estar presente na mente do apresentador, desde o início do planejamento de sua apresentação: com que efeito quero fazer minha apresentação?
“Embora a habilidade de comunicação possa ser desenvolvida, muitas pessoas não têm consciência dessa possibilidade e não acreditam no próprio potencial. Por essa razão fogem das oportunidades que lhes são oferecidas e sentem-se desconfortáveis quando obrigadas a fazer uso da palavra, seja em uma reunião, seja em uma negociação, seja em uma entrevista”, analisa o especialista em comunicação verbal Reinaldo Passadori em seu livro Comunicação Essencial, da Editora Gente.
Você tem medo de falar em público? Fica com aquele friozinho na barriga só de pensar em se apresentar para uma grande platéia? Saiba que você não é o único. Uma pesquisa do jornal Sunday Times, realizada com 3 mil americanos, mostrou que falar em público é o que gera mais medo nas pessoas, com 41% das respostas. Depois vem o medo de altura, com 32%, e o medo de insetos, fobia compartilhada por 22% dos entrevistados.
Para Ricardo Farah, as pessoas não têm medo de falar, o medo maior é o da rejeição, de não serem aceitas; serem excluídas. Tudo que é novo assusta, principalmente quando a pessoa não tem experiência em se apresentar e ainda mais não tem muito conhecimento do assunto a ser abordado. Ao falar em público ela vai se expor, e fica com medo de denegrir sua imagem, já que o risco disso ocorrer numa apresentação é grande. “Todos podem falar bem, alguns com mais facilidades que outros, mas com técnica, crença, esforço, treino e dedicação não há obstáculos que não possam ser superados”, completa Passadori. Para não ter mais medo, o ideal é se preparar, tanto tendo o conhecimento necessário do assunto a ser abordado como também as técnicas de apresentação e oratória, que serão apresentadas ao longo desta reportagem.
Como se planejar
O primeiro mandamento para fazer uma apresentação de sucesso é algo que parece óbvio, mas que nem sempre é seguido por quem vai falar para um grupo ou platéia: procure dominar o assunto que vai ser exposto. Estar familiarizado com o tema a ser abordado é fundamental. Nada pior do que demonstrar insegurança e desinformação a respeito do que está sendo falado. Por isso, ao ser convidado para expor suas idéias em público, prepare-se lendo a respeito do assunto, pesquisando as novidades e conversando com pessoas da área, para ouvir diferentes pontos de vista.
Outra dica importante é procurar conhecer detalhes sobre o evento. Ricardo Farah listou alguns aspectos importantes, que devem ser observados antes de você organizar a apresentação:
- Quem será sua platéia – qual a faixa etária e nível ocupacional dos participantes?
- Qual o nível de conhecimento que a platéia terá do tema?
- Quanto tempo você terá para a sua participação?
- Como o público se formou? Foram obrigados a participar ou estão ali por vontade própria?
- Quais são as expectativas da platéia em relação à sua apresentação e ao evento?
- Em qual momento do dia você vai fazer a apresentação? Falar às 8h da manhã de segunda-feira é diferente de falar às 14h de quarta. “Os brasileiros têm o costume de comer feijoada nesse dia”, lembra o consultor.
O segundo ponto que você deve observar na hora de montar a sua apresentação é identificar qual a mensagem você quer passar para o público. Baseado no tempo disponível, você deve dividir a palestra em sete partes:
1º: Introdução. O seu comportamento e postura corporal nessa hora é fundamental, pois é através dele que as pessoas vão se identificar e criar uma ligação com você. Clique aqui para saber mais sobre comunicação não-verbal.
2º: Objetivos. Detalhe o que você pretende com a palestra, apresentação ou o treinamento. Um exemplo: “Vou debater as técnicas e depois passarei para a parte prática”.
3º: Importância. Mostre para a platéia a importância que o assunto tem na vida das pessoas. Ricardo Farah coloca mais um exemplo: “Já pensaram na importância de falar em público e expressar-se com clareza para a vida pessoal e profissional?”
4º: Agenda. Esta etapa deve ser usada sempre e diz respeito ao seu plano de vôo. É neste momento que você vai dar os detalhes técnicos sobre a apresentação: quanto tempo vai durar; o que vai ser tratado; como vai ser a palestra. Isso possibilita que as pessoas saibam para onde você está indo, o que facilita o processo de comunicação e aprendizagem.
5º: Foco. Esta é a hora da verdade. É chegado o momento de demonstrar todo o seu conhecimento. Até então, você deu informações sobre a apresentação, agora vai transmitir o conteúdo propriamente dito. Todas as informações anteriores devem tomar até 15% do tempo da palestra, no máximo. Esta parte vai ser a principal e vai demandar de 80 a 85% da apresentação. Sempre que possível, ilustre o que você está dizendo com um exemplo real, isso enriquece o conteúdo da palestra e demonstra que você sabe do que está falando.
6º: Resumo/ Conclusão. O resumo é o fechamento, você conclui a apresentação em algumas linhas e abre para o debate.
7º: Debates. Na hora das perguntas, é importante saber ouvir; deixar as pessoas terminarem as suas dúvidas e considerações. Lembre-se também de manter a mente aberta -afinal, ninguém é dono da verdade- e não tenha uma postura agressiva, mesmo quando for contestado.
A apresentação deve ser estruturada em tópicos. Defina os argumentos mais importantes e organize-os logicamente. Tenha um roteiro do que vai falar em mente, no papel ou mesmo no Powerpoint, mas jamais leia sua apresentação para o público. Além de ser enfadonho, passa uma imagem de despreparo.
Seja natural, não use palavras difíceis ou que não façam parte do seu cotidiano. A naturalidade vai ser uma grande aliada caso você perceba que cometeu alguma falha ou se acontecer o temível “branco”. Se isso acontecer e você estiver à vontade e for natural, é possível que ninguém perceba. Relembre seu último argumento e passe para o tópico seguinte. Procure ter e demonstre tranqüilidade. Nada pior do que um apresentador nervoso.
Reinaldo Passadori afirma que a boa comunicação é muito importante para a vida de qualquer profissional, e mais cedo ou mais tarde você será convidado a participar de uma reunião, dar entrevistas, proferir palestras ou treinamentos, ou mesmo liderar uma equipe. “De que adianta ter um MBA de ótimo nível se você tem gagueira ou mesmo não sabe o que fazer quando precisa falar em público?Quanto mais habilidades de comunicação tiver, maiores as chances de você ser reconhecido. Destaca-se em um grupo não necessariamente quem sabe mais, mas aquele que se comunica melhor” , completa.
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