Em processos seletivos de diversas empresas, a fase que segue a seleção do currículo é a da célebre dinâmica de grupo. O medo e a ansiedade tomam conta principalmente daqueles que não se preparam para esta etapa ou a considera a mais difícil do processo. Quando não desistem de concorrer à vaga de emprego, os candidatos mais tímidos e introspectivos chegam a suar frio, ter taquicardia, perder a voz.
Porém, para o selecionador, a atividade em grupo é capaz de revelar características e habilidades exigidas para o posto disponível. Claro, a técnica só vai funcionar quando bem aplicada.
Segundo Elaíce Farias Shinoda, coordenadora de RH da Steer Recursos Humanos, consultoria especializada na seleção e no aconselhamento profissionais, as dinâmicas de grupo podem fazer diferença em um processo de seleção, por isso são muito usadas na seleção de estagiários e trainees.
“O que queremos observar nesses processos é a interação entre os candidatos. Vamos buscar sinais de liderança, capacidade de trabalho em equipe, ou seja, todas as características que o cargo em questão exige.”
Elaíce aponta os prós e contras das dinâmicas de grupo:
Vantagens
- Oportunidade de demonstrar seu comportamento e como se relaciona em grupo;
- Em entrevistas individuais os candidatos não têm tantas chances de emitir opiniões e exteriorizar aspectos de comportamento como liderança, empreendedorismo, criatividade, capacidade de atuar em situações-limite;
- A dinâmica pode ser aproveitada para candidatos conhecerem outras pessoas, trocarem ideias, fazerem networking;
- A cada dinâmica o candidato consegue aprimorar sua capacidade de se incluir e de trabalhar em grupo;
- Por ser um processo de várias horas, a dinâmica não permite que o candidato se porte de uma maneira “treinada” por muito tempo. A real essência de cada um sempre vem à tona.
Desvantagens
- Algumas empresas dão explicações superficiais sobre o processo e não realizam feedback quando a seleção termina. Isso não agrega em nada o processo de aprendizado do candidato que procura emprego;
- Muitas pessoas na mesma dinâmica e apenas um selecionador para observar o comportamento de todos pode ser ruim. O ideal é trabalhar com números menores de pessoas, de forma que o observador consiga avaliar e dar atenção a todos.
Candidatos muito tímidos, que têm dificuldade de se expor em público e colocar opiniões, podem perder lugar para um profissional menos competente, porém, mais desinibido. Caberá sempre ao selecionador identificar as reais qualificações e posturas dos candidatos presentes.
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