Carreiras | Empregos

por Camila Micheletti
Se alguém entrou na primeira palestra do 7º Fórum Internacional Senac de Secretárias esperando receber dicas de como se portar à mesa, se decepcionou feio. Para a consultora nas áreas de Etiqueta Empresarial e Marketing Pessoal Célia Leão, etiqueta é muito mais abrangente que isso. “Etiqueta começa com a educação, você saber tratar os outros, respeitar as diferenças, não diferenciar pessoas pelo nível social ou cargo que ocupam. Saber manusear os talheres é um pós-doutorado em etiqueta, mas antes é preciso aprender o básico”.
No início da apresentação, Célia entregou às participantes um pequeno questionário, que demonstrava a importância de estar atualizada para a vida pessoal e profissional. Da definição dos conceitos de marketing pessoal e etiqueta ao nome do artista considerado um dos mais importantes pintores do século XX, o questionário serviu para demonstrar que, hoje, estar atualizada envolve todas as áreas do conhecimento, não estando restrita à sua área de atuação. Ou seja, repensar a postura envolve também atualizar seus conhecimentos e não esperar que a empresa tome as rédeas da sua carreira.
Livros, por exemplo, ela citou dois: Perdas e Ganhos, da escritora Lya Luft, e Código da Vinci, best-seller que põe em dúvida a divindade de Jesus.
Marketing pessoal, segundo ela, é como você se vende. Por isso é importante se questionar qual atributo você tem de mais positivo, e saber chamar a atenção das pessoas para ele. “Potencialize o que você tem de mais interessante”. Mas a consultora alerta: “Propaganda enganosa não funciona. Você precisa investir nas suas competências. O grande lance da etiqueta é ter atitude, acima de tudo”.
E as mulheres saem no lucro porque o ambiente de trabalho atual valoriza cada vez mais o feminino, estimulando e valorizando a sensibilidade, intuição, qualidade de vida, responsabilidade social… Para Célia, o problema é que muitas mulheres lutam para chegar no topo e, quando conseguem, acabam se masculinizando.
Ficam sem tempo para a vida pessoal, deixam de fazer as coisas que gostam, muitas passam a fazer tudo aquilo que sempre condenaram nos antigos chefes. “Falta saber equilibrar os dois lados. A humanidade está buscando cada vez mais o feminino, e as mulheres precisam entender que podem ser firmes, assertivas e ótimas líderes sem abrirem mão da feminilidade e da vida pessoal. Não precisa ser agressiva para mostrar competência”, garantiu ela.
Ética, etiqueta e cidadania – o que estes três conceitos têm em comum? Entre eles há a qualidade de vida, conceito que inexiste se faltar um dos três itens. A ética é o bem, fazer boas escolhas, é agir com honestidade e integridade. “Não associe ética à obrigação”.
A última pergunta do questionário falava dos primatas bonobos. Você já ouviu falar dessa espécie de ancestrais? Segundo Célia, eles são especiais porque as lideranças são exercidas pelas fêmeas, que evitam o atrito ao máximo e o sexo não é visto apenas com fins reprodutivos, como com todos os outros primatas. “Esses primatas deveriam ser muito felizes e bem-resolvidos”, comentou ela.
Célia contou que certa vez chegou à ela uma carta (a consultora é colunista da Revista Você S/A), em que a leitora afirmava que tinha uma risada muita alta, o que a incomodava. Ela questionava se rir em alto e bom som era falta de educação. “Disse à ela que falta de educação é ser mal-humorada”. “Tem gente que diz que só funciona após às 10 horas, e de manhã entra na empresa sem falar com ninguém, ou mesmo soltando farpas para todos os lados. Essas pessoas deveriam ser guardas-noturnos”, brincou a consultora, arrancando risadas e aplausos da platéia.

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